Você já parou pra pensar como a educação a distância mudou a vida de milhões de brasileiros nos últimos anos?
Muita gente só conseguiu entrar na faculdade por causa da EaD. Outras pessoas, no entanto, ainda olham com desconfiança para essa modalidade. E agora, com a nova política nacional aprovada em 2025, o assunto voltou a ser pauta no Brasil inteiro.
Mas será que dá pra garantir qualidade mesmo estudando de casa? Será que o ensino superior a distância prepara o estudante com a mesma profundidade de um curso presencial? Essas perguntas importam e muito, especialmente pra quem vai fazer o ENEM.
Neste post, vamos conversar sobre os desafios da educação a distância no ensino superior, entender como isso pode se transformar em tema de redação e te mostrar repertórios, argumentos e caminhos práticos pra você escrever bem.
Proposta de Redação sobre educação a distância no ensino superior
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para garantir a qualidade da educação a distância no ensino superior brasileiro”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Instruções para redação
- O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
- O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
- A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
- Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “textos insuficiente”;
- 4.2 fugir do tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
- 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
- 4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica, ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
Textos motivadores sobre educação a distância no ensino superior
Texto I — A nova política de EaD e os desafios da qualidade no ensino superior
No dia 19 de maio de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o Decreto nº 12.456/2025, que institui a Nova Política de Educação a Distância (EaD) no Brasil. Anunciada ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana, a medida visa qualificar e ampliar o acesso ao ensino superior, estabelecendo diretrizes mais rígidas e estruturadas para a oferta da modalidade remota.
A nova política reconhece o papel estratégico da EaD em um país de dimensões continentais como o Brasil, ao mesmo tempo em que impõe limites importantes: cursos como Medicina, Direito, Psicologia, Odontologia e Enfermagem passam a ser permitidos exclusivamente no formato presencial. Já outras graduações poderão seguir nos modelos EaD ou semipresencial, desde que cumpram requisitos como aulas síncronas mediadas, avaliações presenciais e infraestrutura mínima nos polos.
O texto também introduz conceitos atualizados sobre os tipos de atividade didática — presenciais, síncronas, assíncronas e mediadas —, valoriza a mediação pedagógica e cria o cargo de mediador, com função estritamente educacional e formação compatível com a área do curso. Além disso, reforça a necessidade de supervisão qualificada, com professores em número adequado ao total de estudantes e ambientes com laboratórios e espaços para estudo.
Com base em amplo diálogo com entidades acadêmicas, especialistas e movimentos sociais, a proposta pretende fortalecer a EaD como ferramenta legítima e de qualidade, ajustada às demandas da sociedade contemporânea e às exigências de uma formação integral, mesmo à distância.
Fonte adaptada: Portal MEC
Texto II — Os desafios da EaD e os riscos à qualidade do ensino superior
A Educação a Distância (EaD) no Brasil passou por uma verdadeira explosão nos últimos anos. De acordo com dados oficiais do Censo da Educação Superior, entre 2011 e 2021, o número de ingressantes em cursos EaD aumentou mais de 470%, enquanto os cursos presenciais registraram queda. Já em 2022, três em cada quatro vagas ofertadas no ensino superior foram na modalidade a distância. O avanço é inegável, mas a qualidade está acompanhando esse crescimento?
Apesar de atender a demandas urgentes como flexibilidade, ampliação de acesso e interiorização da educação, o modelo ainda enfrenta obstáculos profundos. O primeiro deles é a desigualdade no acesso à tecnologia: muitos estudantes não possuem internet de qualidade, equipamentos adequados ou um ambiente doméstico propício ao estudo. Além disso, a infraestrutura das instituições nem sempre oferece as ferramentas necessárias para garantir um processo formativo eficaz.
Outro problema grave é o preconceito do mercado de trabalho. Mesmo que o diploma EaD tenha o mesmo valor legal que o presencial, muitos empregadores ainda demonstram resistência, o que compromete a empregabilidade dos formados. A situação se agrava quando a própria instituição não investe na formação de seus professores, que precisam dominar ferramentas digitais, ter fluência didática no ambiente virtual e acompanhar o ritmo dos alunos com estratégias interativas.
Fonte adaptada: Horário.com.br
Texto III — Educação a distância: panorama, desafios e oportunidades
Com o avanço das tecnologias digitais, a educação passou por transformações profundas. A internet não apenas facilitou o acesso à informação, mas também expandiu fronteiras com o crescimento da Educação a Distância (EaD), especialmente durante a pandemia da Covid-19.
Hoje, essa modalidade se apresenta como alternativa viável para quem busca mais flexibilidade, economia e inovação no processo de formação. Mas será que o país está preparado para garantir a qualidade desse modelo?
A EaD funciona por meio de plataformas digitais que permitem o ensino remoto, com interações em tempo real (síncronas) ou em horários livres (assíncronas). Aulas, provas, fóruns, atividades avaliativas e atendimentos são realizados online — por computador, celular ou tablet.
Entre as vantagens, estão: menor custo com deslocamento, liberdade para estudar de qualquer lugar, formatos diversificados de conteúdo e certificados com validade igual à dos cursos presenciais. Porém, a modalidade também exige autonomia, disciplina e capacidade de organização, o que pode dificultar a jornada para muitos estudantes.
Além disso, é preciso enfrentar desafios estruturais persistentes no Brasil, como:
- Desigualdade no acesso à internet: segundo a PNAD TIC 2018, cerca de 46 milhões de brasileiros ainda não possuem conexão à internet, especialmente em zonas rurais. Isso compromete o acesso igualitário ao ensino remoto.
- Preconceito do mercado de trabalho: muitos empregadores ainda veem com desconfiança os diplomas EaD, apesar de sua legalidade e exigência de esforço autônomo por parte do estudante.
- Capacitação docente: professores precisam estar preparados para lidar com metodologias digitais, adaptando-se às exigências das novas tecnologias e dos ambientes virtuais.
Mesmo diante de tantos obstáculos, a educação a distância já tem história no país. Hoje, com plataformas digitais robustas e acessíveis por celular, a EaD atinge milhões de brasileiros nas mais diversas etapas da formação.
Durante a pandemia, o crescimento foi ainda mais intenso. O Google apontou que as buscas por cursos EaD cresceram 130% no período. Instituições de ensino precisaram se adaptar rapidamente ao ensino remoto emergencial. Em seguida, muitas optaram pelo modelo híbrido, combinando aulas presenciais e a distância — o que mostra que a EaD veio para ficar, mas precisa evoluir com responsabilidade e equidade.
Fonte adaptada: ANPG.org.br
Texto IV — A ironia da fiscalização na educação a distância no ensino superior
Na charge enviada por Pensador Anônimo, um professor dá um aviso sério sobre colas durante uma prova: “se eu pegar alguém colando, retiro a prova e mando direto para a coordenação”. No entanto, o detalhe irônico é que o professor fala sozinho em uma sala física, enquanto os alunos aparecem apenas pelos monitores dos computadores, cada um em sua casa, representando a sala de aula virtual.

Fonte adaptada: Facebook – Pensador Anônimo
Repertórios para usar em temas sobre educação a distância no ensino superior
Filmes e séries
1. Black Mirror – Episódio “Nosedive” (2016)
Esse episódio ilustra uma sociedade guiada por pontuações sociais virtuais, revelando os efeitos da performance digital. De forma análoga, a educação a distância pode induzir uma cultura de imagem, em que a aprendizagem real dá lugar à aparência de produtividade.
2. The Social Dilemma (2020)
O documentário discute como os algoritmos moldam comportamentos e isolam os usuários. Isso dialoga com os desafios do EaD, no qual o estudante, muitas vezes solitário, fica refém de plataformas digitais que não priorizam necessariamente o aprendizado crítico.
3. Merlí (2015–2018)
A série espanhola valoriza a presença e o diálogo entre professor e aluno, destacando as lacunas emocionais e pedagógicas que podem surgir no ensino remoto quando não há mediação qualificada.
4. The Great Hack (2019)
Ao tratar do uso de dados em campanhas políticas, o filme levanta debates éticos também aplicáveis à educação a distância, especialmente sobre o uso de dados estudantis por plataformas de ensino.
Livros
1. A Sociedade do Cansaço, de Byung-Chul Han
A obra analisa como a cobrança por desempenho individual gera esgotamento psíquico. Essa lógica está presente no EaD, em que o estudante se sente constantemente pressionado a produzir sem apoio humano direto.
2. Educação e Democracia, de Paulo Freire
Freire defende o diálogo como essência do ensino. Sua crítica ao ensino bancário se alinha à reflexão sobre os perigos de um EaD tecnicista, sem espaço para a escuta e construção coletiva do conhecimento.
Atualidades
1. Nova Política de EaD (Decreto nº 12.456/2025)
Esse marco regulatório reformula a educação a distância no Brasil, criando o modelo semipresencial e impondo critérios mínimos de presencialidade, mediação pedagógica e qualidade da infraestrutura.
2. Portaria nº 378/2025 – MEC
Define os formatos e a carga horária mínima de atividades presenciais em cursos a distância. Representa um avanço na tentativa de equilibrar inovação com garantia de qualidade.
3. Censo da Educação Superior 2022 – Inep/MEC
O levantamento revela que 75% das vagas ofertadas no ensino superior são EaD, sinalizando a importância de discutir os impactos dessa expansão nas condições de ensino, no mercado de trabalho e na formação docente.
🧠 Argumentos para utilizar na redação sobre EaD
Argumento 1 – Desigualdade de acesso tecnológico
Causa:
O ensino a distância exige recursos como internet de qualidade e dispositivos digitais — o que ainda não é realidade para grande parte dos estudantes brasileiros. Essa exclusão está diretamente ligada às desigualdades socioeconômicas que atravessam o país.
Consequência:
Sem acesso às ferramentas básicas, muitos alunos ficam para trás. Isso aumenta as taxas de evasão, reduz a qualidade do aprendizado e amplia o abismo educacional entre as diferentes classes sociais.
Detalhamento:
De acordo com a Pesquisa TIC Domicílios 2023, mais de 21 milhões de brasileiros não têm acesso à internet. Em regiões rurais e nas periferias urbanas, a situação é ainda mais grave.
Repertório para comprovar:
A série 3% (Netflix) retrata uma sociedade dividida entre acesso e exclusão, onde apenas uma minoria tem a chance de alcançar uma vida melhor.
Argumento 2 – A precariedade da infraestrutura digital nas instituições de ensino superior
Causa:
Um dos principais entraves à consolidação da educação a distância no Brasil é a falta de investimento em infraestrutura tecnológica por parte das instituições de ensino superior. Muitas universidades privadas, sobretudo de pequeno porte, não dispõem de plataformas robustas, ambientes virtuais intuitivos ou suporte técnico eficiente para os alunos.
Consequência:
Essa limitação compromete diretamente a qualidade da experiência educacional e a permanência dos estudantes. Sem acesso a sistemas estáveis, ferramentas interativas e canais de comunicação eficazes, os alunos enfrentam obstáculos para acompanhar o conteúdo, participar das atividades e se manter motivados, o que pode levar ao aumento da evasão e à sensação de isolamento acadêmico.
Detalhes:
Além da plataforma de ensino, também faltam recursos complementares como salas de aula virtuais com mediação ativa, fóruns bem moderados e materiais adaptados às diferentes realidades de conectividade. Em regiões com sinal de internet instável ou baixa renda per capita, esses obstáculos se tornam ainda mais evidentes, agravando as desigualdades e impedindo que o EaD cumpra seu papel social de ampliar o acesso à educação.
Repertório que comprove:
De acordo com o Censo da Educação Superior de 2022, enquanto as matrículas na modalidade EaD cresceram, o número de instituições com avaliação satisfatória do MEC ainda é limitado.
Conclusão
Por fim, a educação a distância não é uma solução provisória: ela é uma realidade consolidada, que representa acesso, inovação e autonomia no processo de aprendizagem. Mas para que cumpra esse papel com qualidade, é preciso superar os desafios que ainda limitam sua eficácia, da desigualdade digital à formação continuada dos docentes.
A transformação só é possível com investimento, compromisso institucional e tecnologias que realmente apoiem o estudante. E é por isso que, aqui na plataforma, trabalhamos todos os dias para que o conhecimento ultrapasse as barreiras da tela, com correções inteligentes, apoio personalizado e um ambiente virtual de aprendizagem pensado para quem sonha com a aprovação.
💻A educação muda quando você tem as ferramentas certas.