Saneamento básico no Brasil
A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) discutiu nesta quarta-feira (25/9) a universalização do saneamento básico no Brasil. Durante audiência pública, os expositores alertaram para o fato de que 48% da população brasileira ainda não têm coleta de esgoto. Eles pediram a atenção do Senado e do governo para mudar essa realidade. O presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, afirmou que todos os objetivos de desenvolvimento sustentável são conectados ao saneamento. O instituto é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que atua no Brasil desde 2007, formado por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país. Segundo Édison, 35 milhões de brasileiros ainda não têm água tratada, o que equivale à população inteira do Canadá. Segundo o “esgotômetro”, medidor de esgoto despejado na natureza, disponível no site do Trata Brasil, mais de 1,5 milhão de piscinas olímpicas de esgoto foram lançadas ao meio ambiente no Brasil desde 1º de janeiro de 2019. — O Brasil exporta tecnologia agrícola e não consegue ainda entregar esgoto tratado — lamentou. Édison Carlos disse ainda que a falta de saneamento básico impacta mais as mulheres, que geralmente são as que mais perdem dias de lazer, de aula e de trabalho pelo fato de terem que se deslocar para buscar água potável e cuidar dos doentes da família. A falta de coleta de esgoto também atinge 59% das escolas do ensino fundamental no Brasil, segundo ele. A falta de saneamento básico implica o aumento de doenças na população. Segundo Édison, há mais de 300 mil internações por ano no Brasil causadas por diarreias graves. Além das doenças, há ineficiência da entrega de água. O presidente do Trata Brasil informou que, em 2017, o Brasil teve prejuízo de R$ 11 bilhões, o que daria para ter abastecido 30% da população.
Fonte: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/09/25/brasil-tem-48-da-populacao-s em-coleta-de-esgoto-diz-instituto-trata-brasil
Exemplo – Redação sobre Saneamento básico no Brasil
Desde a colonização do Brasil, o “gigante adormecido”, a nação é caracterizada pelo multiculturalismo, pela diversidade ética e pela intensa estratificação social. Nesse contexto, a falta de saneamento básico assola a imensa maioria da população, uma vez que as políticas públicas estão alicerçadas em paradigmas estabelecidos pelos donos do capital, os quais não vislumbram a melhoria da condição de vida das populações menos favorecidas como instrumento que agregue valores econômicos e sejam propulsores do desenvolvimento.
Em um primeiro momento, conforme as ideias de Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e de pensar. Nessa perspectiva, os “senhores de terra, no modelo de colonização aqui implementado, utilizaram a força de trabalho escrava africana e indígena, tendo sido idealizado um modo de pensar e de agir em que os bens materiais se sobrepõem ao valor humano. Sendo assim, a maior parte do corpo social, que está inserido nas classes C, D, e E, não consegue expor, manifestar e exigir que as suas necessidades sejam atendidas. Desse modo, existem inúmeras cidades com esgotos a céu aberto, sem tratamento de água, coleta e destinação adequada do lixo urbano e rural, o que afeta a qualidade de vida e a saúde dos indivíduos.
Em outra abordagem, consoante ao pensamento de Kant, o homem é aquilo em que a educação o transforma. Dessa maneira, em muitos casos, os insuficientes rendimentos das famílias provocam a evasão escolar e o baixo nível de aprendizado do povo. Isto posto, as forças que dominam os meios produtivos e administrativos, com seus preconceitos arraigados em padrões de séculos passados, insistem em políticas de assistencialismo, as quais resultam em dividendos eleitorais, sem a destinação de recursos para a modernização e implantação de melhorias nas condições de sanidade da população. Um desses exemplos ocorre na cidade de Pelotas – RS (cidade com mais de 300.000 habitantes) que é banhada pela maior laguna do mundo (Laguna dos Patos), a qual recebe todo o esgoto produzido na cidade. Portanto, a fim de melhorar as condições de saneamento básico da população, é necessário que as associações comerciais e industriais, os sindicatos dos trabalhadores e patronais, as ONGs e as escolas promovam projetos que ensejem a formação de cidadãos com pleno desenvolvimento cognitivo, biopsicossocial, críticos e atuantes nas suas comunidades, possibilitando que reivindiquem os direitos básicos e necessários a sua existência e o acesso aos padrões mínimos de qualidade de vida, por intermédio de políticas públicas, as quais contemplem e estabeleçam a transformação social e a construção de uma sociedade mais equânime com respeito a individualidade e a dignidade humana.