Leia os textos abaixo e faça uma redação sobre Tema de redação: Por que somos um país de não-leitores e como podemos mudar isso?
Texto I
Talvez muitos brasileiros ignorem o pouco que se lê nesse país em relação ao resto do mundo. Talvez não saibam que em um ranking dos 30 países onde mais se lê, segundo a agência Nop World, o Brasil aparece na rabeira, à frente apenas de Taiwan e Coreia. […]
Ganham do Brasil em número de livros lidos e de horas de leitura por pessoa, por exemplo, Venezuela, México ou Argentina dentro do continente. Fora dele, turcos, egípcios, árabes sauditas, húngaros, poloneses, indonésios, filipinos e russos –entre muitos outros– leem mais que os brasileiros.
E talvez a grande massa de brasileiros estranhasse saber que os dois países onde se leem mais livros por pessoa e se dedicam mais horas à leitura no mundo são a Índia e a China.
É possível que um analfabeto ou alguém que não tenha lido um livro na vida possa revelar uma sabedoria natural, um senso comum agudo e até uma grande carga de poesia.
Conheci algumas pessoas assim na minha vida. Entretanto, o mais natural é que um país que não lê ou que aparece, como o Brasil, entre os piores leitores do mundo, esteja comprometendo seu desenvolvimento futuro –não apenas cultural, mas também econômico. Mais ainda, dificilmente entrará no rio da modernidade e do progresso um país não-leitor ao mesmo tempo que será refém dos poderes dominantes. […]
Fonte: brasil elpais
Texto II
[…] – Historicamente, somos um país analfabeto. E a resposta mais simples, que é um clichê, é dizer que tudo envolve o processo educacional, que no Brasil se mostrou ser um fracasso – avalia Diego Grando, poeta e professor de literatura.
Os especialistas tendem a concordar que a educação no Brasil é um problema que não se restringe à literatura, mas projetos paliativos não vão solucionar a questão central. Regina lembra que há uma tentativa de popularização do livro, mas que o preço de uma obra ainda é alto. O professor Sergius Gonzaga, ex-secretário da Cultura de Porto Alegre, avalia que só uma “discussão ampla” e uma “mudança radical dos currículos” podem fazer com que as gerações futuras mudem essas taxas.
– Sem uma ação efetiva do Estado, não vejo alternativa. O Brasil iniciou tardiamente o seu processo de escolarização, e isso se deu no início dos anos 1960. Na mesma época, o país entra na era do audiovisual, com TV e cinema. Ou seja, o país pula do analfabetismo direto para o audiovisual, não consegue formar uma cultura de leitura. […]
Fonte: gauchazh clicrbs
Texto III
Não é novidade para ninguém. Nos Estados Unidos e na Europa, um livro sai bem mais barato que no Brasil. […] O problema é a tiragem. Enquanto outros países trabalham com tiragens médias de mais de 10 000 exemplares por edição, no Brasil esse número fica na casa dos 2 000. O mercado é pequeno, vende-se pouco, e elevar essa média é produzir encalhes. Daí que, com edições reduzidas, o custo por unidade sobe. O raciocínio é bem simples. Fora o papel, que varia segundo a quantidade de exemplares, toda edição tem um custo fixo, do qual não dá para fugir. Composição das páginas, máquinas, revisões, ilustrações, tudo isso independe da tiragem. E quando se divide o custo fixo pelo número de exemplares, tem-se o custo unitário.
Como o mercado brasileiro se organizou com base nas pequenas tiragens, o preço final de um volume é sempre alto. Mesmo os best-sellers, que vendem dezenas de milhares de cópias, custam caro, já que os editores fixam o preço com base em padrões (um certo “x” por página) estabelecidos a partir das baixas tiragens. A vantagem, dos editores, é que best-sellers dão mais lucro. E quase sempre compensam o prejuízo dos títulos que acabam encalhando nas prateleiras.
O leitor brasileiro é prejudicado pelas tiragens pequenas. Como o mercado de livros no Brasil é bem reduzido, as edições são minguadas. Na média, não passam dos 2 000 exemplares. A equação é cruel: tiragens mínimas projetam o custo unitário lá para as alturas. O leitor, quando pode, é quem acaba pagando a conta. […]
Fonte: super abril cultura
Texto IV
[…] Em 13 de maio de 1808, foi oficializada por Dom João a instalação de uma casa impressora, que seria destinada a publicar a papelada oficial do governo. Embora fosse reservada apenas para os assuntos do governo, a Impressão Régia foi um marco de mudança, uma vez que, antes dela, os livros que se consumiam no Brasil vinham quase que exclusivamente da Europa.
Se apenas em 1808 o Brasil pôde contar com uma máquina de impressão oficial, por um pouco mais de duzentos anos é que se foi fomentando, a passos de formiga, a leitura. Sendo assim, é natural que nossos índices sejam mais baixos que o restante dos países mais desenvolvidos.
Entretanto, existe um detalhe nessa história. Os Estados Unidos começaram a ser colonizados um pouco antes do Brasil, mas têm um índice de leitura bem maior. Como se explica? […]
Fonte: papo de homem
Com base nos textos motivadores e no seu conhecimento, produza um texto dissertativo-argumentativo tendo como Tema de redação: Por que somos um país de não-leitores e como podemos mudar isso?