Tema de redação – Impactos do Agronegócio na saúde
Leia os texto abaixo e faça uma redação com o Tema de redação – Impactos do Agronegócio na saúde.
O aumento do número de agrotóxicos registrados anualmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem sido acompanhado de uma elevação das notificações do Sistema Único de Saúde (SUS) de pessoas intoxicadas por esses produtos. Em ritmo acelerado, substâncias nocivas à saúde e ao meio ambiente são validadas para que o agronegócio proteja as lavouras. No entanto, isso deixa os brasileiros mais expostos a enfermidades, como câncer, problemas reprodutivos e distúrbios comportamentais. Enquanto o número de validação de agrotóxicos pelo Mapa, em 2015, foi de 139, e o do Ministério da Saúde sobre intoxicações, de 12.797 casos; em 2018, a pasta da Agricultura aprovou o uso de 450 produtos na lavoura; e as notificações de enfermidade subiram para 15.107. Apesar disso, até julho deste ano, houve um crescimento acelerado na validação de novos agrotóxicos: 262 foram aprovados. Quanto às mortes por intoxicação, segundo a Pasta da Saúde, caíram de 518, em 2015 para 445 em 2017 — os números de 2018 ainda não foram tabulados. O órgão informou também que, dos 220.045 casos de intoxicação exógena por tentativas de suicídio registrados de 2007 a 2017, 16.195 (7,3%) se referem a pessoas que injetaram agrotóxicos no pro próprio corpo. O Ministério da Saúde informou que o incremento do número de notificações de intoxicações por agrotóxicos é uma tendência observada desde o início da série histórica, em 2007. “Os fatores que contribuem para esse incremento ano a ano podem ser diversos, desde uma possível intensificação do uso desses produtos, como também uma maior sensibilidade dos serviços de saúde para a identificação e notificação dos casos”, informou o órgão, por meio de nota.
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2019/09/01/interna-brasil,78015 9/intoxicacao-por-agrotoxicos-aumenta-com-liberacao-de-produtos.shtml Acesso em 2019.
Exemplo
A Terceira Revolução Industrial, ocorrida em meados do século XX, possibilitou enormes avanços tecnológicos no agronegócio, o que suscitou impactos nocivos na população, a exemplo do êxodo rural. No entanto, a maior influência social incidente são os efeitos causados na saúde nacional, resultado do uso exagerado de agrotóxicos, somado a negligência da esfera pública com a problemática. Dessa forma, é substancial a restituição dessa conjuntura ao pleno bem-estar cívico.
Mormente, é imperioso destacar que a Constituição Federal de 1988 garante a todo cidadão o direito básico à saúde. Contudo, hodiernamente, a intensa utilização de defensivos agrícolas na agricultura latifundiária, a fim de produzir maiores safras, vai de encontro com a prerrogativa, dado que afeta diretamente na vida do consumidor, que devido aos fortes compostos químicos ficam sujeitos a intoxicações, muitas vezes, fatais. Dessa forma, o agronegócio passa a ser um setor pouco democrático e torna-se um reflexo da sociedade contemporânea, na qual a obtenção de lucro e interesses de uma minoria predominam. Desse modo, é imprescindível a reversão desse lastimável quadro à efetiva cidadania brasileira.
Ademais, é válido salientar que, segundo Thomas Hobbes, o estado é responsável por garantir o bem-estar da população. Entretanto, o atual descaso governamental com o supracitado contraria o pensamento do filósofo, uma vez que permite o contínuo uso de diversos agrotóxicos e investe, majoritariamente, apenas na monocultura latifundiária colocando em risco a saúde dos brasileiros. Sob esse viés, os pequenos agricultores, que são responsáveis pela produção de alimentos orgânicos, ou seja, sem pesticidas prejudiciais, recebem auxílios insuficientes do Estado necessitando vender suas mercadorias a preços altíssimos, o que faz com que o comprador opte pelo mais barato mesmo sendo nocivo ao bem-estar. Logo, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.
Destarte, é evidente a precisão de iniciativas para controlar os impactos negativos do agronegócio. Portanto, cabe a OMS-Organização Mundial da Saúde- proibir o uso de grande número de agroquímicos, sancionando uma Lei que restrinja o uso de apenas 1 pesticida por plantação e em quantidades mínimas, a afim de evitar patologias futuras. Outrossim, cabe ao Ministério do Meio Ambiente investir na agricultura orgânica, disponibilizando terrenos baldios aos pequenos produtores como forma de incentivo, no intuito de se ter maior demanda de alimentos sadios e a preços mais baratos. Assim, diminuirão os riscos na vida da população cumprindo com o disposto na Constituição Federal e com o pensamento de Thomas Hobbes.