Desafios para a efetivação do RG Animal como política pública de proteção e bem-estar dos animais domésticos no Brasil | Tema de redação

RG ANIMAL

Em abril de 2025, o Governo Federal sancionou uma iniciativa que chamou atenção de tutores, ONGs e gestores públicos de todo o país: o Sistema Nacional de Cadastro de Animais Domésticos, mais conhecido como RG Animal. A proposta inovadora visa registrar cães e gatos em um banco de dados unificado, emitindo uma identificação única — com QR Code — que facilita desde a devolução de pets perdidos até o controle populacional, a castração e o combate a maus-tratos.

Embora não seja obrigatória para todos, a adesão ao sistema é gratuita e estratégica, especialmente para os municípios que recebem recursos públicos para ações de saúde e bem-estar animal. A medida dialoga com outras leis relevantes, como a Lei de Crimes Ambientais (9.605/98) e a Lei Sansão (14.064/2020), que aumentou a pena para maus-tratos contra cães e gatos.

Por esse motivo, essa temática se torna altamente relevante para provas como ENEM, concursos e vestibulares, pois aborda políticas públicas, direitos dos animais, responsabilidade social e sustentabilidade urbana. Neste artigo, você entenderá os principais obstáculos para a efetivação do RG Animal, os impactos sociais dessa política e como esse assunto pode aparecer em temas de redação.

Proposta de Redação

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para a efetivação do RG Animal como política pública de proteção e bem-estar dos animais domésticos no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. 

Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Instruções para redação

  1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
  2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
  3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas. 
  4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
  • 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “textos insuficiente”; 
  • 4.2 fugir do tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo; 
  • 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
  •  4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica, ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

Textos motivadores sobre o tema RG Animal

Texto 1 – RG para cães e gatos: tire dúvidas sobre a nova ação do Governo Federal

Recentemente, o Governo Federal lançou oficialmente o Sistema Nacional de Cadastro de Animais Domésticos (SinPatinhas). A ação, publicada no Diário Oficial da União em abril de 2025, permite que cães e gatos sejam registrados gratuitamente em uma plataforma pública com emissão de um RG Animal, contendo um QR Code vinculado ao tutor.

Com a iniciativa, o governo busca gerar dados precisos sobre a população de animais domésticos no Brasil, auxiliando no desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes. Afinal, mais de 90 milhões de cães e gatos vivem no país, sendo que cerca de 35% estão em situação de rua ou em abrigos temporários.

Outro ponto importante é que o RG Animal pode ser uma estratégia para combater o abandono, promover adoções responsáveis e fortalecer o bem-estar animal. Além disso, o microchip ou QR Code ajuda a devolver rapidamente o animal ao tutor em caso de perda, o que traz alívio para famílias e reduz os custos de abrigamento.

Essa medida também apoia programas sociais que envolvem pessoas em situação de rua com seus pets, e respeita a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo que apenas os dados autorizados pelos tutores sejam acessíveis.

RG PET

Fonte adaptada: gov.br

Texto 2 – Comissão aprova Política de Proteção e Bem-Estar dos Animais Domésticos

Uma nova proposta em discussão na Câmara dos Deputados reforça a importância de responsabilidade social na tutela de animais de estimação.

O Projeto de Lei 1070/22, aprovado pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, propõe a criação da Política de Proteção e Bem-Estar dos Animais Domésticos — um marco para os direitos dos pets no Brasil.

Além disso, o projeto prevê a identificação obrigatória dos animais e seus tutores, em sintonia com iniciativas como o RG Animal, já lançado pelo Governo Federal.

A proposta também altera a Lei de Crimes Ambientais, proibindo práticas como:

  • Agredir fisicamente ou causar sofrimento aos animais;
  • Mantê-los em locais inadequados, sujos ou com restrição de movimento;
  • Comercializá-los sem autorização;
  • Transportá-los de forma abusiva ou prolongada sem descanso, especialmente se estiverem feridos ou prenhes.

Como elemento adicional de incentivo, o projeto prevê dedução de despesas médicas veterinárias no Imposto de Renda, desde que o animal esteja devidamente registrado.

🔗 Fonte adaptada: Agência Câmara de Notícias

Texto 3 – Abandono e maus-tratos a animais devem superar 185 mil casos em 2024

Em um cenário alarmante e que exige atenção imediata do poder público, o número de animais vítimas de abandono e maus-tratos no Brasil pode ultrapassar 185 mil em 2024.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Pet Brasil e refletem apenas parte do problema, já que a subnotificação ainda é um grande obstáculo para políticas públicas eficazes.

De acordo com Nirley Formiga, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Norte (CRMV-RN), a violência contra animais inclui não só o abandono e a agressão, mas também a manutenção em locais inadequados, o uso para entretenimento abusivo, o envenenamento e até a privação do comportamento natural.

Além disso, qualquer situação que afete as chamadas “cinco liberdades dos animais” — estar livre de fome, sede, dor, doenças, medo e poder expressar seu comportamento — é configurada como maus-tratos.

Nesse sentido, campanhas como o Abril Laranja, lançada em 2006 pela ASPCA (American Society for the Prevention of Cruelty to Animals), ganham ainda mais relevância ao sensibilizar a população sobre o respeito à vida animal e a necessidade de combater a negligência e a crueldade com ações concretas.

🔗 Fonte adaptada: CRMV-RN

Texto 4 – Maus-tratos a cães e gatos: dois casos por dia apenas no RJ em 2024

De acordo com um levantamento divulgado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), o estado do Rio de Janeiro registrou 930 casos de maus-tratos contra animais apenas no ano de 2024 — média de dois crimes por dia. A maioria das vítimas são cães e gatos, que somam 751 ocorrências. A crueldade, no entanto, também atinge animais silvestres: foram 162 registros, dos quais 33 resultaram na morte do animal.

Além disso, o relatório aponta 16 casos tipificados como crueldade extrema, reforçando a gravidade da situação. Segundo a legislação brasileira, a prática de maus-tratos pode acarretar pena de até 5 anos de reclusão, multa e proibição de guarda de animais.

Com base nesses dados, o Dia Nacional dos Animais, celebrado em 14 de março, ganha ainda mais importância.

🔗 Fonte adaptada: G1 Rio

Texto 5 – Maus-tratos a animais: o que realmente configura esse crime?

Durante décadas, práticas como manter cães acorrentados, cortar orelhas, alimentá-los apenas uma vez ao dia ou simplesmente abandoná-los nas ruas foram naturalizadas no Brasil. No entanto, essas ações hoje são enquadradas como crime, principalmente após a alteração da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), que prevê pena de 2 a 5 anos de prisão para maus-tratos contra cães e gatos, com agravantes em caso de morte do animal.

Entre os comportamentos classificados como cruéis estão:

  • Manter o animal em local inadequado, como canis menores que 2×2 metros ou espaços insalubres;
  • Deixá-lo sem água ou alimento por mais de 12 horas;
  • Negar assistência veterinária em caso de doença ou acidente;
  • Expor o animal ao sol intenso ou mantê-lo sem qualquer tipo de luz;
  • Realizar mutilações desnecessárias, como cortes estéticos de orelhas e rabos;
  • Praticar ou estimular brigas entre animais;
  • Envenenamento proposital;
  • Abandono, inclusive em residências vazias.

Além disso, ações que comprometam o bem-estar psicológico, como estresse e medo prolongado, também configuram crime.

📣 DENUNCIE: Em caso de maus-tratos, qualquer cidadão pode acionar a Polícia Civil pelo número 197 ou buscar apoio local com registros de fotos, vídeos ou testemunhas.

🔗 Fonte adaptada: PCDF

Repertórios e fatos socioculturais para usar na redação sobre RG Animal

🎬 Filmes e séries que denunciam os maus-tratos

1. “Okja” (2017)
Aclamado filme da Netflix, Okja retrata a amizade entre uma menina e um animal geneticamente modificado perseguido por interesses industriais. A obra critica o uso abusivo de animais como mercadoria e convida à reflexão sobre ética, consumo e responsabilidade humana.
Pode ser usado para discutir: mercantilização dos animais e negligência institucionalizada.

2. “Meu Amigo Enzo” (2019)
Narrado por um cachorro, o filme mostra a importância do vínculo entre tutores e seus animais. Mais do que uma história comovente, aborda a sensibilidade animal e os direitos à convivência digna.
Pode ser usado para: reforçar a empatia e o respeito pelos animais como membros da família.

📚 Livros que abordam relações entre humanos e animais

3. “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell
Apesar de ser uma fábula política, a obra mostra o abandono da ética quando os mais fortes impõem regras injustas sobre os mais frágeis — metáfora válida também para refletir sobre como humanos dominam os animais com crueldade.
Pode ser usado para discutir relações de poder e a exploração animal.

4. “Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry
A famosa frase “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” é amplamente usada para tratar de vínculos afetivos — incluindo os que formamos com nossos pets.
Excelente para abordar o abandono e a irresponsabilidade na guarda animal.

🗞️ Fatos históricos e campanhas marcantes

5. Campanha Abril Laranja (desde 2006)
Criada pela American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (ASPCA), a campanha Abril Laranja mobiliza ações educativas e preventivas contra os maus-tratos aos animais, ganhando força no Brasil nos últimos anos.
Ideal para reforçar a conscientização coletiva como solução.

6. Caso Sansão (2020)
Cão da raça pit bull teve as patas traseiras decepadas em Minas Gerais. A repercussão foi tão grande que contribuiu para o endurecimento da pena para maus-tratos contra cães e gatos, prevista hoje na Lei 14.064/2020.
Pode ser citado como marco jurídico e social.


📜 Legislações e documentos essenciais

7. Lei nº 14.064/2020
Altera a Lei de Crimes Ambientais para prever pena de 2 a 5 anos de prisão, multa e proibição da guarda para quem cometer maus-tratos contra cães e gatos.
Base legal para argumentar sobre a urgência da responsabilização.

8. Projeto de Lei nº 1.070/2022
Institui a Política de Proteção e Bem-Estar dos Animais Domésticos, incluindo a obrigatoriedade de identificação e cuidados integrais.
Pode ser usado como solução prática e argumento sobre o papel do Estado.

9. RG Animal (SinPatinhas, 2025)
Nova medida do Governo Federal que cria um cadastro nacional gratuito de cães e gatos, com QR Code para facilitar reencontros e coibir o abandono.
Repertório atual, político e social — perfeito para contextualizar propostas de intervenção.

10. Constituição Federal – Artigo 225
Garante que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo ao Poder Público o dever de proteger a fauna contra crueldade.
Excelente como base de direitos coletivos e deveres do Estado.

🧠 Argumentos para a redação sobre RG Animal

Argumento 1: A negligência histórica com os direitos dos animais

  • Causa:
    Desde o período colonial, os animais no Brasil foram encarados como instrumentos de trabalho ou itens de propriedade, o que contribuiu para a construção de uma cultura de descaso.
  • Consequência:
    Como resultado, observa-se uma estrutura social que ainda normaliza abandono, maus-tratos e negligência, dificultando o avanço de políticas públicas eficientes voltadas à proteção animal.
  • Exemplo:
    Segundo dados do Instituto Pet Brasil, mais de 185 mil animais foram abandonados ou resgatados por maus-tratos em 2024. O número tende a ser ainda maior devido à subnotificação.
  • Pensador:
    Martha Nussbaum defende que todo ser vivo merece condições mínimas de dignidade, e que o cuidado ético com os animais deve ser incluído nas responsabilidades de uma sociedade justa.

Argumento 2: A banalização dos maus-tratos e a ausência de políticas preventivas

  • Causa:
    A sociedade brasileira, por muito tempo, naturalizou cenas de violência e descuido com animais, como se fossem meras consequências da pobreza ou da ignorância.
  • Consequência:
    Por conta disso, o poder público age de maneira reativa, em vez de preventiva. Isso dificulta o controle populacional, o resgate eficiente e o estímulo a adoções responsáveis.
  • Exemplo:
    O SinPatinhas, sistema de cadastro nacional lançado em 2025, surge justamente como tentativa de resposta a esse apagamento histórico, permitindo o rastreamento, a proteção e a responsabilização dos tutores.
  • Pensador:
    Michel Foucault, ao refletir sobre a biopolítica, argumenta que o cuidado com a vida e o controle sobre os corpos são instrumentos centrais do poder moderno. Nesse sentido, zelar pelos animais é também uma forma de governar com ética.

Conclusão

Diante do exposto, é possível afirmar que o RG Animal representa um avanço inédito na proteção dos pets no Brasil. Ao reunir dados, garantir rastreabilidade e estimular políticas públicas, essa iniciativa combate diretamente o abandono e os maus-tratos.

Além disso, os textos motivadores, os repertórios estratégicos e os argumentos apresentados comprovam que o tema é urgente e altamente relevante para a formação cidadã e ética.

Nesse cenário, discutir o impacto da legislação e das ações estatais sobre a causa animal é também refletir sobre valores humanos, justiça social e responsabilidade coletiva.

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