A Constituição Federal, garante a todos os indivíduos o direito à igualdade e ao bem-estar social. No entanto, percebe-se que essa garantia enfrenta entraves para ser consumada, haja vista a inclusão de autistas no Brasil. Nesse contexto, configuram-se como principais causas do revés o silenciamento e a pouca atuação do Estado.
Diante desse cenário, o silenciamento possui influência no problema. Acerca disso, o filósofo Foucault defende que, na sociedade pós-moderna, muitos temas são silenciados para que estruturas de poder sejam mantidas. Sob essa lógica, percebe-se que a pouca visibilidade das temáticas que envolvem o TEA (Transtorno do Espectro Autista) age como uma ferramenta de exclusão social. Assim, sem diálogo sério e massivo sobre a problemática, sua resolução é impedida.
Além disso, a negligência governamental é uma propulsora do revés. Nesse contexto, o pensador Thomas Hobbes, em seu livro "Leviatã", defende a obrigação do Estado em proporcionar meios que auxiliem o progresso comum. Por esse ângulo, o comportamento estatal, para Hobbes, seria identificado como equivocado, dado pouco auxílio do governo no que tange à promoção de condições favoráveis para a inserção dessa parcela populacional no corpo social tupiniquim. Logo, enquanto não houver um ressignificação desse árduo panorama, a inclusão de autistas no Brasil continuará infelizmente distante.
Portanto, cabe ao governo instituir um comitê gestor - formado por um representante de cada área -, como Ministério da Educação, Ministério da Saúde e profissionais especialistas em TEA. Essa ação se dará por meio de um plano de combate, em que haverá o direcionamento de verbas para uma campanha anual de diagnóstico e inserção de pessoas com espectro autista no ambiente escolar e profissional. Isso será feito a fim de remediar o silenciamento e, também, o descaso governamental. Com efeito, espera-se a consolidação dos direitos elencados na Carta Magna.