PND 2025: tema da redação abordou o idadismo como desafio social e educacional no Brasil

PND 2025: tema da redação abordou o idadismo como desafio social e educacional no Brasil

No último domingo, 26 de outubro, foi aplicada a Prova Nacional Docente (PND 2025), exame que avalia competências teóricas e práticas dos profissionais da educação em todo o país.
Entre as questões discursivas, o tema da redação chamou atenção por abordar um assunto social e educacional de extrema relevância: o idadismo (ou etarismo) — forma de preconceito baseada na idade.

A questão discursiva da PND 2025 tratou do tema “O idadismo como desafio social e educacional no Brasil”, exigindo do candidato reflexão crítica sobre os efeitos das diferenças geracionais nas relações escolares e a proposição de uma atividade pedagógica voltada à integração entre jovens e idosos.

O que é idadismo?

O idadismo, também conhecido como etarismo, é o preconceito, estereótipo ou discriminação baseada na idade. Segundo o Relatório Mundial sobre o Idadismo (Organização Pan-Americana da Saúde, 2021), ele pode ocorrer de três formas:

  • Institucional: quando políticas, leis ou práticas restringem oportunidades por idade;
  • Interpessoal: quando ocorre nas relações entre indivíduos;
  • Autodirigido: quando a própria pessoa internaliza e reproduz preconceitos sobre sua idade.

Em síntese, o idadismo prejudica tanto os idosos — por serem vistos como “inúteis” ou “lentos” — quanto os jovens, muitas vezes subestimados por “falta de experiência”.

Quais foram os textos motivadores da redação da PND 2025?

A questão discursiva apresentou três textos motivadores oficiais, que fundamentaram a proposta:

QUESTÃO DISCURSIVA

TEXTO 1

 A natureza do idadismo
O idadismo refere-se aos estereótipos (como pensamos), aos preconceitos (como nos sentimos) e à discriminação (como agimos) direcionados às pessoas com base em sua idade. Pode ser institucional, interpessoal ou autodirecionado. O idadismo institucional refere-se às leis, às regras, às normas sociais, às políticas e às práticas de instituições que restringem injustamente oportunidades e sistematicamente desfavorecem indivíduos devido à sua idade. O idadismo interpessoal surge nas interações entre dois ou mais indivíduos; enquanto o idadismo autodirecionado ocorre quando é internalizado e voltado contra si mesmo.

Relatório Mundial sobre o Idadismo. Organização Pan-Americana da Saúde, 2021.
Disponível em: www.iris.paho.org. Acesso em: 29 jul. 2025.

TEXTO 2

Estatuto do Idoso
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização da pessoa idosa, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria.
(Redação dada pela Lei nº 14.423/22).

Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 29 jul. 2025.

TEXTO 3

 Os critérios de avaliação da idade, da juventude ou da velhice não podem ser puramente os do calendário. Ninguém é velho só porque nasceu há muito tempo ou jovem porque nasceu há pouco. Além disso, somos velhos ou moços muito mais em função de como pensamos o mundo, da disponibilidade com que nos damos, curiosos, ao saber, cuja procura jamais nos cansa e cujo achado jamais nos deixa satisfeitos e imobilizados. Somos moços ou velhos muito mais em função da vivacidade, da esperança com que estamos sempre prontos a começar tudo de novo, se o que fizemos continua a encarnar sonho nosso. Sonho eticamente válido e politicamente necessário. Somos velhos ou moços muito mais em função de se nos inclinarmos ou não a aceitar a mudança como sinal de vida e não a paralisação como sinal de morte.

FREIRE, P. À sombra desta mangueira. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2013.

Situação-problema:

 Em uma reunião pedagógica, os professores, motivados pela Lei nº 14.423/22 e pelos recorrentes discursos idadistas na escola, planejam atividades didáticas que abordem esse tema em seus planos de aula.

Com base na situação-problema e na leitura dos textos motivadores, elabore um texto dissertativo-argumentativo que, respeitando os Direitos Humanos:

  • discuta o idadismo como desafio social e educacional no Brasil;
  • aborde os efeitos das diferenças geracionais nas relações estabelecidas no contexto escolar;
  • apresente, ao menos, uma proposta de atividade para combater o idadismo e promover a integração intergeracional na escola.

Qual foi o tema da redação da PND 2025?

Tema: O idadismo como desafio social e educacional no Brasil.

A proposta exigiu que o participante:

  1. Analisasse o idadismo como problema social e educacional;
  2. Discutisse os efeitos das diferenças geracionais nas relações escolares;
  3. Propusesse uma atividade pedagógica que estimulasse o diálogo e o respeito entre gerações.

O que é a PND (Prova Nacional Docente)?

A Prova Nacional Docente (PND) é um exame nacional que busca apoiar a seleção de professores da educação básica pública.
Aplicada junto ao Enade das Licenciaturas, ela usa os mesmos instrumentos de avaliação e pode servir como etapa única ou complementar em processos seletivos de redes estaduais e municipais.

⚠️ Atenção:
A PND não é um concurso público. Seu resultado pode ser aproveitado por até 3 anos em seleções futuras.

Treine com esse tema na nossa plataforma e esteja pronto para a próxima PND!

Quais são os objetivos da PND?

De acordo com o Guia do Participante 2025, a PND tem como objetivos principais:

  • Subsidiar as redes públicas na contratação de professores qualificados;
  • Apoiar a autoavaliação dos docentes e licenciandos;
  • Melhorar a qualidade da docência e da formação inicial;
  • Gerar dados e políticas públicas voltadas à formação de professores.

📌 Validade: o resultado da PND é válido por 3 anos e pode ser reutilizado em novos processos seletivos.

Prepare-se desde já com temas atualizados e correções especializadas.

A PND é obrigatória?

Não.
A adesão é voluntária tanto para redes de ensino quanto para professores.
Cada estado ou município decide se utilizará os resultados da PND nos seus editais.

👩‍🏫 Os professores e estudantes podem se inscrever para obter o boletim individual de desempenho, válido por três anos.

Quer testar sua escrita antes da próxima PND?

A PND garante vaga como professor?

❌ Não.
A participação não garante automaticamente uma vaga.
A nota serve como referência classificatória em processos seletivos que aderirem à PND.

Para conquistar a vaga, o candidato precisa fazer também a inscrição no processo seletivo da rede desejada.

✍️ Treine sua redação discursiva e chegue preparado para o edital da sua rede.

Como funciona a prova da PND?

A PND 2025 foi composta por duas etapas principais:

  1. Prova teórica (80 questões e 1 discursiva):
    • 30 questões de Formação Geral Docente;
    • 50 questões de Componentes Específicos da área.
  2. Questionários complementares:
    • Questionário do Estudante;
    • Questionário Contextual;
    • Questionário de Percepção da Prova.

🕒 Duração: 13h30 às 19h (horário de Brasília).
Aplicação: presencial, conforme local informado no Cartão de Confirmação.

Como é a redação discursiva da PND?

A questão discursiva avalia argumentação, clareza e proposta pedagógica.
O texto deve ter até 30 linhas, ser dissertativo-argumentativo e respeitar os Direitos Humanos.

A correção é feita pela banca FGV, com critérios que analisam:

  • Domínio da norma culta;
  • Coerência e coesão;
  • Pertinência dos repertórios teóricos;
  • Clareza na proposta pedagógica.

Treine sua redação discursiva com corretores especialistas em FGV.

Fonte adaptada: https://www.gov.br/mec/pt-br/mais-professores/GuiaPND_v2.pdf

Quais repertórios socioculturais poderiam ser usados?

Para garantir repertórios consistentes e interdisciplinares, o candidato poderia usar:

  • Lei nº 14.423/2022 — que determina o ensino sobre envelhecimento e valorização da pessoa idosa;
  • Relatório Mundial sobre o Idadismo (2021) — como base conceitual;
  • Paulo Freire (1996 e 2013) — com a defesa do aprendizado contínuo e da educação libertadora;
  • Organização Mundial da Saúde (OMS) — que define o envelhecimento ativo como direito de todos;
  • ONU — Agenda 2030 (ODS 10 e 11) — que propõe reduzir desigualdades e promover cidades inclusivas;
  • Constituição Federal, art. 230 — que reconhece o dever da família, sociedade e Estado de amparar os idosos.

Quais argumentos poderiam ser utilizados?

1️⃣ Idadismo como problema social:

O envelhecimento populacional brasileiro aumenta o risco de exclusão e marginalização de pessoas idosas. A falta de políticas efetivas e o culto à juventude contribuem para o isolamento e a perda de dignidade dessa população.

2️⃣ Idadismo como desafio educacional:

A ausência de práticas intergeracionais nas escolas reproduz estereótipos e distancia alunos e professores de diferentes idades. Assim, o ambiente escolar deixa de ser um espaço de trocas e passa a refletir a hierarquia social da idade.

Exemplo de redação completa sobre o idadismo (padrão PND 2025)

Tema: O idadismo como desafio social e educacional no Brasil

O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003, atualizado pela Lei nº 14.423/2022) determina que os currículos escolares devem incluir conteúdos voltados ao respeito e à valorização da pessoa idosa, visando eliminar o preconceito e promover conhecimento sobre o envelhecimento. Essa diretriz reforça a importância de discutir o idadismo — forma de discriminação baseada na idade — como um fenômeno que impacta as relações sociais e educacionais no Brasil contemporâneo. Nesse sentido, compreender o idadismo como um desafio estrutural permite refletir sobre seus efeitos na convivência intergeracional e sobre o papel da escola na construção de uma cultura de respeito e equidade entre as gerações.

Diante desse contexto, é notório que o idadismo social se manifesta por meio da marginalização e da invisibilidade da pessoa idosa nos espaços públicos e institucionais. O Relatório Mundial sobre o Idadismo (Organização Pan-Americana da Saúde, 2021) aponta que essa prática se expressa em estereótipos, preconceitos e ações discriminatórias que limitam a participação plena dos idosos na sociedade. Tais atitudes, enraizadas em uma cultura que valoriza excessivamente a juventude, contribuem para o isolamento social e a perda de autoestima dos mais velhos. No Brasil, o envelhecimento populacional exige novas políticas que garantam o protagonismo da pessoa idosa e combatam práticas excludentes. Assim, torna-se essencial que a sociedade reconheça o envelhecer como parte do ciclo vital e valorize a experiência acumulada ao longo dos anos como forma de aprendizado coletivo.

Ademais, no campo educacional, as diferenças geracionais nas escolas evidenciam o quanto o idadismo interfere nas relações pedagógicas. Em muitas instituições, tanto alunos mais velhos da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) quanto professores em idade avançada enfrentam preconceitos relacionados à sua capacidade de aprender ou de se adaptar às inovações tecnológicas. Segundo Paulo Freire, em À sombra desta mangueira (2013), a idade não define a disposição para o conhecimento, uma vez que o ato de aprender é contínuo e essencial à existência humana. No entanto, a ausência de práticas intergeracionais limita a troca de saberes entre jovens e idosos, reduzindo o potencial formativo da escola como espaço de convivência democrática. Desse modo, promover o diálogo entre gerações é um passo fundamental para romper paradigmas e ampliar o sentido de pertencimento dentro do ambiente educacional.

Dessa forma, é fundamental que a escola assuma seu papel formador na superação do idadismo e na valorização das trocas entre gerações. Para isso, propõe-se o desenvolvimento do projeto pedagógico “Gerações em Diálogo”, articulado entre professores, gestores e comunidade, com ações como rodas de conversa, produções de memória e atividades colaborativas entre jovens e idosos. Essas práticas devem promover o respeito mútuo, o reconhecimento das trajetórias individuais e o fortalecimento de vínculos humanos e pedagógicos dentro e fora da escola. Por meio desse processo contínuo de escuta e aprendizagem compartilhada, será possível formar sujeitos mais empáticos e conscientes, de modo que se cumpra efetivamente o que estabelece a Lei nº 14.423/22, garantindo uma educação comprometida com o respeito, a inclusão e a dignidade em todas as fases da vida.

Conclusão: o Redação Online antecipou a PND 2025

Mais uma vez, o Redação Online saiu na frente.
O tema da Prova Nacional Docente 2025 já havia sido trabalhado diversas vezes na nossa plataforma.

Durante o ano, discutimos temas como:

 Isso mostra que quem treina com o Redação Online chega preparado não só para o ENEM, mas também para concursos e provas discursivas.

✍️ Corrigimos redações de concursos públicos, vestibulares e ENEM, com parecer completo, notas por competência e especialistas em discursiva.
 São mais de 1.200 temas disponíveis, todos atualizados conforme as bancas.

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