A gravidez na adolescência é um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil, com impactos sociais, econômicos e educacionais. A cada hora, nascem 48 bebês de mães adolescentes, segundo dados oficiais. Esse cenário evidencia a vulnerabilidade de milhares de jovens brasileiras, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde os índices são mais elevados.
Se esse tema aparecer na sua prova de redação do ENEM, vestibulares ou concursos, é fundamental demonstrar conhecimento crítico, estruturar bons argumentos e usar repertórios socioculturais sólidos.
Proposta de Redação sobre gravidez na adolescência
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Democratização do acesso a bibliotecas no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Instruções para redação sobre gravidez na adolescência
- O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
- O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
- A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
- Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “textos insuficiente”;
- 4.2 fugir do tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
- 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
- 4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica, ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
Quais textos motivadores ajudam a refletir sobre gravidez na adolescência
TEXTO I
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a gestação na adolescência é uma condição que aumenta significativamente o risco de complicações de saúde para a mãe, para o feto e para o recém-nascido. Entre os problemas mais recorrentes estão parto prematuro, baixo peso ao nascer, maior probabilidade de mortalidade materna e infantil, além de consequências emocionais e sociais que afetam diretamente o futuro das jovens. Além disso, a maternidade precoce impacta a continuidade dos estudos, restringe oportunidades de inserção no mercado de trabalho e contribui para a reprodução de ciclos de pobreza e vulnerabilidade.
Diante desse cenário, especialistas reforçam que a educação sexual desde a infância é uma das estratégias mais eficazes para conter o avanço da gravidez entre adolescentes. A informação acessível e clara sobre métodos contraceptivos, direitos reprodutivos e saúde emocional é essencial para que os jovens possam fazer escolhas conscientes e seguras.
No Brasil, a Lei nº 13.798, sancionada em 2019, instituiu a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, celebrada anualmente na semana que inclui o dia 1º de fevereiro. A medida passou a integrar o art. 8º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e busca estimular ações educativas e campanhas de conscientização sobre o tema, envolvendo escolas, famílias e instituições de saúde.
Fonte: Hospital Pequeno Príncipe – A prevenção da gravidez na adolescência começa com a educação sexual.
TEXTO II
Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência – 01 a 08/02
Os adolescentes representam cerca de 23% da população brasileira, e a gravidez precoce segue como um dos maiores desafios de saúde pública. No Brasil, estima-se que um em cada sete bebês seja filho de mãe adolescente e que, a cada hora, 48 bebês nasçam de mães nessa faixa etária. O dado mais alarmante refere-se às meninas de até 14 anos: em 2019, 19.330 crianças e adolescentes muito jovens se tornaram mães, o que significa que, a cada 30 minutos, uma menina entre 10 e 14 anos engravida no país.
Grande parte dessas gestações é não intencional (66%), resultado direto da falta de informação sobre saúde sexual e reprodutiva, do acesso limitado a métodos contraceptivos eficazes e da permanência de contextos de vulnerabilidade social. As consequências atingem tanto as jovens mães — que muitas vezes precisam abandonar a escola, comprometendo sua formação acadêmica e sua futura inserção no mercado de trabalho — quanto os bebês, expostos a riscos como baixo peso ao nascer, prematuridade e fragilidade na assistência médica.
Para enfrentar essa realidade, o governo federal lançou, em 2021, o Plano Nacional de Prevenção Primária da Gravidez na Adolescência, estruturado em cinco eixos intersetoriais:
- Promoção do conhecimento – educação sexual e acesso à informação segura.
- Formação de atores sociais – capacitação de professores, profissionais de saúde e lideranças comunitárias.
- Mobilização social – campanhas de conscientização em redes, escolas e comunidades.
- Aprimoramento das políticas públicas – integração de ações em saúde, educação e assistência social.
- Participação da família – fortalecimento de vínculos familiares como rede de apoio essencial.
Fonte adaptada: Ministério da Saúde – Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência.
TEXTO III
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a gravidez na adolescência é um fenômeno multifacetado que vai além da dimensão individual: está diretamente associado a contextos socioculturais, econômicos e políticos, bem como a fatores étnicos, raciais e de gênero. Essa realidade afeta de forma profunda a autoestima e a saúde mental das adolescentes, que muitas vezes enfrentam sentimentos de frustração, silenciamento, invalidação de suas experiências, invisibilidade, medos e inseguranças.
Além dos impactos emocionais, a maternidade precoce também pode gerar riscos concretos à saúde física das jovens e dos recém-nascidos. Fatores como a ausência de amamentação, a omissão ou recusa do pai biológico em assumir responsabilidades, a falta de rede de apoio, o consumo de álcool e outras drogas, episódios de violência intrafamiliar e até mesmo a rejeição por parte da própria família agravam a vulnerabilidade dessas adolescentes.
Essas múltiplas dimensões revelam que a gravidez precoce não deve ser tratada apenas como uma questão individual, mas como reflexo de desigualdades estruturais e da falta de políticas públicas efetivas que garantam o direito à saúde sexual e reprodutiva dos jovens.
Fonte: Agência Gov – Proteção: lei brasileira visa prevenir gravidez na adolescência no país; somente em 2020, 380 mil partos foram realizados por mães com até 19 anos. Disponível em:
TEXTO IV
As maiores proporções de nascidos vivos de mães adolescentes no Brasil estão concentradas nas regiões Norte e Nordeste, revelando desigualdades regionais que intensificam a vulnerabilidade social.

Fonte: Mídia Ninja – Juventude interrompida: gravidez na adolescência ainda é problema grave na região Norte.
Repertórios socioculturais para entender a gravidez na adolescência
A seguir, veja repertórios organizados para aprofundar sua compreensão sobre esse grave problema contemporâneo e enriquecer sua redação com argumentos fundamentados.
Quais repertórios socioculturais usar para o tema gravidez na adolescência
🎬 Filmes
- Juno (2007) – retrata os dilemas de uma jovem diante da gravidez precoce.
- Cidade de Deus (2002) – mostra maternidade precoce em contextos de desigualdade.
- As Vantagens de Ser Invisível (2012) – aborda vulnerabilidades emocionais da juventude.
📺 Séries
- Degrassi: The Next Generation – referência em tramas sobre gravidez adolescente.
- Glee – personagem Quinn enfrenta desafios da gestação precoce.
- Sintonia (Netflix) – retrata juventudes periféricas e vulnerabilidade social.
🎵 Músicas
- Maria, Maria – Milton Nascimento: resistência feminina.
- Guerreira – Alcione: força diante da adversidade.
- Survival – Destiny’s Child: resiliência juvenil.
📚 Livros
- Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus: maternidade em vulnerabilidade social.
- O Segundo Sexo – Simone de Beauvoir: reflexão crítica sobre papéis femininos.
- A Geração que nos trouxe até aqui – Débora Diniz: juventude e direitos reprodutivos.
⚖️ Legislações
- Lei nº 13.798/2019 – institui a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência.
- ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) – direitos fundamentais de proteção.
- Plano Nacional de Prevenção Primária (2021) – ações intersetoriais para enfrentamento da gravidez precoce.
Quais argumentos contribuem para o tema sobre gravidez na adolescência?
Argumento 1 – Falta de educação sexual e informação
- Causa: ausência de programas educativos contínuos nas escolas e resistência de famílias em dialogar sobre sexualidade.
- Consequência: jovens ficam vulneráveis a gestações não planejadas e perpetuam ciclos de exclusão educacional. Muitas adolescentes abandonam os estudos, reduzindo suas chances no mercado de trabalho.
- Repertório: A pedagoga Sonia Kramer aponta em suas pesquisas a importância da escola como espaço de diálogo sobre gênero e sexualidade, para reduzir vulnerabilidades e ampliar direitos.
- Solução: implementar educação sexual obrigatória no currículo escolar, articulada com campanhas comunitárias de conscientização.
Argumento 2 – Desigualdade social e ausência de políticas públicas eficazes
Solução: ampliar o acesso a serviços de saúde reprodutiva no SUS, distribuir contraceptivos gratuitamente e criar programas de acompanhamento psicológico para adolescentes grávidas.
Causa: adolescentes em situação de pobreza têm menor acesso a métodos contraceptivos, consultas médicas e apoio familiar.
Consequência: além da evasão escolar, a gravidez precoce reforça o ciclo da pobreza intergeracional, comprometendo projetos de vida das mães e a saúde dos bebês.
Repertório: O sociólogo Pierre Bourdieu, em sua teoria da reprodução social, mostra como desigualdades estruturais perpetuam-se entre gerações. A gravidez precoce é exemplo desse mecanismo.
Conclusão
Em síntese, a gravidez na adolescência é um desafio que envolve saúde pública, desigualdade social e ausência de informação de qualidade. Para desenvolver uma redação sobre o tema, é essencial articular dados, argumentos consistentes e repertórios de autoridade, demonstrando criticidade e clareza.
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