O que o caso do ator Johnny Depp e sua ex-mulher Amber Heard tem em comum com o de Bruna e Gabriel no BBB23? Ambos são o chamado relacionamento abusivo, ou tóxico. Que tal você treinar esse tema para a redação Enem desta semana?
Sim, vale muito a pena treiná-lo, até porque está sendo muito discutido na mídia, e sabem como é… assunto muito discutido na mídia tem grandes chances de cair na redação Enem.
Escreva uma dissertação argumentativa como se fosse para o Enem – com argumentos mostrando a seriedade do problema e propostas de intervenção.
Tudo que você precisa já organizamos abaixo.
TEXTO 1
O abuso pode ocorrer de diversas formas: verbal, físico, emocional, um abuso que não fica muito claro, que vem por mensagens subliminares. A psicóloga clínica Liliana Seger explica que os sinais de um relacionamento abusivo ou tóxico podem aparecer no começo da relação, em tom de “brincadeira”, como também sinalizou Tadeu.
“Como você é lerda, como você é burrinha. Quando falado em tom de brincadeira, esse sinal passa desapercebido pela outra pessoa. É importante entender que esse já é um alerta, já existe um desrespeito se a pessoa fala dessa forma”, diz a doutora em psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP.
“Podem achar que é bobagem, que é mimimi, mas não é. O relacionamento abusivo existe e começa com um tapinha, um segurar o braço numa discussão, um empurrãozinho, um jogar em cima da cama até o total (a morte). É muito importante que isso seja falado, visto e orientado [como aconteceu no programa]. Não é normal, não é natural”, completa Seger.
fonte: ip usp – entenda o que é um relacionamento tóxico e saiba como identificar os sinais de alerta
TEXTO 2
Quatro regras para evitar relacionamentos ruins:
1. Se parece errado – está errado.
2. Ele(a) está se esforçando demais? Envolve muito esforço conspícuo e ostensivo? Isto é falso.
3. Bom demais para ser verdade? Não é verdade.
4. Verifique tudo: 90% do tempo, as pessoas mentem e 90% do tempo acreditamos em cada palavra que dizem (regra 90:90 ou falácia da taxa básica).
fonte: tradução livre do Instagram do psicólogo israelense Sam Vakin: instagram
TEXTO 3
A química cerebral que nos empurra para relações tóxicas
O que você vê como uma “química arrebatadora” pode ser um relacionamento tóxico.
Nas últimas semanas, o julgamento do processo de difamação aberto por Johnny Depp contra a ex-mulher Amber Heard causou burburinho nas redes sociais — em meio a uma troca de acusações de abusos e maus-tratos.
Mas você não precisa chegar a certos extremos para estar em um relacionamento tóxico e sofrer com seus efeitos prejudiciais.
É algo tão sutil e comum que pode passar despercebido.
Vamos dar um exemplo que pode soar familiar. Você conhece alguém, e a pessoa fica superenvolvida — a conversa flui, vocês compartilham mil coisas, fazem grandes planos, a pessoa diz que você é incrível….
Mas, ao mesmo tempo, ela desaparece por alguns dias, deixa você no vácuo (aqueles benditos dois tiques azuis no Whatsapp!), os planos propostos se concretizam muito raramente ou ela não passa tempo suficiente ao seu lado. Mas depois ela volta, e o ciclo se repete.
“Sabemos que o momento agradável vai voltar e ficamos viciados esperando que volte, pois temos certeza de que no fim das contas sempre volta. Esses momentos de euforia são tão agradáveis que esquecemos dos maus momentos”, explica a psicóloga Marta Novoa, especialista em relacionamentos e autora do livro Amor del Bueno.
Ou seja, você vive altos e baixos — o equivalente ao chamado reforço intermitente.
fonte: bbc – geral
TEXTO 4
Relacionamento abusivo: o relato de quem viveu um amor que rebaixa
Conheci o Guilherme em um período delicado da minha vida… Eu estava estressada, cursando o último ano da faculdade, e tendo que trabalhar em período integral. Além disso, havia acabado de terminar um relacionamento com um colega de trabalho, e ver meu ex todos os dias só fazia aumentar a dor do coração partido.
(…)
Guilherme gritava comigo por quase tudo que eu fazia. Por eu perder muito tempo cuidando da casa, por fazer amizades com os vizinhos… se eu reclamava por acordar com o barulho de seu vídeo game de madrugada, eu era taxada de agressora, insensível, insuportável e tudo mais que sua imaginação conseguisse pensar.
Não tenho qualquer noção de quantas vezes me refugiei por horas no banheiro, trancada, na tentativa de encontrar algum tipo de segurança, para ganhar tempo para mim mesma. Enquanto não conseguia conter as lágrimas, questionava o porquê de eu ser tão ruim, ou o porquê de eu ser alvo de tantas ofensas e explosões de raiva.
fonte: mundo psicólogos – relacionamento abusivo o relato de quem viveu um amor que rebaixa
Repertórios socioculturais relacionados ao tema “Os relacionamentos tóxicos no cotidiano brasileiro”
alerta – encontramos este importante alerta da Defensoria Pública de MG sobre relacionamentos tóxicos, e achamos por bem divulgar – também é sobre o que se viu no BBB23.
reportagem – “por que ela não larga o cara?” – é a pergunta que geralmente se faz sobre um relacionamento abusivo, e este artigo revela por que é tão difícil sair dele.
vídeo – a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa fala do relacionamento abusivo afetivo, principalmente quando não envolve violência física!
notícia – inspiradora para sua proposta de intervenção: conheça a ideia da prefeitura do Rio de Janeiro para educar os alunos da rede de ensino contra o relacionamento abusivo.
filme – “Dormindo com o inimigo”, de 1991, mostra a relação entre Laura e seu marido tóxico e vingativo, e as atitudes que ela acaba tomando para se ver livre dele.
livro – Meu relacionamento abusivo, de Amanda Nunes, vai te agradar: é um relato de experiência de uma jovem com um namorado tóxico, mas que não se dava conta que vivia um relacionamento abusivo.
Lembrou de algum caso familiar enquanto lia o material acima? Não é surpresa: os relacionamentos tóxicos no cotidiano brasileiro são mais frequentes que se imagina…
E quando sua redação fica pronta? Assim que fica, manda pra nossa equipe de corretores – senão, como você vai chegar na nota máxima?!