Os desafios da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) diante do envelhecimento populacional no Brasil | Tema de redação

EJAI

Você já parou para pensar que o Brasil está envelhecendo em ritmo acelerado e que isso traz impactos diretos para a educação? Segundo o IBGE, em 2022 o país contava com mais de 32 milhões de pessoas idosas, representando 15,8% da população – um crescimento de mais de 50% em apenas uma década. Projeções indicam que, em 2030, os idosos serão mais numerosos do que as crianças de 0 a 14 anos. Esse cenário demográfico coloca desafios urgentes para a garantia do direito à educação, especialmente para quem não teve acesso à escola na idade adequada.

Nesse contexto, a EJA (Educação de Jovens e Adultos), que passa a ser discutida agora como EJAI (Educação de Jovens, Adultos e Idosos), torna-se fundamental. Mais que alfabetizar, a modalidade precisa oferecer oportunidades de atualização de conhecimentos, inclusão digital, convivência social e realização pessoal para a terceira idade. Para vestibulares e concursos, esse é um tema quente, pois conecta direito à educação, políticas públicas, inclusão social e envelhecimento populacional.

Mas, afinal: quais são os principais desafios e soluções possíveis para a educação de idosos no Brasil?

Textos motivadores sobre a Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI)

Texto I – O que propõe o Projeto de Lei 2679/24 ao incluir idosos na Educação de Jovens e Adultos?

Projeto inclui idosos na modalidade de educação de jovens e adultos

O Projeto de Lei nº 2679/2024, em tramitação na Câmara dos Deputados, propõe incluir os idosos na Educação de Jovens e Adultos (EJA), que passará a se chamar Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI). O objetivo é ampliar o acesso ao ensino fundamental e médio para pessoas com mais de 60 anos que não tiveram oportunidade de estudar na idade adequada.

Segundo o autor do projeto, deputado Ossesio Silva (Republicanos-PE), a medida busca assegurar que políticas educacionais sejam adaptadas às necessidades específicas da terceira idade, com materiais didáticos adequados, métodos inclusivos e apoio psicossocial.

No Brasil, de acordo com dados da PNAD Contínua (2021), 31,2 milhões de pessoas têm 60 anos ou mais, o que representa 14,7% da população total. A Região Sudeste concentra os maiores índices de envelhecimento, chegando a 16,6%, enquanto o Rio de Janeiro lidera entre os estados, com 19,1% de idosos em sua população.

EJAI

O envelhecimento populacional reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à inclusão educacional da terceira idade. Além de garantir o direito constitucional à educação, a proposta pretende promover autonomia, inclusão social e qualidade de vida aos idosos brasileiros.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Texto II – Quais são os principais benefícios e desafios da EJA para a terceira idade?

Os desafios da EJA na educação para a terceira idade

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem papel fundamental na promoção da inclusão educacional, especialmente para pessoas que decidem retomar os estudos mais tarde na vida. Entre os idosos, a modalidade se apresenta como oportunidade de atualização de conhecimentos, realização de sonhos adiados, manutenção da mente ativa e fortalecimento de vínculos sociais.

Contudo, essa etapa enfrenta diversos desafios. Muitos alunos da terceira idade demonstram resistência à aprendizagem, motivada pela insegurança em acompanhar o ritmo escolar após longos períodos fora da sala de aula. Soma-se a isso a dificuldade de adaptação às tecnologias digitais, cada vez mais presentes nos processos educativos, e as barreiras físicas impostas por limitações de saúde e de mobilidade.

Para superar esses obstáculos, especialistas defendem abordagens pedagógicas contextualizadas, que valorizem a experiência de vida dos idosos e promovam um aprendizado significativo. O apoio psicossocial também é essencial, fornecendo segurança emocional para lidar com o estresse e a autoconfiança no processo de aprendizagem. Além disso, o uso de tecnologias adaptativas, como plataformas acessíveis, letras ampliadas e recursos de áudio, facilita a inclusão desse público no universo escolar.

Assim, apesar dos desafios, a EJA para a terceira idade demonstra ser uma oportunidade de promover não apenas o acesso ao conhecimento, mas também a dignidade, a autonomia e a inclusão social das pessoas idosas no Brasil.

📌 Fonte: Humaitá Digital (2023). 

Texto III – Como o envelhecimento populacional pressiona o sistema educacional brasileiro?

O envelhecimento da população e os desafios à educação

O Brasil vive um acelerado processo de envelhecimento populacional. Segundo o Censo Demográfico de 2022, o país contava com pouco mais de 32 milhões de pessoas idosas, um aumento de 56% em relação a 2010. Esse grupo já representa 15,8% da população, com projeções que indicam que, em 2030, o número de idosos será maior do que o de crianças entre 0 e 14 anos.

Esse cenário impõe desafios diversos, inclusive no campo educacional. O direito à educação da pessoa idosa já não pode se restringir à alfabetização tardia ou ao acesso básico à escola. Muitos idosos, mesmo tendo concluído a educação básica ou superior, desejam ou precisam continuar sua formação ao longo da vida, seja por atualização de conhecimentos, realização pessoal ou integração social.

Entretanto, a pedagogia e as políticas educacionais brasileiras ainda avançam lentamente na incorporação das demandas desse público. A mudança da nomenclatura de EJA (Educação de Jovens e Adultos) para EJAI (Educação de Jovens, Adultos e Idosos) em alguns documentos e debates educacionais sinaliza uma ampliação de perspectiva, mas ainda insuficiente para responder à complexidade do fenômeno.

É urgente construir experiências educativas inclusivas, flexíveis e adaptadas às necessidades da terceira idade, indo além dos modelos tradicionais de escolarização. Isso exige ações que articulem políticas públicas, profissionais da educação e práticas pedagógicas inovadoras, para que os idosos possam exercer plenamente seu direito à formação contínua.

📌 Fonte: Brasil de Fato (2024). 

Texto IV – Quais políticas públicas enfrentam os desafios do envelhecimento e das demências no Brasil?

Desafio do envelhecimento no Brasil: políticas públicas e a realidade das demências

O envelhecimento da população brasileira exige políticas públicas consistentes e intersetoriais. A Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, tem como missão monitorar e fomentar iniciativas que garantam autonomia, inclusão social e proteção contra a violência e o abandono.

Entre os principais desafios está a necessidade de encarar o envelhecimento não apenas como uma fase de vulnerabilidades, mas também como um período de oportunidades. Isso envolve desde a inclusão digital e o acesso a serviços básicos de saúde e assistência até o estímulo ao convívio intergeracional, combatendo a discriminação etária e o isolamento social.

Um ponto de destaque é a Política Nacional de Cuidado Integral para Pessoas com Demência, que busca oferecer suporte tanto às pessoas acometidas por quadros demenciais quanto a seus familiares. Projetos como Envelhecer nos Territórios e Vida Digna em Casa já estão sendo implementados em caráter piloto, levando cuidados comunitários e assistência direta para idosos em diferentes regiões do Brasil.

Essas ações revelam um esforço crescente para garantir que a população idosa não apenas sobreviva, mas tenha qualidade de vida, dignidade e participação ativa na sociedade, mesmo diante de condições complexas como as demências.

📌 Fonte: Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (FEBRAZ).

Quais repertórios usar para abordar o tema da EJAI?

Quais pensadores ajudam a compreender o direito universal à educação?

Para sustentar o tema, é essencial recorrer a autores clássicos e contemporâneos que tratam da educação como direito e prática de liberdade.

  • Paulo FreirePedagogia do Oprimido (1968): defende a educação como ferramenta de emancipação, fundamental para grupos historicamente excluídos, como os idosos.
  • Norberto BobbioA Era dos Direitos (1992): reforça que novos grupos sociais precisam ter seus direitos incorporados, o que legitima a inclusão dos idosos na política educacional.
  • Martha NussbaumCreating Capabilities (2011): sua teoria das capacidades humanas pode fundamentar a necessidade de garantir aos idosos oportunidades de desenvolvimento contínuo.
  • Hannah ArendtA Condição Humana (1958): aponta para a importância da participação ativa dos indivíduos na vida pública, mesmo em idades avançadas.

➡️ Ao citar esses pensadores, o candidato demonstra conhecimento sólido e crítico sobre o tema.

Qual legislação garante a educação como direito em todas as idades?

Além da discussão filosófica, a legislação brasileira é uma fonte poderosa de repertório.

  • Constituição Federal (art. 205 e 208) – a educação é direito de todos e dever do Estado.
  • Estatuto da Pessoa Idosa (Lei 10.741/2003) – prevê acesso à educação continuada, adaptada às necessidades da terceira idade.
  • Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014) – inclui metas para a redução do analfabetismo entre adultos e idosos.
  • Projeto de Lei 2679/2024 (EJAI) – em tramitação, propõe alterar a LDB para incluir formalmente os idosos na modalidade.
  • Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948, art. 26) – reforça a educação como direito humano em âmbito internacional.

➡️ Leis e tratados mostram que o tema é juridicamente fundamentado, não apenas uma pauta social.

Que referências históricas ajudam a contextualizar o tema?

As políticas de educação para jovens e adultos têm raízes históricas que reforçam a relevância do debate.

  • Campanha de Erradicação do Analfabetismo (1947) – primeira tentativa oficial de enfrentar o analfabetismo adulto no Brasil.
  • Movimento de Educação de Base (MEB) – anos 1960, inspirado pela pedagogia freireana, buscava formar cidadãos críticos.
  • Programa Brasil Alfabetizado (2003) – voltado a adultos e idosos, destaca a preocupação em reduzir as desigualdades educacionais.
  • Dados do Censo 1950 – revelavam que mais de 50% da população adulta era analfabeta, explicando a exclusão que muitos idosos carregam até hoje.

➡️ Usar esse repertório mostra que a EJAI é parte de um processo histórico de inclusão ainda inacabado.

Quais referências culturais e literárias ampliam a discussão?

As artes e a literatura oferecem recursos que humanizam a reflexão sobre a terceira idade e a educação.

  • Simone de BeauvoirA Velhice (1970): denúncia da marginalização do idoso, aplicável à exclusão educacional.
  • José SaramagoAs Intermitências da Morte (2005): problematiza o envelhecer em uma sociedade que não valoriza os mais velhos.
  • Zygmunt BaumanModernidade Líquida (2000): crítica à lógica de descarte, útil para falar da invisibilidade dos idosos.
  • Clarice Lispector – em crônicas como A Descoberta do Mundo, aborda o valor da experiência de vida.
  • Filmes: O Exótico Hotel Marigold (2011) e Amour (2012), que discutem os desafios e reinvenções da velhice.

➡️ Referências literárias e culturais enriquecem o texto e demonstram repertório diversificado.

Quais atualidades reforçam a relevância da EJAI hoje?

A conexão com notícias recentes fortalece a argumentação e mostra leitura de mundo.

  • IBGE (2022): idosos já são quase 16% da população brasileira.
  • Projeções para 2030: idosos ultrapassarão o número de crianças no país.
  • Tramitação do PL 2679/2024: proposta da EJAI é tema atual no Congresso Nacional.
  • Reportagens de 2023 e 2024: discutem desafios da terceira idade, como inclusão digital, saúde mental e combate ao idadismo.

➡️ Trazer atualidades reforça que o candidato domina o debate contemporâneo.

Quais argumentos usar para comprovar o tema Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI)?

Argumento 1 – Exclusão educacional e desigualdade social

Causa: Muitos idosos brasileiros cresceram em um contexto de desigualdade estrutural, onde o acesso à escola era restrito e frequentemente negado, sobretudo em áreas rurais e periféricas.
Consequência: Esse déficit educacional gera exclusão social, limita o acesso ao mercado de trabalho e aumenta a vulnerabilidade em relação a serviços básicos, como saúde e tecnologia.
Possível solução: Políticas públicas que ampliem a EJAI, com metodologias adaptadas (material didático acessível, turmas multigeracionais e apoio psicossocial).
Repertório: Paulo Freire, em Pedagogia do Oprimido (1968), aponta que a educação é condição essencial para a emancipação humana e para romper com os ciclos históricos de opressão.

Argumento 2 – Educação como instrumento de cidadania ativa

Causa: a falta de acesso à educação básica compromete a autonomia da pessoa idosa, dificultando sua participação social e política.
Consequência: muitos idosos permanecem invisíveis no debate público, o que agrava situações de preconceito etário, isolamento social e desinformação.
Possível solução: inserção efetiva da EJAI nas políticas de inclusão social, aliada à valorização intergeracional e à promoção da cultura do envelhecimento ativo.
Repertório: Martha Nussbaum, em Creating Capabilities (2011), defende que o desenvolvimento humano só ocorre quando o Estado garante oportunidades reais para todas as fases da vida. A EJAI se conecta diretamente a esse princípio.

Conclusão

Por fim, a inclusão da pessoa idosa na Educação de Jovens e Adultos, agora ampliada para EJAI, reflete um desafio urgente diante do envelhecimento da população brasileira. Os textos motivadores, os repertórios históricos e filosóficos, bem como os argumentos estruturados, demonstram que garantir esse direito é fundamental para reduzir desigualdades, ampliar a cidadania e valorizar a experiência de vida dos idosos.

Em síntese, a EJAI é mais do que uma modalidade: é uma oportunidade de promover justiça social, combater preconceitos e construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva.

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