A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Obsolescência programada”.
Texto 1
O consumismo dirigido para o mercado tem uma receita para enfrentar esse tipo de inconveniência: a troca de uma
mercadoria defeituosa, ou apenas imperfeita e não plenamente satisfatória, por uma nova e aperfeiçoada. A receita tende a ser reapresentada como um estratagema a que os consumidores experientes recorrem automaticamente de modo quase irrefletido, a partir de um hábito aprendido e interiorizado. Afinal de contas, nos mercados de consumidores-mercadorias, a necessidade de substituir objetos de consumo “defasados”, menos que plenamente satisfatórios e/ou não mais desejados está inscrita no design dos produtos e nas campanhas publicitárias calculadas para o crescimento constante das vendas. A curta expectativa de vida de um produto na prática e na utilidade proclamada está incluída na estratégia de marketing e no cálculo de lucros: tende a ser preconcebida, prescrita e instilada nas práticas dos consumidores mediante a apoteose das novas ofertas (de hoje) e a difamação das antigas (de ontem).
Entre as maneiras com que o consumidor enfrenta a insatisfação, a principal é descartar os objetos que a causam. A sociedade de consumidores desvaloriza a durabilidade, igualando “velho” a “defasado”, impróprio para continuar sendo utilizado e destinado à lata de lixo. É pela alta taxa de desperdício, e pela decrescente distância temporal entre o brotar e o murchar do desejo, que o fetichismo da subjetividade se mantém vivo e digno de crédito, apesar da interminável série de desapontamentos que ele causa. A sociedade de consumidores é impensável sem uma florescente indústria de remoção do lixo. Não se espera dos consumidores que jurem lealdade aos objetos que obtêm com a intenção de consumir.
(BAUMAN, Zygmunt. A vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. P.31).
Texto 2
Mais de 130 mil chilenos participam de uma ação coletiva que acusa a Apple de praticar obsolescência programada com o iPhone. Um processo similar está em vias de ser aberto no Brasil: o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) está colhendo denúncias de usuários no Brasil que acreditam que seus iPhones sofrem do mesmo problema.
De acordo com a organização que move o processo coletivo no Chile, a ação acusa a Apple de fazer a eficiência dos iPhones cair após algum tempo de uso de modo a forçar o usuário a trocar o aparelho por um mais novo. Ainda segundo a acusação, essa é uma tática que diminui deliberadamente a vida útil dos iPhones.
O Idec cita o caso chileno como referência e explica que a Apple vem sendo investigada em países como Estados Unidos e França por omitir informações sobre desempenho e durabilidade de seus produtos. A entidade também explica que, no Brasil, o Código de Defesa do Consumidor proíbe esse tipo de omissão.
De modo geral, as ações têm como base o programa de troca de baterias que a Apple promoveu em 2018. Depois de numerosos relatos de usuários cujos iPhones ficaram mais lentos com o passar do tempo, a companhia admitiu que a perda de desempenho é planejada — a troca da bateria faz o desempenho do smartphone voltar ao normal.
Quando o assunto ganhou o noticiário, a Apple explicou que a velocidade do processador é diminuída para aumentar a vida útil dos dispositivos, mas o argumento não convenceu.
Fonte: tecnoblog idec
Texto 3
Fonte: anarquista obsolescencia
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