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Tema: Golpe de Estado na Turquia

A tentativa de derrubar a democracia e a importância da reação do povo

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita padrão da língua portuguesa sobre o tema: Golpe de Estado na Turquia: a tentativa de derrubar a democracia e a importância da reação do povo. Sua redação deve apresentar propostas de intervenção que respeitem os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Atente-se para o número mínimo de 7 linhas e máximo de 30 para desenvolver suas ideias.

O que está acontecendo na Turquia? Por que os militares tentaram tomar o poder?

Após uma série de golpes militares reais no passado, o povo turco agora reage a qualquer sinal de intervenção militar com a mesma preocupação imediata de um paciente pós-câncer que descobre um pequeno nódulo.

Por Opera Mundi

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O que aconteceu? O que precisamos saber?

Na noite de 15 de julho, um grupo de soldados turcos assumiu o controle de várias instituições em Istambul e Ancara, no que parece ter sido uma tentativa de golpe mal planejada. As forças policiais – auxiliadas por um grande número de cidadãos ordinários turcos– conseguiram frustrar o golpe. Chamados às ruas pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, enormes grupos de homens tomaram as ruas para impedir as unidades do exército de entrarem em prédios governamentais. O golpe foi declarado encerrado na manhã do dia 16 de julho.

Então, o povo turco apoia o presidente Erdogan?

Graças a uma longa história de golpes militares, o ódio do povo turco a intervenções militares é muito maior do que sua aversão ao seu líder autocrático. Turcos de todos os espectros políticos compartilham o mesmo sentimento de que até uma péssima democracia é melhor do que um governo militar.

Por que os militares tentaram tomar o poder?

A explicação muda de acordo com em quem você escolhe acreditar.

Uma declaração supostamente feita pelos militares alega que seu propósito era “reinstituir a ordem constitucional, a democracia, os direitos humanos e as liberdades”. Porém, o presidente Erdogan e sua rede midiática pró-governo bombardearam o povo turco com alegações de que o golpe foi obra de um grupo clandestino, que teria infiltrado todos os órgãos estatais, organizado por um clérigo muçulmano chamado Fethullah Gülen, que é aposentado e vive na Pensilvânia. Pouca evidência sólida dessa conspiração foi apresentada até o momento.

Gülen negou qualquer envolvimento. De fato, ele e outros grupos oposicionistas alegam que o golpe foi, na verdade, orquestrado por Erdogan como desculpa para subjugar a oposição política e definitivamente mudar o sistema governamental da Turquia para uma presidência executiva (o que, na prática, tornaria Erdogan um sultão moderno). Essa explicação também não é inteiramente convincente – a alegação de que Erdogan planejou um falso golpe contra seu próprio governo para extirpar a oposição de dentro do exército e do Supremo Tribunal é muito grande para se levar em conta.

O que o povo turco acha?

A Turquia está extremamente polarizada. Metade a população acredita em qualquer coisa que o presidente diga, enquanto a outra metade tende a acreditar no oposto. Posições a favor e contra o regime de Erdogan tornaram-se tão enraizadas que não há como convencer qualquer lado com evidência e lógica.

Erdogan é como quiabo: algumas pessoas o amam intensamente; para outras, ele é nojento. Ninguém na Turquia é imparcial quando se trata do presidente.

De onde vem essa divisão na opinião pública?

Clivagens sociais tradicionais na Turquia incluem religiosos contra laicos, turcos contra curdos e periferias pobres contra centros urbanos ricos. Junto com a Primavera Árabe e a investigação de corrupção de 2013, surgiu uma nova cisão: pró-Erdoganismo e anti-Erdoganismo.

[…]

Disponível em: revista forum

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A verdade por trás da derrota do golpe militar na Turquia

Golpes militares infelizmente não são derrotados com flores, mas a base do derramamento de sangue de pessoas inocentes. O mote que correu o mundo foi que o “golpe na Turquia foi vencido pelo povo nas ruas”. Esse, porém, é apenas um pedaço da história. Confira as imagens do episódio que não foram amplamente divulgadas.

O golpe militar na Turquia foi derrotado pelo povo nas ruas!

Esse foi o mote que correu o mundo. A imagem de civis em cima dos tanques rebelados, braços erguidos com os dedos em V e bandeiras desfraldadas, diz tudo. Aqui no Brasil, isso encheu de júbilo muitos corações de esquerda.

Só que… isso foi apenas um pedaço da história.

Nem todas as imagens do episódio foram amplamente divulgadas, como por exemplo o vídeo abaixo (link), que mostra o enfrentamento entre civis e as tropas rebeladas sobre a ponte que atravessa o estreito de Bósforo, então tomada pelos golpistas (alerta: imagens fortes e perturbadoras)

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O que o vídeo mostra são pessoas sendo metralhadas e mortas pelas tropas.

A pergunta: Se Erdogan tinha a maior parte das tropas do seu lado (e ele tinha), por que não mandou suas tropas leais sufocarem o golpe, ao invés de convocar nas redes sociais os civis a fazê-lo?

A resposta: Porque as tropas rebeladas estavam justamente buscando a adesão das demais tropas, para que o golpe tivesse sucesso. Militares não gostam de ser chamados a combater (e matar) os seus companheiros de farda, assim Erdogan correria o risco de não ser obedecido, ou, pior, de que suas tropas acabassem por se juntar ao golpe.

O agravante: Erdogan sabia que o golpe ocorreria. Então, tudo pôde ser antecipadamente planejado – inclusive o seu vídeo de chamamento à população divulgado por celular (era preciso aparentar improviso).

Erdogan e o governo turco tinham plena consciência de que vidas inocentes acabariam sacrificadas. Como bem descreveu o analista Tayfur Hussein, da Bulgária (nessa entrevista): “The call, which he made to his excited supporters had come out against the plotters. This call only mean death for many innocent people. We have the military who are trying to carry out a coup, carrying military weapons. It is assumed that they will take all measures to achieve their success, including to kill people.”

Tradução: “O chamamento feito por ele [Erdogan] aos seus entusiasmados adeptos voltou-se contra os golpistas. [Entretanto] aquele chamado somente poderia significar a morte para muitas pessoas inocentes. Havia os militares, portando armamento militar, que estavam tentando fazer um golpe dar certo. O pressuposto é que eles fariam qualquer coisa para atingir seu objetivo, inclusive matar pessoas”.

Ainda na entrevista: “I must point out that you can not expect anything good from any military coup. No return to democracy. And the worst democracy is preferable to any kind of military dictatorships and coups” (“Eu quero enfatizar que não se pode esperar nada de bom de nenhum golpe militar. Nenhum retorno à democracia. E a pior democracia é preferível a quaisquer formas de ditaduras militares e golpes”).

Conterrâneos: mais claro, impossível.

Disponível em: pragmatismo politico

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