Caminhos para combater o etarismo nas relações sociais no Brasil| Tema de redação

etarismo nas relações sociais no Brasil

Por que a sociedade brasileira ainda insiste em invisibilizar os idosos? Essa pergunta tem ganhado espaço nos últimos anos, à medida que o etarismo — preconceito baseado na idade — se mostra cada vez mais presente nas relações sociais.

Embora o Brasil tenha uma população idosa em crescimento, ainda são comuns atitudes que marginalizam e desvalorizam essas pessoas. Do mercado de trabalho às redes sociais, o idoso é frequentemente excluído ou tratado como incapaz.

Diante desse cenário, o Projeto de Lei 2617/24, em tramitação na Câmara dos Deputados, propõe ações importantes para combater esse tipo de preconceito. Entre as medidas estão a capacitação de profissionais da saúde, educação e assistência social, além do estímulo à inclusão digital e ao respeito nas empresas.

Mais que uma proposta jurídica, o PL traz à tona um debate urgente: como combater o etarismo em uma sociedade que valoriza excessivamente a juventude e ignora a experiência de quem envelhece?

Neste post, você vai entender os impactos do etarismo no Brasil e conferir repertórios, argumentos e possíveis caminhos de intervenção para usar esse tema em sua redação do ENEM ou vestibular.

Proposta de Redação sobre desafios para diminuir o feminicídio no Brasil

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Caminhos para combater o etarismo nas relações sociais no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. 

Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Instruções para redação sobre caminhos para combater o etarismo nas relações sociais no Brasil

  1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
  2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
  3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas. 
  4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
  • 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “textos insuficiente”; 
  • 4.2 fugir do tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo; 
  • 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
  •  4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica, ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

Quais textos motivadores ajudam a refletir sobre caminhos para combater o etarismo nas relações sociais no Brasil?

Texto I – O que o Projeto de Lei 2617/24 propõe para combater o etarismo?

O etarismo, também chamado de idadismo, refere-se ao preconceito com base na idade, afetando especialmente a população idosa. Em outubro de 2024, foi apresentado o Projeto de Lei 2617/24, com propostas concretas para enfrentar essa forma de discriminação no Brasil. Entre as medidas, estão a criação de programas de capacitação sobre etarismo para profissionais da educação, saúde e assistência social, além do incentivo à inclusão digital e à valorização da pessoa idosa no mercado de trabalho.

O texto também sugere penalidades mais severas para casos de discriminação, apoio psicológico e jurídico às vítimas e a criação de um observatório permanente sobre o tema. A iniciativa reconhece que o preconceito contra a idade não se combate apenas com punição, mas também com informação, políticas públicas e educação cidadã.

Fonte adaptada: Agência Câmara de Notícias

Texto II – Como o preconceito por idade afeta os idosos no Brasil?

Mesmo com o crescimento da longevidade no país, o etarismo ainda é um desafio invisibilizado. Essa forma de discriminação se manifesta em frases, atitudes e decisões que excluem pessoas idosas dos espaços de convivência, estudo e trabalho.

Um caso recente de grande repercussão aconteceu em Bauru (SP), onde estudantes universitárias debocharam de uma colega de 40 anos. No vídeo divulgado nas redes sociais, elas sugerem que ela “deveria estar aposentada”. O episódio reacendeu o debate sobre o preconceito etário.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o etarismo envolve estereótipos, preconceitos e práticas discriminatórias com base na idade. No Brasil, ele se revela nas barreiras enfrentadas para conseguir emprego, na ausência de espaços acessíveis e na exclusão digital.

Além disso, o etarismo afeta diretamente a saúde mental. O isolamento, a insegurança e a sensação de inutilidade são consequências graves e persistentes, como apontam especialistas em geriatria.

Contudo, é preciso ressaltar o potencial dessa população. A chamada economia prateada já movimenta bilhões de reais por ano. Pessoas idosas possuem ampla experiência e capacidade de contribuir, inclusive com mentorias e apoio emocional no ambiente de trabalho.

Portanto, o combate ao etarismo não é apenas uma questão de justiça social — é também uma oportunidade de construir uma sociedade mais produtiva, respeitosa e colaborativa entre as gerações.

Fonte adaptada: CNN Brasil

Texto III – Por que o mercado de trabalho exclui tantos idosos no Brasil?

O preconceito etário não se limita a piadas ou estereótipos. Ele compromete diretamente o acesso de pessoas idosas a direitos básicos, como o trabalho formal e digno. Segundo levantamento do Observatório dos Direitos Humanos, com base na PNAD, em 2022 o Brasil registrou mais de 4 milhões de idosos na informalidade, número recorde e crescente desde o início da pandemia.

Esses dados mostram que a exclusão do mercado formal é real. A maioria dessas pessoas perdeu o emprego com carteira assinada, nunca teve um ou voltou a trabalhar após se aposentar para complementar a renda. Em comum, enfrentam o preconceito: são vistas como ultrapassadas, incapazes de se adaptar ou “desatualizadas”.

A realidade é outra. O professor Maurício, de 74 anos, segue dando aulas em cursinhos e aulas particulares. Sem acesso a empregos formais, ele relata o estigma que sofre: “A sociedade acha que velho é descartável”. Ainda assim, busca se atualizar com o uso de tecnologia e valoriza a educação contínua como forma de pertencimento e dignidade.

Para especialistas, o problema está na cultura empresarial e na lógica produtivista do sistema. Empresas resistem a contratar pessoas mais velhas por estereótipos infundados e ignoram o valor da diversidade etária. No entanto, a união entre juventude e experiência é vista como essencial por especialistas para ambientes inovadores, equilibrados e criativos.

Soluções como políticas de inclusão etária, requalificação profissional e programas de mentoria entre gerações já começam a surgir. Mas ainda há um longo caminho para que o trabalho digno seja uma realidade para quem ultrapassa os 60.

Fonte adaptada: Governo Federal

Texto IV – Como os jovens vão se aliar com os mais experientes se sentem neles a desconfiança em sua capacidade de inovar e liderar?

etarismo nas relações sociais no Brasil

Fonte adaptada: Instagram da HSM Management

📚 Quais livros ajudam a compreender o etarismo no Brasil?

1. “Etarismo: um novo nome para um velho preconceito” – Fran Winandy
Neste livro, a autora brasileira apresenta experiências de pessoas idosas discriminadas por sua idade em contextos sociais, profissionais e midiáticos. A obra denuncia o apagamento da maturidade e propõe caminhos de mudança.
Ideal para introduzir o conceito de etarismo com base em vivências nacionais.

2. “A invenção de uma bela velhice” – Mirian Goldenberg
A antropóloga discute como o envelhecimento pode ser ressignificado por mulheres maduras que rejeitam o rótulo de “velhas”. A obra propõe o conceito de “bela velhice” como resistência social.
Repertório valioso para tratar do papel das mulheres idosas e da autonomia na terceira idade.

🎬 Quais filmes ajudam a refletir sobre o etarismo?

1. Aquarius (2016)
Clara, uma mulher de 65 anos, resiste à pressão de construtoras para abandonar seu apartamento. O filme mostra como a maturidade é muitas vezes invisibilizada ou deslegitimada.
Relevante para pensar o apagamento simbólico de pessoas idosas na sociedade urbana.

2. O Exótico Hotel Marigold (2011)
Um grupo de idosos britânicos se muda para a Índia em busca de uma nova vida. A história mostra o valor da experiência e da reinvenção na velhice.
Ajuda a desconstruir estereótipos negativos sobre o envelhecer.

3. Um Senhor Estagiário (2015)
No filme, Ben (Robert De Niro), um viúvo de 70 anos, se torna estagiário de uma startup liderada por uma jovem CEO. A trama mostra como o etarismo pode ser enfrentado pela valorização da experiência e da escuta intergeracional.
Ótimo para discutir o preconceito etário no ambiente corporativo.

📺 Existe alguma série que aborda o tema?

Série “Os Experientes” (TV Globo, 2015)
Minissérie brasileira com quatro episódios independentes, cada um retratando personagens idosos em situações de superação, amor, medo e autonomia.
Reforça a ideia de protagonismo na terceira idade e quebra de preconceitos.

🕰️ Qual fato histórico pode ser utilizado como repertório?

1.Criação do Estatuto do Idoso (2003)
A promulgação da Lei nº 10.741/2003 representou um marco legal na proteção dos direitos da pessoa idosa no Brasil. A partir disso, surgiram políticas públicas específicas e mais visibilidade para o tema.
É possível utilizar como ponto de partida para discutir tanto avanços quanto lacunas na proteção dos idosos.

⚖️ Quais legislações estão relacionadas ao combate ao etarismo?

1. Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003)
Estabelece direitos básicos como atendimento preferencial, prioridade em programas habitacionais e saúde integral.
Usar como base para refletir sobre o que já foi garantido e o que ainda falta.

2. Projeto de Lei 2617/2024
Em tramitação, o PL propõe ações concretas para combater o etarismo: campanhas de conscientização, formação de profissionais e canais de denúncia.
Mostra que o tema está em pauta no cenário legislativo atual.

🗞️ Qual fato da atualidade ajuda a contextualizar o tema?

Caso Bauru (2023): universitárias debocham de colega de 40 anos
O vídeo de alunas zombando de uma colega de curso por sua idade gerou repercussão nacional. O caso escancarou o preconceito etário em ambientes educacionais, mostrando que o etarismo afeta não apenas idosos, mas também adultos fora do “padrão esperado” para certas etapas da vida.
Pode ser usado como gancho atual para iniciar a redação.

Quais argumentos contribuem para o etarismo nas relações sociais no Brasil?

Argumento 1 – Naturalização histórica da inferiorização da velhice

Causa:
A cultura ocidental moderna consolidou a ideia de que a juventude é sinônimo de força, beleza e produtividade, enquanto o envelhecimento passou a ser visto como decadência, inutilidade ou obsolescência.

Consequência:
Essa lógica afasta pessoas idosas da vida pública e da convivência social ativa, fazendo com que muitas sejam excluídas do mercado de trabalho, da educação e da produção cultural.

Repertório que comprova:
Simone de Beauvoir, em A velhice, analisa como a sociedade ocidental nega a velhice ao tratá-la como um “defeito social”. Ela afirma que a marginalização do idoso é resultado de construções históricas que retiram dele o papel de sujeito ativo na sociedade.

Solução possível:
Campanhas nacionais de conscientização sobre o etarismo, aliadas a políticas públicas intergeracionais nas escolas e no ambiente corporativo, podem reverter essa cultura de exclusão.

Argumento 2 – O papel da impunidade e da ausência de legislações específicas

Causa:
Apesar do Estatuto do Idoso, muitas manifestações de etarismo ainda não são tratadas como crime. A demora na aprovação de projetos de lei, como o PL 2617/2024, contribui para a negligência do tema no debate público.

Consequência:
Sem uma legislação clara e específica, atitudes etaristas são naturalizadas, gerando impacto psicológico, social e econômico na vida de milhares de brasileiros com mais de 60 anos.

Repertório que comprova:
Zygmunt Bauman, ao tratar da “modernidade líquida”, aponta como a sociedade atual valoriza apenas o que é rápido, novo e descartável, o que se aplica ao desprezo pela experiência de pessoas mais velhas.

Solução possível:
Aprovação de leis que tipifiquem o etarismo como crime e implantação de canais de denúncia específicos, além da ampliação da proteção legal para vítimas de discriminação por idade.

Conclusão

O etarismo nas relações sociais brasileiras é alimentado tanto por heranças históricas quanto pela ausência de políticas públicas eficazes. A naturalização da exclusão de pessoas idosas e a impunidade diante da discriminação por idade reforçam a urgência de transformação cultural e institucional.

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