Você já parou para refletir sobre ”Pressão escolar e saúde mental”? Confira o tema da semana e escreva a sua redação sobre ele!
A pressão para se sair bem na escola afeta diversos alunos. Em temos de pandemia, alunos e professores se viram em uma situação inusitada, pois agora o foco é o ensino a distância. Sendo assim, é importante a reflexão acerca da pressão escolar e saúde mental nos dias de hoje.
Leia os textos motivadores a seguir e, com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Pressão escolar e saúde mental”.
TEXTO 1
No contexto da pandemia de Covid-19, muitos foram os desafios impostos pela necessidade de cumprir os protocolos de controle da doença. Na rotina dos estudantes, a pressão escolar é grande, afeta a estabilidade psicológica e causa impactos negativos preocupantes. Por essa razão, é necessário buscar medidas que preservem a saúde mental de crianças e adolescentes.
Tendo isso em vista, o psicólogo Antônio Chaves Filho, irá explicar como a pressão escolar impacta a saúde dos jovens, principalmente, nos períodos de provas finais e na chegada do Enem e de outros vestibulares. Entenda o que deve ser feito para que essa pressão não resulte em comprometimentos emocionais e em sensações potencialmente negativas.
Relação entre pressão escolar e saúde mental
A necessidade de isolamento social criou um cenário propício para situações de estresse e ansiedade, o que compromete tanto a saúde mental dos educadores quanto a dos estudantes que sofrem com a pressão escolar na pandemia. As mudanças no processo de ensino e aprendizagem comprometem não apenas a qualidade do ensino, como aumentam os riscos de desajustes mentais.
Todo esse processo gera um sofrimento psíquico e contribui para o desenvolvimento de sintomas que colocam em xeque a estabilidade emocional do estudante. Os mais evidentes são irritabilidade, apatia, insônia, mau humor, desinteresse pela escola e problemas de concentração.
Além disso, as aulas remotas causam maior pressão escolar porque responsabilizam a criança e o adolescente pelo próprio aprendizado. Por ser muito diferente dos meios convencionais, essa prática gera muita preocupação entre os profissionais da saúde. Tanto que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) elaborou uma cartilha com orientações sobre a saúde da criança e do adolescente na pandemia.
Nessas circunstâncias, os estudantes sofrem uma sobrecarga enorme, tornam-se mais vulneráveis à depressão, aos sentimentos de frustração e ao esgotamento mental. Por isso, crianças e adolescentes necessitam de mais apoio dos pais e de avaliação profissional para reequilibrar as sensações.
Ensino remoto e os reflexos na qualidade de vida
O ensino remoto também tem seus desafios no quesito qualidade de vida, já que o fato de o aluno ter que dar conta de suas tarefas escolares praticamente sozinho gera muita insegurança. Devido à pandemia de coronavírus, todos tiveram que se adaptar, de forma abrupta, a esse novo modelo de ensino.
O setor da Educação foi um dos mais afetados pela atual pandemia, o que resultou em grandes impactos do ensino remoto sobre o bem-estar e a qualidade de vida de alunos e professores. De repente, berçários, escolas e faculdades foram fechadas e todos precisaram se adaptar a essa metodologia.
Na verdade, ninguém estava preparado para lidar com os desafios impostos pela pandemia. Consequentemente, novas sensações negativas afloraram e influenciaram a estabilidade psicológica de pais, educadores e alunos. Quanto mais nova a criança, mais variável é o seu comportamento e menor a capacidade para lidar com o estresse e os desafios diários, segundo o Jornal da USP.
Além de todas as correlações mentais associadas ao período de quarentena, o medo de tirar nota baixa e de ser reprovado no final do ano também influencia bastante e gera muitos conflitos. Nesse contexto, pais e professores precisam apoiar os estudantes e, se necessário, encaminhá-los para avaliação com um profissional especializado no cuidado com as emoções.
Necessidade de atenção à pressão pré-vestibular
Época de vestibular é, geralmente, um período de tensão familiar. O jovem vestibulando precisa se adaptar a uma jornada diferente e dedicar grande parte do dia e da noite a horas de estudo. Por essa razão, muitos estudantes abrem mão de várias coisas durante essa etapa e entram em uma rotina que exige muita dedicação e esforço.
Nessa perspectiva, percebe-se que a maioria dos jovens está batalhando cada vez mais por bons resultados no Enem e nos vestibulares mais concorridos de faculdades públicas. Nessas circunstâncias, ainda há uma sobrecarga enorme de desafios gerados pela pressão escolar, sobretudo, para estudantes concluintes do Ensino Médio.
Essa rotina exige muitas horas de estudo e, com isso, pode prejudicar a saúde física e gerar desequilíbrios na saúde mental. São incontáveis listas de exercícios e aulas em demasia que levam ao cansaço mental extremo, noites mal dormidas, irritabilidade e crise de pânico.
Muitos jovens recorrem a medicamentos para aperfeiçoar o desempenho, pois além da pressão escolar, ainda existe a incerteza de qual carreira seguir. Cobranças familiares e a pressão dos pais sobre a escolha do curso geram medo e angústia. Porém, adultos devem ter a sensatez de deixar que o filho faça essa escolha, de acordo com a vocação dele e vontade própria.
Fonte: hospital santa monica
TEXTO 2
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta: 1 em cada 5 adolescentes enfrentará problemas de saúde mental, cujos casos cresceram exponencialmente nos últimos 25 anos. A maior parte, porém, não é diagnosticada ou tratada. Na escola, problemas de saúde mental podem piorar o desempenho e ampliar a evasão escolar. Embora a capacitação de professores seja uma medida importante, a saúde mental ainda está fora da formação. “Na classe de 30 alunos, estima-se que entre 3 e 5 terão algum problema de saúde mental, incluindo transtornos de ansiedade, depressão e déficit de atenção e hiperatividade”, explica Rodrigo Bressan, autor de Saúde Mental na Escola e fundador do Y-Mind – Centro de Prevenção em Transtornos Mentais, que defende uma maior conscientização sobre o tema para os educadores.
75% dos transtornos mentais começam antes dos 24 anos
50% dos transtornos mentais começam antes dos 14 anos
18% foi o aumento entre 2005 e 2015 de casos de depressão.
TEXTO 3
Depressão e ansiedade, automutilação e suicídio. Apesar de pesadas, estas palavras chegaram ao vocabulário e ao cotidiano de crianças e jovens, e se fazem presentes nos vídeos que assistem na internet, em seus seriados, nas conversas e em seus silêncios.
Tão parte da vida de crianças e adolescentes, as escolas não têm como ignorar esses fatos. O projeto Quero na Escola, que conecta as demandas dos estudantes por aprendizagens além do currículo obrigatório com voluntários que possam atendê-los, percebeu um aumento significativo na demanda por ações relacionadas a saúde mental na escola.
“Os estudantes começaram pedindo por atividades sobre psicologia e bullying, e logo isso foi virando pedidos sobre ansiedade, depressão, automutilação. E todo mundo com quem a gente conversa conhece alguém que sofre com essas questões”, diz Cinthia Rodrigues, idealizadora do projeto.
Dentre as principais causas deste cenário, a psicóloga Deise Ruiz aponta as diversas pressões geradas pelas redes socais e o fato de que, crianças e adolescentes, têm se relacionado menos pessoalmente. “Conversar no face a face, ouvir a risada, olhar no olho, reconhecer as emoções no rosto do outro, tudo isso faz muita diferença para a saúde mental”, explica.
E costuma ser na escola onde os principais sintomas ou mudanças de comportamento se manifestam, porque muitas vezes as crianças e jovens passam mais tempo com professores e a equipe escolar do que com a família. É comum também que a fonte de problemas esteja na própria casa dos estudantes, ou que as famílias não saibam bem como ajudar.
Assim, a escola precisa estar preparada para reconhecer sinais e fazer a abordagem e encaminhamento adequados. “Não tem como separar educação de saúde, porque não tem como separar um indivíduo. E a escola tem a chance de fazer uma intervenção precoce, que garante uma evolução mais positiva do caso”, afirma a especialista.
Apoio para professores e escolas: uma questão crucial
Não é tarefa fácil ajudar alguém quando não se está bem. E os professores brasileiros estão adoecendo. Cerca de 66% dos professores já precisaram se afastar do trabalho por questões de saúde. Destes, 87% acreditam que o problema é ocasionado ou intensificado pelo trabalho. Os dados são de uma pesquisa conduzida pela Associação Nova Escola em 2018.
“É uma luta bem árdua para os professores. Assim como os alunos, eles também precisam de acolhimento, se sentirem seguros e terem alguém para conversar”, recomenda Deise. Ela também lembra que as escolas, já tão atribuladas, também precisam de apoio da rede para conduzir o trabalho.
“Precisamos de uma política que garanta psicólogos nas escolas e redes de ensino, e que de fato trabalhem o assunto na escola”, afirma Cinthia.
Como abordar o tema da saúde mental na escola
Em linhas gerais, a escola pode realizar duas abordagens sobre o tema, de acordo com a necessidade. Pode ser o caso de conversar individualmente com um estudante, acionando a família e outras autoridades.
Paralelamente, a questão pode estar presente nas disciplinas, projetos, em debates, palestras e também em produções artísticas dos alunos. As informações sobre como e onde conseguir um atendimento psicológico na região devem ser disseminadas.
Deise explica que nesse processo dois fatores devem ser destacados: que o aluno se sinta acolhido e ouvido, e que sempre existam diferentes canais abertos para ele se expressar — seja por meio de peças de teatro, música, conversas individuais ou momentos de troca em roda.
“Às vezes um jovem passa meses criando coragem para pedir ajuda e, quando consegue falar, é menosprezado. O principal é ter muita atenção e empatia, e meios para os alunos se expressarem”, diz Deise.
Confira agora uma lista de repertórios para o tema “Pressão escolar e saúde mental”. Após escrever a sua redação, envie em nossa plataforma e receba a correção em até 3 dias úteis!