Redação - 20220131714128
Em 1904, eclode a Revolta da Vacina, na cidade do Rio de Janeiro, tendo como principal motivo da insurreição a vacinação obrigatória contra a varíola. Naquela época, a falta de uma clara campanha de vacinação combinada com a invasão de casas por agentes do governo para aplicar compulsoriamente a vacina fez com que boatos e teorias da conspiração sobre vacinas fossem criadas e difundidas. Após mais de 100 anos, com várias demonstrações da importância da ciência durante esse período, com avanços na área científica e com uma maior democratização do conhecimento se comparado com o período supracitado ainda somos impactados por movimentos antivacina. No ano de 1998 o médico Britânico Andrew Wakefield publicou um estudo intitulado "MMR vaccination and autism" na prestigiada revista científica The Lancet, no qual associava a vacina tríplice viral, que protege contra caxumba, rubéola e sarampo, ao desenvolvimento do autismo e a infecções intestinais graves. Em pouco tempo a hipótese foi desmentida pela comunidade científica mas causou um grande estrago no mundo e sobretudo no Reino Unido. No mundo e no Reino Unido índices de vacinação despecaram sobretudo a cobertura vacinal da Tríplice viral. Ou seja, a sociedade só parou para ouvir aquela hipótese sensacionalista de Wakefield e ignorou a refutação desta. Na pademia de Covid-19 ficou nítido o impacto dos "antivax". Os indivíduos que não se vacinam faz com que o vírus circule e, assim surja novas variantes que retardam o fim da pandemia. As variantes podem piorar a situação pandêmica, podendo ter taxas transmissibilidade e mortalidade maiores que as anteriores e até mesmo, ficar de fora da cobertura vacinal. Portanto, os pilares do movimento antivacina são a desinformação e a ignorância. Uma reforma no sistema educacional brasileiro, principalmente no área de ciências da natureza, promovida pelo Ministério da Educação é fundamental. Incrementar assuntos relacionados a produção do conhecimentos científico e dar a possibilidade dos alunos a produzirem tal conhecimento desde dos primeiros anos escolares é essencial para o um maior entrosamento entre futuros cidadãos e ciência.
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