Outubro marca a campanha anual de prevenção do câncer de mama. Por isso, elaboramos uma proposta de redação para você desenvolver conhecimentos sobre esse tema.
Leia os textos a seguir e, a partir das reflexões suscitadas, discorra sobre os desafios para a prevenção do câncer de mama no Brasil.
Texto 1
O câncer de mama em números
No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama também é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no país (excluídos os tumores de pele não melanoma). Para 2019, foram estimados 59.700 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 51,29 casos por 100 mil mulheres. A única região do país em que o câncer de mama não é o mais comum entre as mulheres é a Norte, onde o de colo de útero ocupa a primeira posição.
Com uma taxa de 13,68 óbitos/100 mil mulheres em 2015, a mortalidade por câncer de mama (ajustada pela população mundial) apresenta uma curva ascendente e representa a primeira causa de morte por câncer nas mulheres brasileiras. O Sul e o Sudeste são as regiões que apresentam as maiores taxas de mortalidade, com 15,26 e 14,56 óbitos/100 mil mulheres em 2015, respectivamente.
A incidência da doença aumenta em mulheres a partir dos 40 anos. Abaixo dessa faixa etária, a ocorrência da doença é menor, bem como sua mortalidade, tendo ocorrido menos de 10 óbitos a cada 100 mil mulheres. Já a partir dos 60 anos o risco é 10 vezes maior.
(…)
Fonte: femama.org. Acesso em: 4 out. 2020.
Texto 2
Isolamento social está atrasando o diagnóstico precoce do câncer de mama, mostra pesquisa
Uma pesquisa com 1.400 brasileiras mostra que 62% das mulheres estão esperando a pandemia acabar para retomar consultas médicas e exames de rotina para detecção de câncer de mama. Para especialistas, esse atraso pode ter impacto na doença, que tem mais chance de cura quando detectada em estágio inicial. Segundo o levantamento do Ibope, em parceria com a farmacêutica Pfizer, o percentual é ainda mais alto a partir dos 60 anos, chegando a 73% das mulheres.
O câncer de mama é responsável por 29,7% dos novos diagnósticos de tumores malignos no Brasil e é maior do que a soma das outras neoplasias mais comuns, como tumores colorretais, de colo do útero, pulmão e tireoide. Apesar de tratável, provocou a morte de 17 mil pessoas em 2018.
Falta de indicação e orientação
Um quarto das mulheres com mais de 50 anos não recebe indicação para fazer mamografia e ultrassom. O dado, obtido em pesquisa do Ibope com a Pfizer, é preocupante, porque é nessa fase, justamente, que o risco para o câncer de mama aumenta: cerca de quatro a cada cinco casos ocorrem após essa faixa etária.
No total, 25% das mulheres não recebe orientação adequada para prevenção do câncer de mama. O problema é maior nas faixas mais jovens, onde incidem 5% do total de casos.
Muitas mulheres ainda desconhecem os fatores que podem influenciar no desenvolvimento de um câncer de mama. Embora 75% acreditem que a doença esteja relacionada à herança genética, os tumores de caráter genético/hereditário correspondem a apenas 5% a 10% do total de casos.
Fonte: Globo. Acesso em: 4 out. 2020.
Texto 3
Mulheres mastectomizadas “mostram os seios” nas redes sociais para conscientizar sobre o câncer de mama
Ação digital criada pela Propeg desafia a censura das redes sociais, faz um alerta e convida as pessoas a compartilharem a mensagem com a #mulheresdepeito.
A Propeg criou para o Hospital Aristides Maltez e Liga Bahiana Contra o Câncer – LBCC uma ação digital sobre a importância das mulheres fazerem o autoexame das mamas. Intitulada “Mulheres de peito”, a iniciativa é ousada e desafia uma das regras mais rígidas das redes sociais, que é a proibição de qualquer imagem que mostre seios de mulheres, mesmo quando é usada em campanhas de saúde.
A agência desenvolveu dois cards com fotos de mulheres corajosas que fizeram mastectomia. Com a mensagem “Eu posso mostrar os seios no Facebook”, elas revelam ter vencido a censura das redes da pior forma possível. A assinatura “Autoexame: proibido é não fazer” faz a coroação do conceito da ação. O objetivo é que os usuários se engajem na causa e compartilhem as imagens usando a #mulheresdepeito.
De acordo com Emerson Braga, CCO da Propeg, mesmo com fotos sobre um assunto sério de saúde, como a conscientização e prevenção do câncer de mama, a ação é afetada pela censura das redes sociais que retiram essas imagens do ar. “A proibição da postagem de fotos de seios sempre gerou discussão. Nossa ideia é ampliar ainda mais esse debate, usando a proibição das redes para uma boa causa. Mais do que impactar os usuários com as fotos, a ação chama a atenção da sociedade, fazendo o alerta para a importância do autoexame das mamas e estimulando a furar esse bloqueio das redes e a viralizar a discussão e conscientização do câncer de mama”, explica.
Para o doutor Humberto Luciano, superintendente da LBCC, a iniciativa é inédita para a instituição e espera-se que a procura das pessoas por informação ou atendimento sobre o câncer de mama aumente e ajude a promover o rastreamento e diagnóstico precoce da doença. “Estamos muito satisfeitos com essa ação porque, além de ser corajosa e pegar carona no hábito das pessoas discutirem sobre tudo nas redes sociais, ela está em linha com o tema da campanha do INCA para o Outubro Rosa deste ano, que é ‘Câncer de mama: vamos falar sobre isso?’. Se uma imagem como a nossa vale mais do que mil palavras, queremos muito que as pessoas falem sobre essa doença e incentivem a conscientização e a prática dos métodos preventivos, como o autoexame”, aponta.
A ação “Mulheres de peito” acontece no Facebook e Instagram até o final do mês e conta com a parceria do jornal Correio* (BA), do Bonita Também (projeto colaborativo que usa as mídias sociais para divulgar depoimentos de mulheres sobre beleza e autoestima) e do Coletivo Minissaia.
Fonte: Portal da propaganda. Acesso em: 4 out. 2020.
Com base nos textos lidos, e considerando seu repertório sociocultural, escreva um texto dissertativo-argumentativo de até 30 linhas acerca do tema “Desafios na prevenção do câncer de mama no Brasil”, utilizando-se da modalidade formal da Língua Portuguesa. Apresente uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
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Tema de Redação: Sororidade e união entre as mulheres