5 livros da literatura brasileira que podem enriquecer suas redações

Se você nos acompanha por aqui, com certeza deve saber que livros são uma ótima forma de sustentação ou exemplificação de argumentos em uma redação, principalmente se forem livros de maior conhecimento geral, como os da literatura brasileira.

Nossa literatura é extremamente rica. Temos obras para todos os gostos e que podem ser encaixadas em temas diversos. Por isso, foi muito, muito difícil mesmo escolhermos apenas cinco obras para indicarmos para vocês.

Vamos ver o que separamos especialmente para o enriquecimento da sua redação?

5 livros da literatura brasileira para enriquecer redações

 

Lucíola, de José de Alencar

Ano de publicação: 1862

Lucíola é daqueles livros inesquecíveis da literatura brasileira. Sua história entra na mente e fica ali, sempre vindo à tona, já que o tema do livro, mesmo com a passagem de mais de um século, continua sendo atual: uma garota de programa (que não tinha essa alcunha no enredo, evidentemente) que sofre numa sociedade moralista, mas desmoralizada.

Lucíola tem como personagem principal Lúcia, uma jovem que passou por uma infância sofrida, cheia de necessidades e que encontra em seus amantes uma forma de vencer a miséria que a rodeava.

Mas acontece que Lúcia está inserida numa burguesia cheia de “virtudes”, que prega o valor da moral e dos bons costumes e que enxerga a mulher como casta, pura, boa esposa e boa mãe, ou seja, o ideal mesmo do Romantismo no Brasil, período em que a obra se insere.

Por conta de sua profissão, Lúcia sofre amargamente, sendo impedida, inclusive, de viver seu grande amor. E o desfecho do enredo nada mais é do que o clássico castigo romântico aplicado às pessoas que não seguem as regras da sociedade.

Lucíola é cheio de simbologia e mostra às claras a hipocrisia da sociedade e a desvalorização da mulher, usada enquanto objeto para fins variados.

Senhora, de José de Alencar

Ano de publicação: 1875

Gente, sabe aquele livro babadeiro? É este aqui.

O começo parece meio esquisito, pois somos jogados no meio da história, quando os fatos já estão se desenrolando, sem obediência à ordem cronológica, mas quando começamos a entender o que aconteceu e o que está acontecendo, o negócio fica bom, muito bom.

Não é à toa que este foi o último livro de Alencar publicado ainda em vida. Nele, o autor, que soube traçar os perfis de mulher como poucos na literatura brasileira, juntou todo seu repertório e criou Aurélia, um nome incomum para uma jovem também incomum.

Aurélia, uma mocinha romântica, desenvolvida dentro do estilo do Romantismo. É pobre, sonhadora e apaixonada por Fernando. Fernando também é pobre, mas ambicioso. Os dois começam um belo relacionamento que tinha tudo para virar casamento, até que Fernando decide trocar Aurélia por uma moça rica.

O livro poderia virar aquele dramalhão mexicano? Até poderia, se não fosse o fato de que Aurélia recebe uma herança inesperada de um tio distante e fica rica, mas rica mesmo. E aí, meus queridos, é o famoso momento do “parece que o jogo virou, não é mesmo?”.

O enredo, por si só, já é excelente e vale demais a leitura, mas, além disso, você pode usar passagens da obra para ilustrar temas que tratem da valorização do superficial, das mudanças sociais, do estereótipo da mulher, dentre muitas outras possibilidades que você descobrirá ao ler Senhora.

Bom-Crioulo, de Adolfo Caminha.

Ano de publicação: 1895

O título já te conta que o livro é polêmico, afinal, usar o termo crioulo para alguém em nossa sociedade atual é ofensivo, mas no contexto histórico do livro, essa prática era natural e ainda não existiam ações que promovessem o combate ao racismo. Não se esqueça de que a própria Abolição da Escravatura tinha acontecido apenas sete antes, em 1888.

O personagem principal da obra é Amaro, um negro que fugiu da escravidão e que serve na Marinha. Como Amaro é retratado enquanto um homem forte, de porte físico grande e bastante musculoso, o trabalho braçal imposto a ele é algo simples de ser feito, principalmente quando comparado à realidade da escravidão, segundo a própria obra.

Se Amaro tivesse “apenas” essas características, o enredo já seria extremamente útil para se abordar temas relacionados ao racismo, preconceito, marginalidade do trabalho e costumes sociais hipócritas, mas Amaro é homossexual e se apaixona por Aleixo, um adolescente branco e de olhos azuis. Precisa dizer mais alguma coisa?

O livro está inserido no período literário do Naturalismo, o que significa que você pode esperar uma descrição bastante fiel dos personagens e da sociedade. Aliás, a obra tem como intenção criticar a hipocrisia da sociedade.

Bom-Crioulo foi o primeiro livro da literatura brasileira que abordou a temática do homossexualismo.

 

Incidente em Antares, de Érico Veríssimo.

Ano de publicação: 1971

Um livro com uma temática muitíssimo séria, uma vez que aborda a violência do regime militar no Brasil, além de criar um enredo num contexto de desenvolvimento do país, com a chegada de indústrias estrangeiras, mas que mesmo assim te faz rolar de rir.

No calhamaço de mais de 300 páginas, a pacata cidade de Antares é abalada por um fato sobrenatural: sete mortos ressuscitam e saem andando pela cidade, como se nada tivesse acontecido.

Porém, esses sete mortos não são quaisquer pessoas. Eles sabem muitos segredos de pessoas importantes e influentes na sociedade local e esses segredos podem causar bastante confusão.

Até aí, sem problemas, certo? Sim, certo, se não fosse pelo fato de que esses mortos ressuscitados não se contentam em simplesmente andar pela cidade de Antares, mas resolvem que, como já estão mortos mesmo, essa é uma excelente oportunidade para darem com a língua nos dentes e saírem ruas afora revelando informações sigilosas.

Além de todo o pano de fundo histórico que existe neste livro, é interessante ver como as menores sociedades estão baseadas em mentiras e podem ser ameaçadas por um simples “abrir de boca”.

 

A Árvore que Dava Dinheiro, de Domingos Pellegrini.

Ano de publicação: 1981

A Árvore que Dava Dinheiro conta o que aconteceria se aquele nosso sonho maluco de ter uma árvore que, no lugar de frutas e frutos, desse notas de cem reais, realizasse-se.

Na cidade interiorana de Felicidade, um homem, que tinha o hábito emprestar dinheiro à base de juros altos e que também possuía grande parte das propriedades do local, falece, deixando um testamento e três sementes. Essas três sementes deveriam ser plantadas.

De uma dessas sementes, nasce uma árvore que dava dinheiro constantemente, sem cessar. E é aí que a tranquila cidade vira palco de uma balbúrdia imensa, revelando o que pode acontecer numa sociedade movida pelo dinheiro, que deixa a ambição falar mais alto do que tudo.

Tem algum tema em que a corrupção por conta do dinheiro pode ser usada? Este é o livro certo para sua exemplificação.

Viu só quanta riqueza em apenas cinco livros da literatura brasileira?

Conte pra gente: que outros livros você gostaria de ver aqui no nosso blog? Vamos adorar receber e trabalhar nas sugestões de vocês.

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