TEXTO 1:
A cada ano, é observado um número crescente de casos de HIV entre os idosos. De acordo com o boletim epidemiológico HIV/Aids 2018 do Ministério da Saúde, a população feminina é a que apresenta a maior parte dos casos. Para se ter uma ideia, de 2007 a 2017, os diagnósticos cresceram sete vezes, na casa de 657%. Embora, hoje, a medicina e a ciência apresentem tratamentos eficientes para o controle da doença, os dados são, no mínimo, preocupantes, uma vez que a sexualidade, as medidas preventivas e as campanhas de conscientização não são direcionadas ou discutidas para este público.
É importante ressaltar que parte dessa alta é relativa à população que foi infectada ainda jovem e agora está envelhecendo. Entretanto, outra parte pode ser creditada aos tratamentos e medicações que têm permitido a redescoberta do sexo entre os idosos. Como a maioria faz parte de uma geração que não aderiu à cultura do uso do preservativo, ou, em alguns casos, não acredita que em determinada idade poderá ser contaminado, a prática das relações sem proteção tem contribuído para o agravamento desse quadro, assim como o aumento da vulnerabilidade para infecções causadas por outras doenças sexualmente transmissíveis.
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Junto a esse aumento de casos, algo que preocupa a comunidade médica é o fato de que muitos idosos já apresentam algumas doenças crônicas, como diabetes, pressão e colesterol altos, problemas renais, entre outros. Essas doenças podem complicar um pouco mais o tratamento. O idoso já apresenta mais dificuldade que um jovem para reagir a determinados tratamentos e o HIV pode ainda trazer outras doenças secundárias como insuficiência renal, perda óssea, problemas cardiovasculares e hepáticos, alterações metabólicas e declínio cognitivo. Mas entre todas as enfermidades secundárias, a tuberculose é a mais preocupante. De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), uma em cada cinco mortes por tuberculose ocorre entre pessoas com HIV.
Sem dúvida a prevenção é o único caminho para que essa epidemia não se propague ainda mais. É preciso que a população idosa seja trabalhada para essa consciência. A tecnologia aliada à ciência traz muitas oportunidades, mas requer sempre essa atenção, até mesmo entre a comunidade médica. A maioria dos diagnósticos é feita por acaso, pois a possibilidade da contaminação pelo HIV é sempre descartada, por subestimar a prática sexual na terceira idade. Alguns pacientes relatam sintomas parecidos com uma gripe, agravada pela perda de apetite e de peso excessivos. Por fim, Dr. Marcos Antônio Cyrillo, infectologista e diretor clínico do IGESPA, diz que a demora do diagnóstico influenciará também no sucesso do tratamento, qualidade de vida e longevidade do paciente.
TEXTO 2:
Dados do Ministério da Saúde informam que os casos de mulheres infectadas pelo vírus da aids na terceira idade aumentaram mais de 75% nos últimos 14 anos. Entre os homens com mais de 50 anos, o número de infectados pelo vírus HIV subiu 43% de 1998 para cá
De acordo com o assessor técnico do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Gil Casimiro, o número de casos de aids entre as pessoas que têm mais de 50 anos aumentou por uma razão simples: elas têm muita resistência em usar o preservativo. ” O fato é que essa população teoricamente não teve a cultura do uso do preservativo. É uma população mais idosa que na fase jovem e adulta não teve a cultura do uso do preservativo. Se naquela época eles não tinham essa cultura, incorporar essa tecnologia nos dias de hoje não é uma tarefa tão fácil.”
O jornalista Luiz Henrique Silva, de 54 anos, concorda com o Ministério da Saúde. Ele é favorável ao uso da camisinha em todas as relações sexuais. Mas ele reconhece que os amigos da mesma idade não pensam igual a ele. “O pessoal acima de 50 anos, as pessoas da minha geração, realmente tem muita relutância em usar porque foram criados em outra época, onde os problemas eram muito menores, tinha até doenças venéreas, mas não algo tão grave como a aids. Eu sei inclusive de amigos que são solteiros e que têm muita relutância em usar.”
Outra explicação para o aumento de casos de aids na terceira idade é as pessoas portadoras do vírus procurarem o médico tarde demais. É o que explica o assessor técnico Gil Casimiro: “As pessoas procuram os centros de saúde quando a doença está em fase de desenvolvimento. Ainda é muito difícil, por todo esse preconceito, principalmente as mulheres casadas. Com certeza uma maior dificuldade de ter um papo aberto com seus parceiros, com suas parceiras, de procurar um serviço e realizar o teste.” Quem fica sabendo logo se tem o vírus da aids consegue começar o tratamento no momento certo e ter mais qualidade de vida. O teste de aids é de graça e sigiloso.
TEXTO 3:
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “HIV na terceira idade”.
Tema de redação: os desafios da sexualidade na adolescência
Tema de redação: epidemia de sífilis no Brasil
Proposta de redação: a banalização do vírus do HIV nos dias atuais