Você já se perguntou por que consumir se tornou uma forma de se sentir aceito? Ou por que tantas pessoas compram para “fazer parte” de algo? Na sociedade digital, o consumismo nas redes sociais ganhou um novo significado. Não se trata apenas de suprir uma necessidade, mas de afirmar identidade, status e pertencimento nos grupos virtuais.
Redes sociais como Instagram e TikTok ampliam essa lógica. Curtidas, filtros e tendências criam um cenário onde consumir também é uma maneira de existir e se conectar.
Porém, essa busca por aceitação via consumo pode gerar consequências preocupantes: endividamento, frustração, impactos ambientais e relações superficiais. Como refletir criticamente sobre isso?
A seguir, você confere quatro textos motivadores com base em perguntas reais sobre esse fenômeno. Eles vão ajudar você a construir argumentos sólidos sobre o tema.
Proposta de Redação sobre consumismo como forma de pertencimento nas redes sociais
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “As consequências do consumo como forma de pertencimento nas redes sociais “, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Instruções para redação sobre o consumismo como forma de pertencimento nas redes sociais
- O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
- O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
- A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
- Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “textos insuficiente”;
- 4.2 fugir do tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
- 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
- 4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica, ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
Quais textos motivadores ajudam a refletir sobre o consumismo como forma de pertencimento nas redes sociais?
Texto 1 – Por que tanta gente consome para se sentir aceita?
Em primeiro lugar, é preciso entender que o ato de consumir vai além da utilidade. Segundo o antropólogo Everardo Rocha, ele também comunica identidade social.
Isso significa que o que vestimos, comemos ou usamos passa uma mensagem. Esses hábitos definem com quais grupos queremos nos parecer.
No ambiente digital, essa lógica se intensifica. O feed virou uma vitrine pessoal, onde se expõe estilo de vida, gostos e conquistas materiais.
A psicologia econômica explica: buscamos reconhecimento. Assim, comprar o que está em alta pode ser uma forma de conquistar pertencimento e autoestima.
Entretanto, essa prática nem sempre está conectada à real necessidade. Muitas vezes, consumimos para sermos vistos, mesmo sem ter condições financeiras para isso.
Fonte adaptada: FAPERJ – Revista Rio Pesquisa
Fonte adaptada: Portal do Investidor – gov.br
Texto 2 – Os dados confirmam que o consumo está fora de controle?
Sim, e os números não mentem. Segundo a pesquisa do SPC Brasil, apenas 21,8% dos brasileiros são considerados consumidores realmente conscientes.
Ou seja, a maioria consome por impulso ou influência, muitas vezes sem refletir sobre os impactos sociais e ambientais dessas escolhas.
Além disso, dados da ONU apontam que a indústria da moda, altamente promovida nas redes, é responsável por até 8% das emissões de carbono globais.
Outro dado relevante: o Brasil é o terceiro país que mais consome redes sociais no mundo. Cada pessoa passa, em média, 46 horas por mês conectada.
Nesse contexto, as plataformas se tornam vitrines de consumo constante. A pressão por “seguir tendências” pode afetar a saúde emocional e o orçamento.
Fonte adaptada: Agência Brasil – SPC Brasil
Fonte adaptada: Portal Luneta – consumismo
Fonte adaptada: Forbes Brasil – redes sociais
Texto 3 – Como um simples doce viralizou e virou símbolo de pertencimento?
(Notícia recente e fenômeno cultural)
Você se lembra do “Morango do Amor”? Em 2025, esse doce virou febre nas redes sociais e um verdadeiro símbolo do consumo como identidade.
Tudo começou com vídeos virais no TikTok. Em poucos dias, milhares de pessoas passaram a buscar a sobremesa para experimentar e postar.
O iFood registrou um aumento de mais de 2.300% nos pedidos em apenas um mês. Foram mais de 524 mil unidades entregues em julho de 2025.
Mais de 10 mil estabelecimentos passaram a oferecer o doce no aplicativo, aproveitando a onda de pertencimento digital gerada pela tendência.
Esse caso ilustra como o consumo impulsivo é estimulado pelas redes. Mais que desejo gastronômico, virou passaporte para “fazer parte” da conversa online.
Fonte adaptada: InfoMoney – Morango do Amor
Texto 4 – Como brinquedos viraram passaporte para aceitação nas redes?
A febre do Labubu mostra como o consumo vai além do produto. O boneco, com aparência “fofa e estranha”, se tornou item de desejo em 2024.
Criado pelo artista Kasing Lung, o Labubu viralizou em vídeos de unboxing, ASMR e colecionismo. E rapidamente se tornou símbolo de status digital.
Algumas versões do brinquedo custam até R$ 1.000. Ter um Labubu não é apenas possuir algo bonito, mas afirmar presença no grupo que “entende”.
Na lógica das redes, compartilhar o boneco nas postagens gera curtidas, comentários e pertencimento. Consumir vira uma linguagem de integração.
Esse é mais um exemplo de como produtos se transformam em marcadores sociais. E de como o consumo virou linguagem para “ser alguém” online.
Fonte adaptada: A Tribuna – Febre do Labubu
📚 Quais livros ajudam a entender o consumismo como identidade nas redes sociais?
1. “A sociedade do consumo” — Jean Baudrillard
Você já se perguntou por que consumimos mais do que precisamos? Segundo Baudrillard, no capitalismo moderno, o consumo é um código cultural.
O autor explica que não consumimos objetos apenas por suas funções, mas pelos signos que representam. Comprar é comunicar quem somos ou queremos parecer ser.
Esse pensamento se encaixa perfeitamente no contexto das redes sociais, onde tudo é compartilhado para afirmar status e pertencimento.
Use em argumentos sobre: consumo simbólico, necessidade de aceitação, ostentação digital.
2. “Extremos do consumo” — Colin Campbell
Como o prazer imediato interfere nas nossas escolhas de consumo? Campbell explica que o consumo moderno é movido pelo desejo e pela fantasia.
Ou seja, compramos movidos pela promessa de uma identidade idealizada — o que se conecta com os filtros, trends e performances online.
Nas redes, o indivíduo projeta a vida que gostaria de ter. O consumo torna-se um atalho emocional para isso.
Use em argumentos sobre: impulso, consumo performativo, idealização da imagem digital.
🎬 Quais filmes ajudam a refletir sobre o consumismo nas redes sociais exagerado e suas consequências?
3. “Clube da Luta” (1999) — David Fincher
Você já pensou no que acontece quando a identidade de alguém é construída só pelo que consome? Esse é o dilema central do protagonista.
O filme critica a alienação do homem moderno diante da lógica do consumo. A famosa frase “as coisas que você possui acabam possuindo você” sintetiza isso.
É um ótimo exemplo para argumentar sobre como o consumismo pode apagar a identidade real e gerar vazio existencial.
Use em argumentos sobre: crítica ao materialismo, perda de identidade, frustração.
4. “The Bling Ring: A gangue de Hollywood” (2013) — Sofia Coppola
Por que jovens invadem casas de celebridades para roubar roupas e acessórios? O filme, baseado em fatos reais, mostra a obsessão por pertencimento.
Os adolescentes queriam se vestir como as celebridades do Instagram. Queriam ser vistos, comentados e inseridos no “mundo dos famosos”.
É uma denúncia direta da cultura do consumo e da influência das redes sociais sobre a juventude.
Use em argumentos sobre: consumo como validação, desejo de status, influência digital.
📺 Existe alguma série que retrate o consumo como linguagem nas redes?
5. “Emily em Paris” — Netflix
Você já reparou como o Instagram define o estilo de vida da personagem? Emily se adapta a Paris e ao seu novo emprego moldando a própria imagem online.
A série mostra como a personagem usa marcas, tendências e selfies como ferramentas de integração. O consumo é seu passaporte social.
É útil para refletir sobre como a estética e o consumo performático determinam a inserção social no ambiente digital.
Use em argumentos sobre: consumo como construção de imagem, pertencimento digital, redes como vitrine.
🕰️ Há algum fato histórico que se relacione com a busca por consumo e pertencimento?
6. Criação da indústria publicitária e cultura de massa no pós-Segunda Guerra
Após a Segunda Guerra Mundial, a publicidade expandiu-se nos EUA e na Europa. Era o início da cultura de massa e do “american way of life”.
O consumo passou a ser estimulado como símbolo de sucesso e liberdade. Ser consumidor virou um ideal de pertencimento nacional e social.
Esse modelo cultural foi exportado e influenciou gerações — inclusive a atual, que agora consome em escala digital.
Use em argumentos sobre: origem histórica do consumo de massa, construção simbólica do consumidor.
📜 Existe alguma legislação que dialogue com esse tema?
7. Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990)
Você sabia que o CDC garante direitos contra abusos do mercado? A lei protege o consumidor de práticas enganosas e publicidade abusiva.
No contexto das redes sociais, isso se aplica a influenciadores que induzem ao consumo sem transparência, desrespeitando o direito à informação.
A lei também defende a educação para o consumo consciente, o que dialoga diretamente com a formação crítica do jovem consumidor.
Use em argumentos sobre: proteção legal, direito à informação, consumo ético.
🌎 Quais atualidades reforçam a urgência do debate sobre consumo nas redes?
8. Des-influência: tendência que questiona o consumismo digital
Você já ouviu falar em “des-influência”? Em 2025, surgiu uma tendência nas redes onde influenciadores pedem que seus seguidores não comprem certos produtos.
Segundo a CartaCapital, a confiança em conteúdos patrocinados caiu de 58% para 37% em apenas dois anos. O público quer mais autenticidade e menos ostentação.
Essa tendência reforça a saturação do consumo nas redes e o início de uma contra-narrativa.
Use em argumentos sobre: crítica à lógica consumista, mudança cultural, comportamento digital.
Quais argumentos usar para o tema sobre consumismo como forma de pertencimento nas redes sociais?
Argumento 1 – Manipulação das redes e cultura do consumo
Para começar, é importante reconhecer que as redes sociais não são espaços neutros: são ambientes programados para estimular o consumo.
Causa: Por meio de algoritmos, os usuários são expostos constantemente a conteúdos que promovem produtos, estilos de vida e padrões de consumo idealizados.
Consequência: Essa exposição contínua gera comparações, ansiedade, insatisfação pessoal e o impulso por consumir para pertencer e se sentir aceito.
Possível solução: Fortalecer a regulamentação da publicidade digital e promover a identificação obrigatória de conteúdos patrocinados, especialmente por influenciadores e marcas.
Pensador: o sociólogo Zygmunt Bauman, em “Vida para Consumo”, afirma que a sociedade contemporânea transforma indivíduos em consumidores compulsivos de bens, imagens e experiências, tornando o pertencimento algo líquido e instável.
Exemplo de frase:
“Na lógica líquida descrita por Bauman, consumir se torna um passaporte temporário para aceitação, mas nunca uma garantia de pertencimento real.”
Argumento 2 – Falta de pensamento crítico e educação midiática
Além disso, outro fator relevante é a ausência de formação crítica para lidar com o consumo nas redes.
Causa: A escola tradicional pouco aborda temas como letramento digital, consumo consciente e os mecanismos de influência que atuam no ambiente virtual.
Consequência: Jovens se tornam vulneráveis à cultura do hype, seguindo tendências sem refletir, reproduzindo padrões e naturalizando o consumo como linguagem social.
Possível solução: Inserir a educação midiática no currículo escolar, capacitando os estudantes para interpretar, questionar e resistir aos apelos consumistas da era digital.
Pensador: O filósofo Theodor Adorno, da Escola de Frankfurt, argumenta que a indústria cultural produz sujeitos passivos, incapazes de pensar criticamente — exatamente o que se observa nas redes sociais.
Exemplo de frase:
“Conforme Adorno alerta, a ausência de criticidade frente à cultura de massa reforça a alienação e transforma o indivíduo em um repetidor de desejos impostos.”
Conclusão
Em síntese, o consumo como forma de pertencimento nas redes sociais é fruto de uma combinação entre algoritmos que moldam desejos e lacunas na formação crítica dos usuários.
Portanto, pensar esse tema exige compreender tanto os mecanismos que estimulam o consumo quanto as consequências subjetivas, sociais e ambientais desse comportamento.
E agora que você já entendeu tudo isso… que tal colocar esse conhecimento em prática?
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