Você já ouviu falar em arquitetura hostil? Conheça esta proposta de redação sobre o assunto e pesquise sobre esse tema da atualidade.
Leia os textos motivadores. Com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Arquitetura hostil e exclusão de pessoas em situação de rua”. Use a em modalidade escrita formal da língua portuguesa e apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Confira o tema Arquitetura hostil e exclusão de pessoas em situação de rua:
Texto 1
Arquitetura hostil: a cidade é para todos?
Você já ouviu falar do termo Arquitetura hostil? Cunhado em junho de 2014 pelo repórter Ben Quinn no jornal britânico The Guardian, a matéria originalmente intitulada Anti-homeless spikes are part of a wider phenomenon of ‘hostile Architecture(As pontas de ferro anti-desabrigados são parte de um fenômeno mais amplo conhecido como “arquitetura hostil”) [1] surpreendeu cidadãos de todo o mundo que passaram a notar em seus contextos as práticas listadas por Quinn. Ali ele discorreu sobre como o desenho urbano têm influenciado o comportamento e o convívio, criticando como a abordagem ao mesmo tem buscado excluir moradores em situação de rua dos centros urbanos.
Das soluções urbanas expostas, bancos desenhados especialmente para exclusão de moradores de rua e skatistas e ainda espetos sobre muretas ou proteções sob marquises foram alguns dos exemplos citados.
Os exemplos são muitos: em Guangzhou, na China, em uma área livre coberta abaixo de um dos viadutos da cidade, foram introduzidas milhares de pedras pontiagudas para evitar que moradores de rua se apropriassem do espaço como abrigo. A mesma solução foi aplicada abaixo de viadutos e passarelas de Belo Horizonte, em Minas gerais, e em muitas outras cidades pelo mundo. Os exemplos podem ser ainda mais ríspidos. Cercas elétricas, arames farpados, grades no perímetro de praças e gramados, bancos públicos com larguras inferiores ao recomendado pelas normas de ergonomia, bancos curvados ou ainda assumindo geometrias irregulares, lanças em muretas e guarda-corpos, traves metálicas em portas de comércios, pedras em áreas livres, gotejamento de água em intervalos estabelecidos sob marquises, e tudo que puder de alguma forma afastar ou excluir pessoas “indesejáveis” dos locais públicos urbanos.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/888722/arquitetura-hostil-a-cidade-e-para-todos
Texto 2
Encruzilhada urbana: desafios para conciliar uso do espaço público, segurança e direitos humanos
Antigas gerações tinham a curiosa superstição de colocar uma vassoura atrás da porta do quarto quando chegava uma visita indesejada. Era uma espécie de simpatia para que o intruso não se demorasse. À espera pela retirada do sujeito, o sorriso ficava cada vez mais amarelo, a bandeja com suco e bolo era sutilmente retirada e, com a resistência do visitante, só faltava exibir a vassoura para que a pessoa entendesse que sua permanência não era bem-vinda.
Em 2012, as autoridades de Londres inauguraram a versão explícita da mensagem “você não deve demorar aqui” com a colocação em espaços públicos de bancos de concreto com superfície irregular. O banco de Camden, referência ao distrito da cidade onde surgiu, virou assim o símbolo da chamada arquitetura hostil, aplicada para deixar claro que o uso de determinados equipamentos públicos não é tão público assim.
No Vale do Canela, por exemplo, há um viaduto sob o qual foram colocados espetos no solo de terra batida para evitar que pessoas permaneçam no local. Na Rua Tuiuti, no Centro, um condomínio colocou objetos pontiagudos na superfície de sua área externa para evitar que pessoas passem a noite por ali.
Uma discussão que envolve não apenas o afastamento de pessoas consideradas indesejáveis, mas, no contexto brasileiro, a própria demanda por segurança por parte de moradores que se sintam ameaçados com a presença de estranhos perto da entrada de sua residência, especialmente à noite.
A antropóloga Jamile Borges acredita que a arquitetura hostil retoma uma visão higienista e a noção de que a cidade não é para todos. “Passa a ser uma cidade camarotizada, guetificada”, diz a antropóloga. Para ela, uma instituição adota um padrão arquitetônico que inclui grades para evitar, por exemplo, que mendigos durmam e ali eventualmente façam suas necessidades fisiológicas – atacam-se os efeitos, mas não a causa. “O fato de que temos mais 220 mil pessoas morando nas ruas no Brasil mostra que nunca tivemos políticas públicas para resolver a pobreza”, pontua.
Fonte: https://atarde.uol.com.br/muito/noticias/2140908-encruzilhada-urbana-desafios-para-conciliar-uso-do-espaco-publico-seguranca-e-direitos-humanos
Texto 3
Papa denuncia “arquitetura hostil” contra mais pobres
O papa Francisco condenou que os pobres sejam tratados como lixo e denunciou a “arquitetura hostil” contra essa camada da população.
“Passam-se os séculos, mas a condição de ricos e pobres se mantém inalterada, como se a experiência da história não nos tivesse ensinado nada”, disse o pontífice, ao analisar a “desigualdade” que reina nas sociedades modernas. É preciso nomear as novas formas de escravidão, disse ele.
Sensível ao tema, o sumo pontífice mencionou, entre esses novos escravos, os imigrantes, os órfãos, os desempregados, as prostitutas, os dependentes químicos, os marginalizados e as vítimas de violência.
“Chegou-se ao ponto de teorizar e construir uma arquitetura hostil para se desfazer de sua presença, inclusive nas ruas, últimos lugares de acolhida”, afirmou. São pessoas tratadas como lixo, disse, e não há sentimento de culpa por parte dos cúmplices do que ele qualificou como um escândalo.
“Aos pobres não se perdoa sequer sua pobreza”, completa o papa, que também condena “a crueldade mediante a violência da arbitrariedade”.
Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/06/13/papa-denuncia-arquitetura-hostil-contra-mais-pobres.ghtml
Escreva uma redação sobre o tema Arquitetura hostil e exclusão de pessoas em situação de rua após conferir uma lista de repertórios socioculturais que preparamos!