Ah… a polêmica do uso de agrotóxicos! E põe polêmica nisso!
Será verdade que adoecem a população? Será verdade que, sem eles, a fome é inevitável? Role a tela e veja o embrolho que envolve esse assunto – é seu tema de redação do Enem desta semana!
Assim, sua redação dissertativa argumentativa desta semana deve comentar as “causas e consequências do uso de agrotóxicos”. Além das causas e das consequências, é preciso incluir propostas de intervenção.
Bem, o caso está nas suas mãos a partir de agora!
TEXTO 1
O mito da superioridade dos orgânicos
(…)
O pesticida orgânico precisa ser um produto de ocorrência natural. Não pode ser sintético – isto é, uma molécula criada em laboratório. Mas não ser sintético não quer dizer que seja bom ou seguro. Um critério que só leva em conta origem e modo de produção ignora fatores como impacto ambiental ou riscos à saúde. Com isso, acabamos tendo produtos piores e menos eficazes, simplesmente porque são “naturais”.
(…)
Ademais, vale a pena comprar alimentos orgânicos? Eles são, em média, 40% mais caros que os convencionais, mas seus defensores alegam que são mais saborosos e nutritivos, não contêm resíduos de pesticidas, e que a agricultura orgânica usa modos de produção menos prejudiciais ao ambiente.
(…)
Assim, como o agricultor não pode usar fungicidas sintéticos, ele se vale do sulfato de cobre, um produto natural, mas muito tóxico. A ingestão de cobre é deletéria para fígado e rins em humanos, e o produto também apresenta toxicidade elevada para pássaros e pequenos mamíferos. O sulfato de cobre não degrada no solo, e pode contaminar rios e lençóis freáticos. É classificado como altamente tóxico para o meio-ambiente, altamente tóxico para microrganismos de solo, e altamente tóxico para animais aquáticos. A bula indica seu armazenamento em local com sinalização de “VENENO” para evitar acidentes.
fonte: aprosoja
TEXTO 2
Por que o agrotóxico é polêmico?
Para ambientalistas, o produto químico muda a naturalidade do ecossistema de onde ele é aplicado, o que cria uma nova população de insetos, bactérias e ervas daninhas que não são necessariamente próprias da região.
Se mal aplicado, o agrotóxico também pode atingir lavouras vizinhas, criando problemas para produções orgânicas ou, até mesmo, matar plantações e florestas sensíveis ao produto químico. Isso sem contar os riscos que os trabalhadores rurais correm se o produto não for usado da maneira correta.
Além disso, o veneno mal utilizado pode ser responsável pela morte de abelhas, insetos importantíssimos para garantir a polinização das plantas, um processo fundamental no ciclo da agricultura.
Ademais, outro ponto é que o agrotóxico pode deixar resíduos nos alimentos e no lençol freático, atingindo água de rios.
No caso da comida, em alguns casos, o pesticida fica apenas na casca do produto, podendo ser eliminado em uma lavagem. Assim, em outras situações, ele age dentro do organismo da planta e de seus frutos, e não é possível eliminar 100% desse residual.
Adaptado de: g1 globo
TEXTO 3
Reginaldo Minaré, diretor técnico-adjunto da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), reconhece que os pesticidas são produtos químicos perigosos e, por isso, “precisam ser manuseados com cuidado”. Entretanto, ressalva que, considerando o volume aplicado no país, o trabalhador está até “bastante protegido”.
“Temos a preocupação de preparar os agricultores e de fornecer assistência técnica para que façam uso adequado dessas substâncias, essenciais para a agricultura nacional”, diz. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) capacitou mais de 200 mil trabalhadores rurais para o uso de agrotóxicos na última década, segundo Minaré – há no Brasil 15 milhões de pessoas ocupadas em estabelecimentos agropecuários, conforme o Censo Agro 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ademais, o diretor da CNA defende que é preciso ampliar a conscientização sobre o emprego correto dos equipamentos. “Mas não vejo despreparo dos trabalhadores. Estamos caminhando para um patamar interessante de segurança.”
fonte: Yuri Vasconcelos e Frances Jones, pesquisa Fapesp em https://revistapesquisa.fapesp.br/agrotoxicos-podem-afetar-a-saude-de-trabalhadores-rurais/
Repertórios socioculturais relacionados ao tema “Causas e consequências do uso de agrotóxicos”
livro – o livro Agradeça aos agrotóxicos por estar vivo, do jornalista Nicholas Vital, é leitura obrigatória, até para leigos; resultou de uma vasta e séria pesquisa que comprova o título.
estatísticas – O Guia do Estudante tem números interessantes para ajudar no repertório sobre agrotóxicos, não perca!
vídeo – o professor Thiago Maia, do RJ, é muito didático ao explicar o que agricultura orgânica tem a ver com agrotóxicos – assista ao vídeo!
1 – reportagem – o site CropLife Brasil responde se os pesticidas ficam nos alimentos, e derruba outros mitos sobre eles; pode usar como repertório: a CropLife Brasil reúne especialistas em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para a produção agrícola sustentável!
2- reportagem – se precisar de repertório para embasar as consequências dos defensivos agrícolas, este artigo do Estadão tem tudo.
3 – reportagem – pode ser que outros países usem mais pesticidas que o Brasil; pelo menos é o que diz o artigo da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil.
4 – vídeo – há casos em que os pesticidas adoecem os trabalhadores, e você vai ver tudo sobre isso nesta reportagem.
5 – vídeo – um debate cheio de repertório para sua redação sobre os defensivos agrícolas (os agrotóxicos), no ótimo canal da USP Talks.
6 – notícia – se você acha que a polêmica é pouca, saiba que o Senado facilitou a importação de agrotóxicos no Brasil.
7 – vídeo – uma verdadeira aula cheia de repertório de estudiosos, sobre os agrotóxicos, organizada pelo pessoal da UFSC.
Falar de causas e consequências do uso dos agrotóxicos não é fácil. Assim, quer dizer, não pra você, afinal você já tem todo o material necessário. E sua redação? Vai enviar para nossos corretores? Queremos ver seu nome aqui, hein…