Redação - 20220801954116
No preâmbulo da Carta Magna brasileira, definiu-se o Estado Democrático como imprescindível ao exercício da cidadania. Hodiernamente, contudo, a prevalente dificuldade em adotar órfãos, por exemplo, configura uma realidade à margem da democracia. Nesse viés, o processo adotivo, no Brasil, representa ainda enormes desafios. Pode-se dizer, então, que a inércia estatal e o individualismo do empresariado são os principais responsáveis pelo quadro. Primeiramente, ressalta-se a inoperância governamental para combater a inflação. Segundo o pensamento hobbesiano, o Estado é encarregado de garantir a estabilidade social, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à negligência das autoridades, de acordo o jornal "O Globo", a desvalorização da moeda, em 2016, foi um dos fatores que limitou a adoção de crianças. Dessa forma, geram-se condições favoráveis ao abandono desses indivíduos, e os direitos mais básicos normatizados em lei, como o direito à proteção, são ameaçados. Outrossim, a exclusiva ambição por lucro é parte elementar do problema. Acerca disso, destaca-se um princípio ético fundamental da filosofia de Eric Voegelin, do qual se deduz que o egocentrismo prejudica a conservação da prosperidade coletiva. Em análise realizada pela revista "Exame", verificou-se que nos últimos anos, estúdios de cinema, visando somente o enriquecimento, dificultaram o processo adotivo produzindo filmes com apologia ao racismo contra adolescentes asiáticos, para atender à demanda dos sócios investidores. Logo, desrespeita-se, em nome de interesses individuais, uma importante noção da metafísica voegeliana, amplamente aceita, que harmoniza os vínculos humanos. Dessarte, o bem grupal padece sob o jugo do egoísmo. Portanto, são necessárias medidas capazes de restabelecer a ordem democrática. Cabe ao governo federal atuar em favor da população, mediante a gênese de leis que propiciem a regularização do cenário econômico, a fim de assegurar acolhimento e proteção a todos. Ademais, o corpo social deve pressionar os empresários a descontinuarem os projetos promotores de intolerâncias, por meio de atos educativos e campanhas de mobilização em locais públicos, com a distribuição de cartilhas informativas, no intuito de viabilizar um ambiente justo e equilibrado. Assim, obter-se-ão os requisitos indispensáveis para a restauração da soberania civil.
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