No mundo moderno existem muitas substâncias nocivas e viciantes e é de suma importância frisar que elas não são todas tão óbvias quanto a cocaína e a heroína. Entre elas se destacam o açúcar, a gordura e até muitos remédios receitados por médicos. Porém, existem vícios que não são provocados por uma substância externa, senão por atividades que estimulam o cérebro. Destaca-se nesta categoria o uso de videogames que, levado a níveis extremos, pode ser classificado como vício segundo a OMS. Contudo, os videogames não são controlados e regulados como as drogas no Brasil, fato que tem que mudar para melhor controlar esse vício no país.
Com finalidade de acabar com uma propaganda nociva e enganosa, no ano 2000 o Presidente Fernando Henrique Cardoso aprovou uma lei que proibia a divulgação de publicidades para cigarros na maioria dos lugares. Durante as últimas três décadas, dezenas de países optaram por leis parecidas, assim como a implementação de outras restrições com respeito aos cigarros, incluindo um aumento considerável no preço de cigarros através de impostos mais altos, desincentivando o consumo de tabaco. Essas medidas funcionaram e a porcentagem da população que fuma despencou nos últimos trinta anos em países da Europa, da América do Norte e no Brasil.
Constata-se que o vício em videogames é igual de nocivo que o vício em cigarros e é muito mais insidioso também, já que a maioria das pessoas não sabe dos danos que pode causar. É um vício que começa cedo, com muitas pessoas começando a jogar durante a adolescência ou até na infância. Segundo um estudo da BYU nos Estados Unidos, o uso excessivo de videogames pode causar problemas comportamentais como depressão e ansiedade, entre outros transtornos mentais. Outra pesquisa, publicada no Developmental Psychology Journal, revela que 10% das pessoas estão suscetíveis ao vício, uma porcentagem alta demais para ignorar.
A fim de diminuir o número de pessoas que sofrem de um vício em videogames, é preciso dificultar o acesso. Como qualquer produto viciante, tem que ser controlado pelo Governo Federal, que pode tomar uma série de iniciativas para melhorar a situação. Primeiro, a idade legal para a compra de videogames deve ser de 18 anos para qualquer tipo de jogo. Esse detalhe dificulta o acesso bastante já que os pais podem ter mais controle sobre o tipo de jogo que os filhos compram. Segundo, a divulgação de propaganda para videogames tem que ser proibida para diminuir a tentação. Finalmente, o Governo Federal tem que passar a cobrar um imposto muito alto para comprar videogames para desincentivar a compra ainda mais. Com esses controles será mais fácil conter esse vício na população em geral e na população adolescente em particular.