Desafios para combater o racismo ambiental no Brasil| Tema de redação

racismo ambiental

Nos últimos meses, o Brasil acompanhou com angústia os desdobramentos da tragédia climática no Rio Grande do Sul. As enchentes históricas, que deixaram milhões de pessoas em situação de emergência, não afetaram a todos de forma igual. Nesse cenário, surge um conceito urgente e ainda pouco debatido: o racismo ambiental.

De forma direta, ele se refere à desigualdade racial presente na forma como os impactos ambientais atingem determinadas comunidades. Afinal, quem mora nas áreas de risco? Quem vive sem saneamento básico? Quem sofre com o descaso do Estado quando o meio ambiente entra em colapso?

👉 Continue a leitura e entenda por que esse assunto precisa ser conhecido e debatido, especialmente por quem quer tirar nota alta em redação.

Proposta de Redação sobre racismo ambiental

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para combater o racismo ambiental no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. 

Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Instruções para redação sobre racismo ambiental

  1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
  2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
  3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas. 
  4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
  • 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “textos insuficiente”; 
  • 4.2 fugir do tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo; 
  • 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
  •  4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica, ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

Textos motivadores sobre desafios para combater o racismo ambiental no Brasil

Texto 1 — O que é racismo ambiental e como ele afeta os mais vulneráveis?

De forma recorrente, tragédias ambientais expõem desigualdades históricas no Brasil. Um exemplo marcante ocorreu em janeiro de 2024, quando chuvas intensas provocaram deslizamentos na zona norte do Rio de Janeiro, resultando em 12 mortes. As vítimas pertenciam, em sua maioria, a comunidades periféricas que vivem em encostas ou áreas de risco. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ressaltou que a tragédia revelava mais uma vez os efeitos do racismo ambiental.

O conceito, cunhado na década de 1980 por Benjamin Chavis Jr., ativista norte-americano e ex-assistente de Martin Luther King Jr.,

denuncia a forma como comunidades negras e pobres são desproporcionalmente impactadas por decisões políticas e econômicas relacionadas ao meio ambiente. Mesmo quando não há intenção explícita de discriminar, os efeitos dessas ações recaem com mais força sobre os mais vulneráveis.

Nas cidades, isso se traduz na concentração de comunidades negras em áreas sem saneamento básico, com baixa infraestrutura e maior risco de enchentes, alagamentos e deslizamentos.

Já em zonas rurais, povos indígenas e quilombolas enfrentam a grilagem, a destruição de seus territórios e a exclusão de processos decisórios que afetam diretamente seus modos de vida.

Combatê-lo requer mais do que boas intenções. É necessário implementar políticas públicas que reconheçam essas desigualdades, garantam a participação das populações afetadas e valorizem seus saberes tradicionais.

Fonte adaptada: Governo Federal – Brasil Contra Fake

Texto 2 — Racismo ambiental: por que as populações marginalizadas são as mais afetadas pelas mudanças climáticas?

Embora as mudanças climáticas sejam um desafio global, seus impactos não se distribuem de forma equitativa entre a população. No Brasil, as chuvas intensas de janeiro de 2024 deixaram essa desigualdade ainda mais evidente. Enquanto moradores de áreas nobres desfrutam da infraestrutura urbana para lidar com o excesso de água, nas regiões periféricas, cada temporal se transforma em um risco de vida. Essa realidade escancara o que especialistas e autoridades vêm chamando de racismo ambiental.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, reacendeu o debate ao denunciar, em suas redes sociais, a precariedade enfrentada por moradores de periferias após os temporais. Segundo ela, o racismo ambiental se manifesta quando populações negras, pobres, indígenas e periféricas são sistematicamente excluídas de políticas públicas de infraestrutura, proteção ambiental e acesso digno à cidade.

No Brasil, esse padrão se repete em diferentes contextos. Um exemplo simbólico é o contraste entre o Sol Nascente, maior favela do país localizada no Distrito Federal, e o Lago Sul, bairro mais rico da capital. Se no Lago Sul o verde das árvores é abundante, no Sol Nascente predomina o cinza das construções, evidenciando a falta de investimento em áreas ocupadas por populações vulneráveis.

Fonte adaptada: g1

Texto 3 – Racismo ambiental: quem polui mais é quem menos sofre com os impactos?

racismo ambiental

Fonte: arvoreagua

Repertórios relacionados aos desafios para combater o racismo ambiental no Brasil

🎬 Filmes e séries

“O Veneno Está na Mesa” (2011), de Silvio Tendler
Documentário brasileiro que denuncia o uso abusivo de agrotóxicos e seus impactos nas populações mais pobres do país.

“Bacurau” (2019), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles
Embora fictício, o filme denuncia a desigualdade na distribuição de recursos,

a exploração de territórios e a violência simbólica contra comunidades esquecidas pelo Estado.


📚 Livro

“Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus
Embora não fale diretamente sobre racismo ambiental,

o livro retrata a vida nas periferias, em contato direto com o lixo, com ausência de saneamento e com moradias precárias.

⚖️ Legislações, Acordos e Políticas Públicas

Agenda 2030 da ONU – Objetivo 13: Ação contra a mudança global do clima
Esse objetivo destaca a importância da justiça climática e da equidade na formulação de políticas ambientais.

COP30 (Belém/2025)
A Conferência do Clima da ONU será sediada pela primeira vez na Amazônia Legal,

território marcado pela resistência indígena e pelas denúncias de injustiça ambiental.

Comitê de Monitoramento da Amazônia Negra (2023)
Criado pelo Governo Federal, esse comitê busca monitorar violações de direitos ambientais em territórios tradicionais e propor políticas de enfrentamento ao racismo ambiental.

🧠 Argumentos para utilizar na redação

Argumento 1 – Falta de políticas públicas interseccionais

Causa:
A ausência de políticas públicas que considerem o cruzamento entre raça, classe e meio ambiente faz com que comunidades racializadas fiquem à margem das decisões sobre seus próprios territórios.

Consequência:
Esse descaso institucional perpetua ciclos de injustiça ambiental, nos quais populações negras, indígenas e ribeirinhas sofrem mais com enchentes, falta de saneamento e exposição a resíduos tóxicos — como ocorre nas periferias das grandes cidades ou nos conflitos agrários na Amazônia.

Pensadora
A socióloga Patricia Hill Collins defende a noção de “matriz de dominação”, segundo a qual opressões como racismo, sexismo e exploração ambiental se entrelaçam e se reforçam.

Argumento 2 – Racismo estrutural no planejamento urbano

Causa:
A lógica racista que orienta a formação das cidades brasileiras empurra as populações negras e pobres para regiões de maior risco ambiental, como encostas, margens de rios e áreas sem saneamento.

Consequência:
Essa desigualdade territorial faz com que essas comunidades sejam as primeiras a sofrer com desastres naturais, como alagamentos, deslizamentos e escassez hídrica, fenômenos intensificados pela crise climática.

Pensador:
O ativista norte-americano Benjamin Chavis Jr., criador do termo racismo ambiental, já alertava nos anos 1980 que “a injustiça ambiental é mais uma forma de violência racial”. Essa perspectiva mostra que o ambiente urbano também é uma expressão da desigualdade racial histórica.

Conclusão

Diante de tudo o que vimos até aqui, fica evidente que o racismo ambiental não é apenas um reflexo da desigualdade social, mas um problema estrutural e sistêmico que atinge com mais força os mesmos corpos historicamente marginalizados: negros, indígenas, pobres e periféricos. A falta de políticas públicas interseccionais, a urbanização excludente e a invisibilização midiática são apenas alguns dos fatores que aprofundam essas injustiças.

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