Você já pensou nos impactos causados pelos algoritmos nas redes sociais? Eles causam o que alguns estudiosos chamam de ”Efeito Bolha”!
Então, leia os textos motivadores e com base nos conhecimentos, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema Algoritmos e os impactos do ”Efeito Bolha”.
Após ler a proposta, confira uma lista de repertórios socioculturais que preparamos sobre o tema!
TEXTO 1
As redes sociais e os mecanismos de buscas se tornaram a grande plataforma de mediação de acesso a informação do século XXI. Portanto, o seu sucesso é devido ao poder de seleção de conteúdo relevante para o usuário em face da grande quantidade produzida pela sociedade cibernética.
Contudo, a seleção automática de conteúdo pelos algoritmos de inteligência artificial dessas plataformas produz efeito colateral, tais como o efeito bolha.
O efeito bolha tem restringido o acesso das pessoas à diversidade dos conteúdos, o que gera questionamentos quanto ao seu potencial antidemocrático. Do ponto de vista legal e do Direito, a limitação dessas plataformas em fazer transitar conteúdos diversos e antagônicos nas mesmas redes sociais gera preocupações quanto a sua efetiva capacidade de cumprimento de decisões judiciais que envolvem o direito de resposta. Portanto, tal direito é definido na Constituição Federal de 1998, e sua existência está relacionada à proteção do direito de personalidade e direito à informação.
Fonte: Capital Digital / Acesso em 18 mai. 2022. (Adaptado)
TEXTO 2
A dor e a delícia de viver em sociedade é lidar com as diferenças. Ao mesmo tempo em que a divergência é capaz de gerar certos conflitos, é nela que surgem ideias para que os indivíduos evoluam. Mas, de uns tempos para cá, essa relação com o outro parece ter ficado homogênea. Cada um se rodeia por quem pensa e age igual a si e consome informações que corroboram suas percepções sobre o mundo. São as chamadas bolhas, intensificadas com o avanço das redes sociais.
Nesse mundo virtual e algoritimizado, cada usuário do Facebook, Instagram ou Twitter é exposto majoritariamente a conteúdos com os quais se identifica. Isso exclui uma infinidade de outras informações, que não chegam a esse usuário simplesmente porque o algoritmo julga que aquilo não é relevante.
Como funciona os algoritmos?
De modo geral, os algoritmos das redes trabalham da mesma forma: monitoram sua atividade, suas curtidas, comentários, compartilhamentos e até o tempo que passa diante de uma mesma publicação, sem rolar o feed. A partir desses dados, os algoritmos traçam um perfil do usuário, buscando compreender suas preferências para, assim, direcionar conteúdos que o façam interagir mais e mais com a própria rede.
De acordo com a mestre em psicologia Etienne Janiake, esse comportamento faz com que a nossa visão de mundo fique menos abrangente. Para ela, esse processo de olhar para o mundo reforçando uma perspectiva restrita favorece a tendência de criticar e julgar aqueles que não fazem parte dela. “Com isso, a base de uma convivência e sociedade fortalecida e saudável, que é exatamente a diversidade de seus indivíduos, fica comprometida”, alerta.
Opinião de especialistas
Conforme a psicóloga, as relações genuínas se constituem de trocas, de compartilhar visões, de se abrir ao outro e de estar aberto a percebê-lo e acolhê-lo do jeito que ele se apresenta. “Com a fixação e estreiteza do olhar, que pode ser amplificada pelas redes sociais, as trocas interpessoais tendem a ficar bastante afetadas, pois tenho a falsa sensação de abertura e diálogo, quando, muitas vezes, estou apenas reforçando as minhas visões estabelecidas”, acrescenta Etienne.
Para a pesquisadora em comunicação digital e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Pollyana Ferrari, a formação das bolhas serve à manipulação, que afeta até mesmo aspectos simples da vida, como seu gosto musical. “No Spotify, não ouça só as playlists que ele te recomenda. O aplicativo oferece e você pensa: ‘nossa, como ele me entende’, mas estará ouvindo sempre a mesma coisa”, diz.
Fonte: Diário da Região / Acesso em 18 mai. 2022 (com alterações)
Repertórios para o tema ”Algoritmos e os impactos do Efeito Bolha”
O achou da proposta ”Algoritmos e os impactos do Efeito Bolha’‘? Antes de escrever a sua redação, confira uma listinha de repertórios socioculturais que preparamos. Eles podem te ajudar a compreender melhor o tema e até a fundamentar a sua redação.
Bolha Virtual: Como as redes sociais nos influenciam? | VÍDEO
A DW, uma emissora alemã, preparou um vídeo explicativo sobre como funcionam as bolhas virtuais, constituídas graças à tecnologia de inteligência artificial dos algoritmos, que entrega aos usuários somente aquilo que é de seu interesse. Assista ao vídeo e descubra se você está inserido em uma dessas bolhas!
O Filtro Invisível: O Que A Internet Está Escondendo de Você | LIVRO
Nesse livro, Eli Pariser, presidente do conselho da MoveOn, um dos principais portais de ativismo online, alerta o leitor sobre as bolhas sociais formadas pelos algoritmos existentes na web. O autor fala sobre os riscos de vivermos confinados a um universo pessoal único de informações e explica o que podemos fazer para tornar a web mais democrática.
Como sair das bolhas | LIVRO
A estudiosa Pollyana Ferrari mostra, dentro do contexto do jornalismo e das redes sociais falsas, que a fake news é facilitada pelo vício em celular e redes sociais.
A autora alerta que hoje as pessoas convivem, mesmo virtualmente, com quem pensa parecido, com quem tem a mesma opinião política e gosta dos mesmos ídolos, da mesma música, facilitando o compartilhamento das fake news e estabelecendo características antidemocráticas a estes espaços
Televisão (Titãs) | MÚSICA
Ainda que seja uma música antiga e voltada para a televisão, sua letra se encaixa perfeitamente nos dias atuais e no tema de ”bolhas sociais”. Apresenta uma visão crítica sobre a influência dos meios de comunicação dos cidadãos e sobre como a televisão pode ”emburrecer”, permitindo a pessoa se perceber uma vítima deste processo.
Black Mirror | SÉRIE
Em Hang The Dj, quarto episódio da quarta temporada de Black Mirror, série da Netflix, os relacionamentos surgem de forma artificial, por meio da tecnologia. Para se encontrar o par ideal, é preciso submeter a um sistema que determina o máximo de informações com o objetivo de encontrar um par perfeito no futuro.
Amy e Frank, jovens que se conhecem pelo sistema e que só podem ficar juntos por 12 horas, sentem que existe uma possibilidade de um relacionamento duradouro. No entanto, eles estão submissos ao sistema, e após o tempo estipulado pelo programa, são obrigados a entrarem em novos encontros e relacionamentos.
O sistema da redes sociais funcionam exatamente da mesma forma: interagimos com o sistema e, consequentemente, ficamos submissos, sendo condicionados a recebermos somente aquilo que julga querermos receber.
Conhece algum outro repertório sociocultural associado a este tema? Deixe nos comentários!
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