TEMA DE REDAÇÃO – MULHER NEGRA NO BRASIL

Com base nos textos motivadores abaixo, produza uma redação dissertativoargumentativa sobre o tema: A SITUAÇÃO DA MULHER NEGRA NO BRASIL.

TEXTO 1

Faltam 2,5 milhões de mulheres pretas e pardas no Brasil. Esse é o número total de brasileiras que deveriam deixar de se declarar brancas para que, estatisticamente, os números retratassem a mesma proporção racial dos homens. Como é o próprio indivíduo que declara ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cor de sua pele, os dados revelam que na verdade as brasileiras têm mais dificuldade em se identificar como pretas e pardas do que os brasileiros. Recorte feito pelo Estadão Dados nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostra que, historicamente, as mulheres declararam ser mais brancas que o sexo oposto. Essa diferença se manteve mesmo durante o impressionante crescimento do número de brasileiros que afirmava ser pardo ou preto na última década – a proporção subiu de 45% para 55% de 2001 para 2015, data da última pesquisa. Hoje, 53% das mulheres se declaram não brancas, ante quase 56% dos homens. Essa diferença de quase 3% pode parecer pequena, mas impressiona quando traduzida para números absolutos. Se as mulheres declarassem a raça do mesmo jeito que os homens, seriam ao menos 2 milhões pardas e 500 mil pretas a mais na população brasileira. A estimativa é conservadora, pois, como a probabilidade de nascerem homens e mulheres é a mesma dentro de uma mesma raça e a mortalidade de homens não brancos é mais alta do que a de brancos, o esperado seria que a proporção de pretas e pardas entre as mulheres fosse ainda maior. “A comparação é interessante, e eu não conheço estudos que falem da diferença por sexo na classificação por cor ou raça”, diz o pesquisador da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE Leonardo Athias. Ou, em outras palavras: não há pesquisa suficiente no Brasil para conseguir entender exatamente por qual motivo as mulheres parecem ter tendência de se imaginarem, na média, mais brancas do que são. Questão cultural. Outros dados da Pnad dão algumas pistas na direção de que a principal explicação para a diferença desse processo entre homens e mulheres é também cultural. Em Estados do Norte e do Nordeste como Rondônia, Piauí, Roraima e Bahia, é praticamente igual a proporção de brancos, pretos e pardos entre homens e mulheres. Já em alguns Estados do Sul e do Sudeste, como Santa Catarina, Paraná e Rio, há uma diferença bem maior entre raças que cada sexo declara. A diferença também diminui de acordo com a escolaridade. Quanto mais anos de estudo a mulher tem, maior a chance de ela se declarar não branca. A maior diferença proporcional entre mulheres e homens que se declaram brancos está justamente no grupo que não acabou o ensino fundamental: as brancas têm 3,2 pontos porcentuais a mais. Mas, entre a população com curso superior completo, o gráfico se inverte – 26% das mulheres declararam ser negras ou pardas, número que é superior aos 23% referente aos homens dessa escolaridade.

EXEMPLO

A mulher afro-brasileira foi rotulada historicamente como meio de exploração humano, haja vista a condição de submissão que sempre enfrentou nas senzalas servindo como ama de leite aos filhos de suas senhoras e sendo exploradas sexualmente pelos senhores de engenho. Tal conjuntura trouxe à tona a discussão sobre a representação da mulher negra no Brasil. Desse modo é lícito postular o papel da mulher na sociedade e o quanto o racismo é velado em relação ao avanço das pretas no mercado trabalhistas.

Em primeiro lugar, nota-se que a condição de pessoas de pele negra tem feito com que as mulheres dessa cor sejam vistas como incapazes. Nesse sentido, convém salientar o filme “Histórias Cruzadas” que destaca o medo que a mulheres negras tem em relação a serem rebaixadas a mulheres brancas. Em suma, estereótipos cultivados tem disseminado ainda mais em uma condição em que coloca a mulher negra em uma posição de inferioridade a pessoas de pele clara.
Ademais, é inegável que o racismo para com a figura feminina negra persiste. Nesse âmbito, cabe destacar a jornalista Maju Coutinho que foi julgad! como incapaz em um papel importante como jornalista, em virtude de preconceitos raciais promulgado nas redes sociais. Em síntese, situações como essas são vivenciadas por mulheres negras que conquistaram seu lugar em uma sociedade racista e preconceituosa.

Depreende -se , portanto, a necessidade de valorizar as mulheres negras no país. Para isso, cabe ao Ministério da Educação promover palestras em escolas para concientizar as crianças sobre a não prática do racismo. O Governo Federal deve elaborar leis de igualdade racial e que punam de forma mais severa qualquer ato de discriminação e violência contra a mulher. Dessa maneira, contribuir para uma sociedade igualitária e para uma convivência harmoniosa entre a mulher negra e a sociedade.