Nos últimos anos, o avanço das tecnologias digitais, aliado à exposição desenfreada de dados, transformou os golpes virtuais em um dos maiores desafios da segurança no Brasil. Só em 2024, segundo a Febraban, os prejuízos ultrapassaram 10 bilhões de reais, um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Golpes como o do WhatsApp, das falsas vendas online e do falso atendente de banco lideram os rankings de crimes cibernéticos, vitimando milhares de brasileiros, especialmente os mais vulneráveis.
Jovens entre 16 e 29 anos representam 27% das vítimas, de acordo com o Instituto DataSenado, o que levanta um importante alerta: a confiança excessiva aliada à falta de educação digital tem se tornado porta de entrada para fraudes cada vez mais sofisticadas.
Diante disso, alternativas para reduzir a vulnerabilidade dos jovens frente aos golpes virtuais são urgentes, e este é um tema quente que pode cair no ENEM, em vestibulares ou em concursos públicos. Neste post, você vai encontrar textos motivadores, repertórios socioculturais, argumentos organizados por causa e consequência.
Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Alternativas para reduzir a vulnerabilidade dos jovens frente aos golpes virtuais no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Instruções para redação
- O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
- O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
- A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
- Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “textos insuficiente”;
- 4.2 fugir do tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
- 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
- 4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica, ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
Textos motivadores sobre o tema golpes virtuais
Texto I — Os golpes virtuais e a fragilidade digital da sociedade brasileira
É inegável que a era digital trouxe inúmeros avanços. No entanto, paralelamente a esse progresso, surgem ameaças silenciosas que colocam em risco o bem-estar de milhões de brasileiros: os golpes virtuais. Embora muitos ainda acreditem que esses crimes afetam apenas pessoas mais velhas ou menos familiarizadas com a tecnologia, os dados mais recentes revelam um cenário muito diferente e extremamente preocupante.
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), mais de R$ 10 bilhões foram perdidos em fraudes digitais no Brasil em 2024, um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Entre os principais golpes, destacam-se aqueles realizados via WhatsApp, falsas vendas em redes sociais e a atuação de falsos funcionários de instituições financeiras. Somados, esses crimes já vitimaram centenas de milhares de pessoas em um único ano.
O mais alarmante, contudo, é a vulnerabilidade crescente dos próprios jovens. Segundo levantamento do Instituto DataSenado, pessoas entre 16 e 29 anos representam 27% das vítimas de golpes digitais no país. A ironia é clara: ainda que esse grupo esteja habituado às tecnologias, sua familiaridade com o ambiente virtual não impede que se tornem alvos fáceis, sobretudo diante de táticas de manipulação psicológica e exploração de dados vazados.
Além disso, especialistas alertam para três fatores que favorecem esse crescimento desenfreado: o alcance massivo das redes, o imediatismo das respostas virtuais e a falsa sensação de controle que muitos usuários jovens carregam. A ânsia por promoções, a confiança excessiva em atendimentos por mensagem e a ausência de práticas básicas de segurança digital formam uma combinação perigosa que favorece os estelionatários.
Fonte adaptada: G1
Texto motivador II – A juventude também é alvo: golpes virtuais afetam mais os jovens
À primeira vista, é comum pensar que os idosos sejam os mais afetados por golpes virtuais. No entanto, os dados revelam um cenário bem diferente. Segundo levantamento do Instituto DataSenado, os jovens entre 16 e 29 anos são os mais atingidos, somando 27% das vítimas. Já os brasileiros com mais de 60 anos representam apenas 16% dos casos.
Nesse sentido, é importante destacar que a diferença não está apenas nos números, mas também no tipo de golpe aplicado. Enquanto os mais velhos são frequentemente enganados por estelionatários que se passam por centrais bancárias, os jovens, por outro lado, costumam ser vítimas de promessas enganosas de empregos online e ganhos rápidos sem sair de casa.
Além disso, especialistas apontam que a baixa escolaridade, a dificuldade em identificar conteúdos falsos e o uso excessivo de celulares aumentam a exposição dos jovens a essas fraudes. A conectividade constante também é um fator de risco. De acordo com o Cetic.br, 99% dos jovens entre 16 e 24 anos acessam a internet todos os dias — índice que reforça o quanto essa faixa etária está vulnerável.
Para enfrentar esse desafio crescente, o Senado Federal criou, em março de 2025, a Frente Parlamentar de Apoio à Cibersegurança. A iniciativa busca ampliar os debates, propor políticas públicas eficazes e fortalecer a proteção da população frente ao avanço dos crimes digitais. Com isso, espera-se desenvolver ações capazes de prevenir golpes e responsabilizar os infratores de maneira mais eficaz.
Fonte adaptada: Agência Senado
Texto 3 – vazamentos de dados e golpes virtuais
Apesar dos avanços tecnológicos terem facilitado o acesso à informação e transformado a comunicação global, o Brasil figura entre os países mais atingidos por crimes virtuais. De acordo com o Relatório de Cibersegurança de 2022, elaborado pela Threat X, o país ocupa a quinta colocação no ranking mundial de ataques cibernéticos, com mais de 9 milhões de ocorrências registradas apenas no primeiro trimestre daquele ano.
Além disso, o Brasil também se destaca negativamente por conta dos vazamentos de dados, aparecendo em sexto lugar no ranking internacional produzido pela organização Surfshark. Segundo o levantamento, 24,2 milhões de brasileiros foram afetados por esse tipo de violação, número que evidencia o avanço desenfreado dos golpes virtuais e a fragilidade da proteção digital no país.
Para entender por que o Brasil sofre tanto com esse tipo de crime, é necessário observar o contexto digital da população. Conforme o relatório, o aumento das compras online e o uso intensivo das redes sociais nos últimos anos elevaram o nível de exposição a riscos. Quanto maior o tempo de navegação e interação digital, maior a probabilidade de contato com links falsos, mensagens enganosas, páginas não seguras e outras formas de fraude digital.
Nesse cenário, setores essenciais como governo, educação, indústria e finanças têm sido os principais alvos, revelando que o problema não se restringe ao usuário comum, mas impacta também a estrutura institucional do país.
Por fim, vale lembrar que a segurança digital é uma responsabilidade coletiva. Proteger-se contra golpes virtuais não é apenas uma ação individual, mas um compromisso social que exige educação digital, políticas públicas eficazes e investimento constante em tecnologia de proteção.
Fonte adaptada: ClearSale Brasil
Texto 4 – golpes virtuais

Fonte: Poder360
Repertórios e fatos socioculturais para usar na redação sobre golpes virtuais
🎬 Filmes e séries sobre crimes digitais
1. “O Dilema das Redes” (2020)
Documentário da Netflix que expõe como algoritmos manipulam comportamentos e facilitam golpes virtuais. Mostra a influência das redes na disseminação de fake news e técnicas de persuasão digital.
Pode ser usado para discutir: engenharia social e manipulação online como facilitadores de fraudes.
2. “Catch Me If You Can” (2002)
Baseado na história real de Frank Abagnale, um jovem que aplicou inúmeros golpes de identidade falsa nos anos 1960. A obra explora a fragilidade de sistemas de verificação e a ingenuidade das vítimas.
Pode ser usado para: argumentar sobre a sofisticação dos golpistas e a necessidade de educação digital.
📚 Livros que abordam golpes virtuais
3. “1984”, de George Orwell
A vigilância estatal extrema e a manipulação da informação no livro refletem o controle e a desinformação presentes no ambiente digital contemporâneo.
Pode ser usado para discutir: como a manipulação virtual compromete a liberdade e a segurança dos cidadãos.
4. “A Sociedade do Cansaço”, de Byung-Chul Han
O filósofo analisa como o excesso de estímulos e de produtividade afeta nossa capacidade crítica. Esse esgotamento facilita a desatenção e, consequentemente, a vulnerabilidade a fraudes digitais.
Aplicável para: mostrar como o ritmo acelerado da vida digital torna os usuários mais propensos a cair em golpes.
📜 Legislações e documentos essenciais sobre golpes digitais
5. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD – Lei nº 13.709/2018)
Estabelece diretrizes para o uso, armazenamento e compartilhamento de dados pessoais no Brasil.
Pode ser usada como base legal para: argumentar sobre a responsabilidade das empresas e o direito dos cidadãos à segurança digital.
6. Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014)
Garante direitos e deveres de usuários e provedores. Inclui princípios de privacidade, neutralidade da rede e responsabilidade civil.
Ideal para: contextualizar o papel do Estado e da legislação na prevenção aos golpes.
🗞️ Fatos reais e campanhas educativas
7. Relatório Febraban (2024)
Aponta que mais de R$ 10 bilhões foram perdidos em fraudes digitais no Brasil em um único ano. Golpes por WhatsApp, falsas centrais de banco e sites de venda lideram os casos.
Perfeito para usar como dado de impacto social e econômico.
8. Campanha “Segurança Digital é Todo Dia” – Governo Federal
Promove dicas práticas de proteção nas redes, como uso de verificação em duas etapas e cuidado com links.
Aplicável para: destacar o papel da informação na prevenção e educação digital da população.
🧠 Argumento 1: A falsa sensação de domínio tecnológico entre jovens
Causa:
Boa parte dos jovens brasileiros cresceu conectada à internet, o que criou uma sensação ilusória de que dominam completamente os ambientes digitais. Essa confiança desmedida torna esse público altamente suscetível a abordagens manipulativas, principalmente aquelas que envolvem promessas fáceis de lucro, emprego ou vantagens.
Consequência:
Como resultado, muitos jovens acabam caindo em armadilhas virtuais, como esquemas de pirâmide, promoções falsas ou links maliciosos. Essa vulnerabilidade digital tem impacto direto na vida financeira e emocional da juventude, além de reforçar a impunidade dos criminosos digitais.
Exemplo:
Segundo dados do DataSenado (2025), pessoas entre 16 e 29 anos representam 27% das vítimas de golpes digitais, índice superior ao registrado entre idosos, desmentindo o senso comum.
Pensador:
Para Zygmunt Bauman, vivemos tempos de “modernidade líquida”, em que vínculos e certezas se dissolvem rapidamente. No meio digital, essa fluidez se expressa na dificuldade de distinguir o real do falso, o que amplia o poder de manipulação sobre os mais jovens.
🧠 Argumento 3: A fragilidade legislativa e a lentidão no combate aos crimes cibernéticos
Causa:
A legislação brasileira sobre cibercrimes ainda é pouco específica, e a estrutura de investigação muitas vezes não acompanha a sofisticação das quadrilhas virtuais, que operam com base em dados vazados e inteligência artificial.
Consequência:
A morosidade na resposta estatal permite que os criminosos ajam com recorrência e impunidade, aumentando a insegurança digital da população e comprometendo a confiança nas instituições.
Exemplo:
Em 2022, o Brasil sofreu mais de 103 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, e, ainda assim, a estrutura pública de combate continua defasada — o que motivou a criação da Frente Parlamentar de Apoio à Cibersegurança no Senado apenas em 2024.
Pensador:
Segundo Hannah Arendt, a ausência de ação política diante do mal revela cumplicidade estrutural. Quando o Estado não responde com eficácia ao avanço dos crimes virtuais, legitima, ainda que indiretamente, a permanência do problema.
Conclusão
Diante do avanço contínuo dos crimes cibernéticos no Brasil, agravado pela ilusão de domínio digital entre jovens, pela ausência de uma cultura de prevenção e pela morosidade legislativa, torna-se urgente repensar as formas como lidamos com segurança virtual no cotidiano.
A cibereducação precisa deixar de ser um tema periférico para se tornar eixo central das políticas públicas, especialmente na escola básica. Paralelamente, é indispensável que o Estado fortaleça a legislação contra crimes digitais, invista na capacitação de profissionais especializados e incentive parcerias com empresas de cibersegurança.
Mais do que proteger dispositivos, é preciso proteger pessoas. E isso só será possível quando alfabetização digital, combate às desigualdades tecnológicas e responsabilização institucional caminharem juntos.
🔒 A segurança digital é um direito coletivo. A proteção começa pela informação.
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