Como escolher o melhor método de estudos?
Você já parou para pensar por que algumas pessoas aprendem muito utilizando mapas mentais, por exemplo, e outras não entendem nada com coisa nenhuma? Já aconteceu de você ficar horas e horas estudando um conteúdo de uma matéria e assim que fechou os livros e os cadernos só conseguiu ouvir os grilos cantando dentro de sua cabeça? Já pensou em como escolher o melhor método de estudos?
Achamos sempre que sabemos estudar, até mesmo porque as nossas professoras na escola nos dizem “Você tem que estudar!”, mas quantas vezes você foi ensinado (a) a estudar? Quando você teve a chance de testar vários métodos de estudos para escolher qual deles era o ideal para você?
Com certeza, a ferramenta de sucesso de qualquer estudante é o estudo e estudar é algo que simplesmente se aprende a fazer, assim como os outros conteúdos com os quais lidamos na escola. Se aprender técnicas é útil para um cirurgião, um músico ou um cozinheiro, por que não seria para um estudante?
Quando estudamos do modo errado, acabamos não aprendendo e vemos que todos os esforços empregados no processo foram, de certa forma, inúteis. Quando não alcançamos nossos objetivos, a frustração bate com força e não temos mais vontade de continuar a fazer algo que não nos traz resultados, o que dificulta ainda mais a situação. Resultado: técnica errada-frustração-desânimo-aumento de dificuldade.
Existem muitas técnicas diferenciadas de estudo e nenhuma delas é melhor ou pior, funciona mais ou menos, há aquela que é melhor e funciona mais para você e só há uma forma de descobrir qual é ela: tentando!
Vamos apresentar a você alguns pontos que precisam ser analisados quando você for procurar o melhor método de estudos para seu processo de aprendizado. Observando esses passos, a probabilidade de fazer uma escolha acertada é bem maior.
Passo 1: Observe o que já funciona
Obviamente, você já estudou várias vezes uma cacetada de assuntos. Analise com um pouco mais de atenção aqueles conteúdos que você estudou, aprendeu de verdade e consegue lembrar com clareza até hoje. Coloque no papel quais foram esses conteúdos.
Depois, tente puxar pela memória como você estudou esses conteúdos, que método você usou? Quanto tempo você os estudou? Fez anotações? De que tipo?
Tente encontrar um padrão entre eles, pois isso já vai te contar bastante sobre o que funciona ou não para você.
Por exemplo, se em todas as vezes em que você aprendeu esses conteúdos, você os leu três vezes e depois fez um resumo em formato de lista, significa que esse processo de leitura repetida e de resumo objetivo (lista) traz bons resultados para seu cérebro.
Lembre-se: aqui você está buscando respostas para a questão “o que foi feito?”.
Passo 2: Determine o que é aprender
Aprender pode ter muitos sentidos diferentes. O que é aprender? Será que todas as coisas são ou precisam ser aprendidas da mesma forma? Uma prova de química em que eu terei simplesmente de demonstrar que decorei os elementos de uma tabela periódica exige o mesmo tipo de aprendizado de uma redação para o ENEM?
É claro que não. Há conteúdos que serão usados de forma totalmente isolada e que, por isso, podem ser aprendidos simplesmente com a memorização. Já outros requerem criatividade, organização e desenvolvimento de ideias e exigirão um aprendizado um pouco mais aprofundado.
Há ainda aqueles conteúdos que são os mais importantes de todos, os que serão usados para a vida.
Faça uma lista de quais conteúdos terão uso bastante específico e quais serão usados ao longo de sua vida pessoal ou profissional. Após fazer a lista, defina o que significa aprender em cada um desses blocos (por exemplo, no caso da tabela periódica, se você não seguir a área da química ou afins, aprender os elementos da tabela será o mesmo de decorá-los).
Para que você consiga definir o que é aprender em cada um dos blocos, também será necessário refletir sobre a finalidade dos conteúdos, por isso, a resposta que você busca aqui é “para que estou aprendendo este conteúdo?”.
Passo 3: Reserve um local adequado para o momento dos estudos
Onde você vai estudar? Pode até parecer que não faz diferença estudar deitado na cama ou numa escrivaninha, em casa ou na biblioteca pública da cidade (sim, elas ainda existem e têm espaços específicos para estudos), mas não são poucas as pesquisas que comprovam que, sim, o local faz muita diferença no nível de rendimento.
Se você tem um espaço em sua casa que pode ser usado para os estudos, isso é muito bom, porém será preciso organizá-lo adequadamente.
Em primeiro lugar, você precisa liberar lugar para que os cadernos, livros e demais materiais tenham espaço suficiente, então, antes de tudo, é necessário organizar a mesa.
Após a primeira etapa de liberação de espaço, pense em tudo o que você precisará para aquele momento de estudos: cadernos, livros, folhas de anotação, computador, canetas etc. Reúna tudo na mesa de uma só vez.
Ter todos os materiais necessários à mão faz com que você interrompa o processo de estudo menos vezes. Cada interrupção é um momento de corte da linha de pensamento e isso deve ser evitado ao máximo.
Você também precisa considerar a questão do conforto da cadeira em que você está sentado. Se a cada dois minutos você sentir uma nova dor nas costas, dificilmente conseguirá suportar essa situação por uma hora inteira.
Nem sempre temos a melhor cadeira do mercado à nossa disposição, mas é possível adaptar com almofadas, travesseiros e encostos portáteis.
Não se esqueça de avaliar a iluminação, que não deve ser nem fraca demais e nem forte demais (já pensou que coisa insuportável ficar exposto a uma iluminação branca extremamente forte por horas?), mas sim o suficiente para que você não precise forçar a vista para fazer as leituras e nem tenha dores de cabeça por conta da intensidade.
O espaço em que você vai estudar não tem uma iluminação legal? Sem problemas! Você encontra luminárias baratinhas em qualquer loja de variedades. Depois, é só posicioná-las de uma forma que elas iluminem o local de estudos, mas não fiquem exatamente em cima de você ou na direção de seus olhos.
A temperatura do ambiente também é fundamental, principalmente se você é uma pessoa que se sente mal em situações de calor intenso. Opte por espaços com ventilação e o mais frescos possíveis. Há muitos ventiladores de mesa super baratinhos que dão uma ajudada nesse problema.
E, claro, um dos pontos mais importantes do local de estudos é o volume do ambiente. Perceba como você é e como você reage diante de um ambiente com muitos barulhos. Consegue reter alguma informação ou não?
A melhor opção a se fazer é por um local com poucos barulhos, pois isso ajuda a manter o foco e evitar as interrupções (que já apontamos que não são benéficas).
Não são poucas as pessoas que dizem que rendem muito melhor se estão ouvindo música. É o seu caso? Tem certeza absoluta de que você consegue se concentrar quando há outro som competindo por sua atenção?
Se você concluir que a música é realmente benéfica, opte por sons mais tranquilos, num volume baixo, funcionando enquanto música ambiente.
O local em que você pensou inicialmente em estudar é bastante barulhento? O ideal então é escolher outro lugar. Como dissemos acima, as bibliotecas públicas da cidade possuem espaços específicos para estudos, com boas mesas e iluminação adequada. Muitas cidades contam também com centros comunitários que possuem local de estudo.
Você precisa considerar o fator locomoção e quanto tempo e dinheiro serão gastos nesse processo para que você avalie o que é possível ser feito ou não.
E a pergunta deste bloco é “onde farei meus estudos?”.
Passo 4: Defina o tempo de estudos
Para que qualquer método de estudos funcione bem, é preciso haver regularidade, sem ela, não há grande desenvolvimento, por isso, você terá de estabelecer uma rotina de estudos.
Sua rotina de estudos deve ser, antes de tudo, possível. Não adianta você se propor a estudar cinco horas por dia se sua concentração dura apenas duas. Faça o que é possível bem feito para que os resultados sejam de acordo com a sua expectativa.
Defina dias e horas para os estudos. Para isso, você também tem que pensar em qual momento do seu dia você está mais disposto para incluir nesse período a rotina de estudos.
Se você já sabe que após o almoço o sono costuma bater forte, é inteligente escolher esse momento para estudar? Com certeza não. Cada pessoa tem um horário diferente de maior disposição e você precisa se observar para descobrir o seu, se ainda não sabe qual é ele.
Já abordamos um pouco a questão das interrupções. Além de prejudicar o desenvolvimento do pensamento, elas ainda te tomam tempo. Se na sua casa as pessoas têm o hábito de te procurar a todo o momento, avise-as de que aquele período está reservado para seus estudos e que você não gostaria de ser interrompido (a). Uma boa conversa normalmente é o suficiente para resolver o caso.
E com o celular, o que a gente faz? Deixe-o de lado um pouquinho (a menos que você vá usá-lo para os estudos). Se isso for muito difícil para você, faça o processo progressivamente, não pegando o celular por dez minutos no primeiro dia, 15 no segundo e assim sucessivamente.
Coloque o celular totalmente no silencioso, assim os toques de alerta não vão atrapalhar seus pensamentos e nem aguçar sua curiosidade. Se estiver no computador, nada de deixar a caixa de e-mail aberto, seja lá o que for, o remetente do e-mail pode esperar uma hora para receber sua resposta.
Vai usar o celular para pesquisas? Então desative as notificações do WhatsApp e das redes sociais. Mantenha o foco ao máximo.
No seu cronograma de estudos, já precisa estar previsto o que será estudado em que dia, assim você não perde tempo pensando no que você vai fazer naquele dia. Se possível, faça um cronograma por escrito ou digitado para poder recorrer ao seu planejamento sempre que necessário.
Temas mais difíceis, que exigem maior concentração, devem ocupar um bloco corrido de tempo, dessa forma, seu nível de atenção será cada vez maior. Evite ultrapassar a marca de uma hora estudando o mesmo conteúdo, pois, após 60 minutos, nosso pico de absorção começa a cair e você terá mais dificuldades em compreender o assunto, ainda mais se ele for desafiador para você.
Fez um treino pesado na academia hoje? Então nada de estudos após o treino, uma vez que, depois do período de alto rendimento, seu cérebro estará condicionado a proporcionar descanso a seu corpo.
Acordou e não está se sentindo emocionalmente bem? Talvez seja uma boa ideia adiar a programação de estudos prevista para o dia, mas buscar técnicas para te ajudar a dar as proporções certas às questões emocionais, sem deixar que elas afetem todas as outras áreas de sua vida.
Está com mil outros compromissos na cabeça? Pagar uma conta, passar na farmácia, mandar uma mensagem, responder a um e-mail? Há duas formas de administrar essa situação.
A primeira é anotar num papel tudo o que precisa ser feito, assim, seu cérebro sabe que aquelas tarefas estão anotadas e que, por isso, não serão esquecidas, portanto, ele libera a pressão em torno da atividade de ter de lembrar a toda hora do que precisa ser feito.
A outra forma é simplesmente fazer tudo isso primeiro e só depois partir para o tempo de estudos. O cumprimento das tarefas traz uma sensação de tranquilidade, o que é muito benéfico para seu rendimento.
Todos esses procedimentos facilitam o conhecimento sobre você mesmo, suas preferências e suas necessidades e esse conhecimento é fundamental para que você escolha um método de estudos que seja adequado às suas características e que vai te aproximar um pouco mais dos resultados que você quer obter.
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