Leia os textos abaixo e escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre Tema – O aumento da expectativa de vida como desafio.
Texto 1
De 2015 para 2016, a expectativa de vida do brasileiro ao nascer passou de 75,5 para 75,8 anos, o que representa um acréscimo de três meses e onze dias. Esse indicador mostra o tempo médio de vida das pessoas que nasceram em um determinado ano. Entre os estados brasileiros, Santa Catarina é o que apresenta a maior esperança de vida (79,1 anos), logo em seguida estão Espírito Santo (78,2 anos), Distrito Federal (78,1 anos) e São Paulo (78,1 anos). Além desses, Rio Grande do Sul (77,8 anos), Minas Gerais (77,2 anos), Paraná (77,1 anos) e Rio de Janeiro (76,2 anos) são os únicos que possuem indicadores superiores à média nacional. No outro extremo, com as menores expectativas de vida, estão os estados do Maranhão (70,6 anos) e do Piauí (71,1 anos).
Texto 2
Com a expectativa de vida do brasileiro, sobem as despesas do governo com aposentadoria. Ainda não dá para calcular qual será o impacto, mas, seja qual for, só deve aumentar um problema: o deficit, que tem se aprofundado desde 2011.
“Em consequência das medidas de desoneração da folha, que desaceleraram o crescimento da receita previdenciária, mas não desacelerou, no mesmo passo, a trajetória de pagamento dos benefícios previdenciários. Por isso, o deficit da previdência nesse ano deve fechar provavelmente acima de R$ 60 bilhões”, aponta Felipe Salto, economista da Tendências Consultoria.
Do ponto de vista das contas públicas, o aumento da expectativa de vida dos brasileiros significa que a previdência terá de pagar benefícios para mais gente e por mais tempo. Ou seja: precisa de mais dinheiro. Mas em um momento como esse de baixo crescimento, a arrecadação cai.
O fator previdenciário é um mecanismo criado há 15 anos para tentar equilibrar as contas da previdência. À medida em que a expectativa de vida sobe, aumenta também a quantidade de anos que o contribuinte tem que trabalhar para receber o mesmo benefício. Agora que o brasileiro vive mais, também vai ter que trabalhar mais antes de se aposentar.
“Quando ele aposenta, por exemplo, com 35 anos de trabalho e 55 anos de idade, ele ainda está muito longe daquela expectativa de vida. E por ele estar muito longe, em tese, ele vai receber um benefício menor por mais tempo”, diz Rodolfo Ramer, especialista em direito previdenciário.
“O que precisa haver é crescimento econômico. Quanto mais crescimento, maior a formalização, maior a geração de emprego, o governo consegue arrecadar mais, e isso ameniza a trajetória de deficit”, aponta o economista Felipe Salto.
Texto 3
Fonte: Amarildo Charge
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O aumento da expectativa de vida como desafio no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista.
Exemplo Tema – O aumento da expectativa de vida como desafio
No documentário “Quanto tempo o tempo tem”, a evolução da longevidade é abordada como uma das revoluções do século XXI, bem como um dos grandes desafios para as administrações de diversos países. Nesse contexto insere-se a realidade brasileira, na qual o aumento da qualidade e expectativa de vida tem ocasionado impactos na estrutura social e econômica do país, por conta do crescimento da população idosa. Assim, o despreparo estatal perante esta situação, seja pela falta de planejamento previdencial, quanto de políticas públicas de amparo e inserção social a este grupo, mostra-se um impasse a ser resolvido.
Em primeiro plano, é preciso analisar o fenômeno de inversão da pirâmide etária à qual o Brasil está submetido. Nessa perspectiva, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2030 o número de idosos no Brasil deve ultrapassar o número de crianças, revelando a tendência de redução da população economicamente ativa em detrimento do número de aposentados. Tal cenário mostra-se alarmante, já que a previdência brasileira é precária e ultrapassada, visto que não existe um planejamento efetivo e não dispõe de fundos que suportem sua superlotação, colocando em risco o direito a aposentadoria de muitos cidadãos. Assim, é urgente desenvolver meios logísticos para reverter esse quadro.
Cabe ressaltar, por outro lado, o processo de exclusão e “descarte” praticado pela sociedade em relação aos mais velhos, que muitas vezes são atrelados à ideia de inutilidade e fragilidade. Embora o cuidado do idoso como obrigação de toda população esteja previsto no artigo 230 da Constituição Federal, é inegável a negligência governamental e familiar à qual este grupo está sujeito. Isto se demonstra desde a ausência de projetos sociais efetivos que forneçam suporte emocional e físico a idosos em estado de abandono e melancolia, à falta de promoção de atividades interativas que busquem despertar nestes indivíduos a sensação de pertencimento. Percebe-se, então, a insuficiência estatal na garantia do bem-estar e dignidade desta parcela da população.
Portanto, é imperiosa a tomada de medidas que solucionem o quadro atual. Desta forma, cabe ao Ministério da Economia, em consonância ao Conselho Nacional da Previdência Social, a elaboração de um novo plano previdenciário, moldado através das perspectivas econômicas do país, considerando as novas configurações sociais vigentes, de modo a possibilitar a todos brasileiros o pleno acesso à aposentadoria no futuro. Além disso, é mister o desenvolvimento de campanhas sociais midiáticas, por parte do Ministério da Saúde, que visem divulgar a importância de cuidar e valorizar os idosos, no que diz respeito à manutenção da saúde mental deste grupo.