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“A primeira risada, o jeito engraçado que o bebê cospe as colheradas da papinha, os primeiros passos que se tornam uma cômica caminhada, o jeito descontraído que ele dança ao ouvir uma música infantil. Para os pais, todos os gestos dos filhos pequenos são “fofos” e é natural que eles queiram dividir cada momento com todo o mundo pelas redes sociais. Esse fenômeno ganhou um termo, o sharenting, ou seja, a junção das palavras share, que significa compartilhar, com parenting, que significa criação. Infelizmente essa atitude não é apenas uma brincadeira de criança e pode trazer consequências ruins para elas no futuro. Estudos mostram que aos 12 anos os jovens possuem, em média, duas mil fotos compartilhadas.
‘Elas já têm um rastro digital que pode ser utilizado para diferentes fins’, diz Pedro Hartung, advogado e coordenador do programa Prioridade Absoluta, do Instituto Alana. Isso ocorre porque as redes sociais guardam os dados dos usuários: o rosto, o ambiente em que está, onde estuda, o que gosta, quem são os amigos, quem são os pais e suas preferências pessoais. Recrutadores de empresas vão às redes sociais para saber mais sobre seus candidatos, bem como seletores de vagas para universidades e até empresas de convênio médico. Há ainda o risco de fraudes, do uso dos dados para análise de crédito, para marketing, para reconhecimento facial, para hackear o indivíduo, ou ainda para pedofilia. Pesquisas mostram que, em 2030, dois terços das fraudes de identidade nas novas gerações vão decorrer do sharenting.”
Fonte: https://istoe.com.br/filhos-superexpostos-nas-redes-sociais/
“No Brasil ainda não existem medidas legislativas que regulem a privacidade das crianças pelos provedores de internet. Logo, a publicação de uma foto aparentemente simples pode ter diversas interpretações e prejuízos, mesmo anos após a postagem.
‘Temos vários projetos de lei barrados por indústrias de entretenimento, mídias e provedores que lucram em demasia com esse tipo de compartilhamento’, comentou a médica Evelyn Eisenstein. Segundo ela, não há na legislação brasileira uma lei como a Children's Online Privacy Protection Act (Coppa - Lei de Proteção à privacidade online de crianças, em tradução livre), instituída nos Estados Unidos, em 1998, para a proteção de dados e regulação da exposição de crianças menores de 13 anos na internet.
Em agosto deste ano, o Google anunciou o lançamento de um serviço que permite remoção de imagens pessoais de adolescentes menores de 18 anos em seus resultados de pesquisa. Um formulário para fazer o pedido de remoção está disponível na página de suporte da empresa. O Google informa, no entanto, que essa remoção não significa que a foto será retirada da internet, mas que deixará de ser mostrada nos resultados de busca do Google Imagens.
O compartilhamento de imagens e vídeos é um hábito relativamente novo, por isso as repercussões na vida futura das crianças ainda não são totalmente conhecidas, esta é a parte mais preocupante da exposição excessiva.
‘Não são apenas os pais que devem ser mais cuidadosos, mas também familiares e cuidadores. Eles precisam estar cientes das possíveis consequências indesejadas para a saúde das crianças. Não é inofensivo compartilhar conteúdo online’, disse Evelyn.
Para a psicóloga Thaís Ventura, é importante a reflexão dos pais quanto aos seus interesses pessoais em relação à exposição de seus filhos a essas tecnologias, ‘buscando sempre refletir quais as necessidades e consequências de suas atitudes referentes ao uso dessas tecnologias na influência da saúde da criança’.
Os pais que desejam compartilhar fotos e vídeos de seus filhos podem tomar medidas protetivas para garantir que o conteúdo não seja usado para fins maliciosos. Por exemplo, é possível limitar o público de postagens para que apenas aqueles em quem você confia que possam ver o conteúdo.
“‘Hoje, dia 3 de agosto de 2021, eu perdi meu filho, uma dor que só quem sente vai entender. E isso é sobre o último post que eu havia feito, os comentários. Ele postou um vídeo no TikTok, uma brincadeira de adolescente com os amigos, e achou que as pessoas fossem achar engraçado. Mas não acharam. Como sempre as pessoas destilando ódio na internet. Como sempre as pessoas deixando comentários maldosos. Meu filho acabou tirando a vida. Eu estou desolada, eu estou acabada, eu estou sem chão’.
O desabafo da cantora Walkyria Santos, em lamento pela morte do filho dela, Lucas, de 16 anos, encontrado sem vida na casa da mãe, gerou comoção nacional e voltou a pôr em relevo o debate sobre os riscos da exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. ‘Estou aqui como uma mãe pedindo para que vocês vigiem e fiquem alerta. Eu fiz o que pude. Ele já tinha mostrado sinais, eu já tinha levado a psicólogo... Mas foi isso. Foram só os comentários na internet (...) que fizeram que ele chegasse a esse ponto’, alertou a estrela do forró, que completou: ‘Que Deus conforte o coração da minha família, e que vocês vigiem (porque) a internet está doente’.
Na avaliação da educadora parental Fernanda Teles, o episódio é a evidência mais extrema de uma tragédia silenciosa, que está em curso e está relacionada ao acesso imoderado e não mediado de crianças e adolescentes à internet. Ela sinaliza que cabe a pais, tutores e sociedade como um todo garantir a proteção desses meninos e meninas.
‘Já fui atacada várias vezes e já recebi comentários bem cruéis’, relata Fernanda em uma publicação em seu perfil no Instagram em que reflete sobre efeitos da própria presença nas redes sociais. Mas, apesar de reconhecer que, às vezes, fica chateada, ela lembra que, sendo uma mulher adulta, possui recursos emocionais para lidar com essas reações de agressividade. Já as crianças e os adolescentes, por outro lado, estão em processo de formação e, portanto, são mais frágeis emocionalmente. Piora esse quadro o fato de muitos estarem sendo criados em uma lógica muito atrelada às relações estabelecidas na virtualidade, o que faz deles ‘dependentes da opinião dos outros nesse sistema binário que vivemos, da punição de dia e do elogio à noite’, situa a especialista.
Fernanda ainda lembra que, para além dos problemas associados às interações digitais, um sem-número de jovens vive em lares de vínculos frágeis e muita violência, com gritos, castigos e punições. Tudo isso sob o pretexto de educação. Com efeito, essas crianças e adolescentes têm sua autoestima abalada, ficando ainda mais vulneráveis à aprovação e à desaprovação de desconhecidos nas mídias sociais. Assim, ‘vão construindo sua personalidade a partir dos feedbacks da crueldade e de alguém sem o menor direito de fazê-lo, que se fortalece na invisibilidade que as telas promovem’, descreve Fernanda.”
Agora que você leu os textos motivadores, confira a lista de repertórios sobre o tema “Superexposição de crianças e adolescentes nas redes sociais”.
O ato de publicar fotos e vídeos dos filhos pelos pais na internet é conhecido com "sharenting", que vem da junção das palavras em inglês "share" (compartilhar) e "parenting" (paternidade). Por mais comum que seja, a exposição execessiva de crianças na internet é extremamente perigosa. Nesse sentido, cabe pontuar a falta de legislação que defina o que pode ser postados pelos pais, bem como os problemas para a saúde psicológica da criança que essa atitude pode gerar. Em primeiro plano, vale ressaltar o que problema está relacionado à falta de uma legislação que estabeleça limites sobre o que pode ser postado da criança. Em 1998, os Estados Unidos criou a "Children's Online Privacy Protection Act" (COPPA), uma lei que resguarda a privacidade online das crianças, protegendo seus dados e regulamentando a exposição de menores de 13 anos nas redes sociais. Diferentemente dos EUA, o Brasil não possui um conjunto de leis similar a COPPA. Sem uma lei que estabeleça limite, fica a critério dos pais escolher o que postar dos seus filhos, sem qualquer restrição legal do que divulgar ou não. Como consequências, muitos familiares que não possuem consciência dos riscos oferecidos pela internet podem vir a ameaçar a segurança do menor de idade ao compartilhar dados que podem ser usados para roubo de identidade, cyberbullying, uso indevido de fotos e vídeos por pedófilos Convém destacar, em segundo plano, que a exposição antecipada na internet pode causar problemas à saúde psicológica dos menores de idade. Em 2020, o filho de 16 anos da cantora de forró Walkyria dos Santos tirou a própria vida após receber diversas mensagens de ódio em um vídeo publicado em sua conta do Tiktok. O caso evidencia que crianças e adolescentes não tem recursos emocionais para lidar com as agressões que podem ser recebidas na internet, uma vez que estão em processo de formação e amadurecimento e nesse período da vida são mais frágeis emocionalmente. Ademais, a superexposição desses jovens pode afetar a autoestima, gerar ansiedade, constrangimento durante a fase adulta e torná-los vulneráveis à constante aprovação. Portanto, fica evidente a urgência em tomar medidas para solucionar o problema da superexposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. Dessa maneira, cabe ao Governo Federal conscientizar as famílias acerca dos riscos de expor os menores em excesso e sem as devidas restrições, por meio de campanhas publicitárias vinculadas nos principais meios de comunicação, que devem mostrar aos pais estratégias para preservar a segurança e o bem estar dos filhos ao publicarem suas fotos, com a finalidade de que as divulgações na internet ainda preservem a privacidade das crianças e que os dados publicados não acabem sendo usada de maneira indevida por pessoas má intencionadas. Assim, os pais poderam "sharenting" sem prejudicar seus filhos.
Ver redaçãoNo livro "Utopia", de Thomas More, é retratado um ambiente perfeito, no qual a consciência coletiva e a eficiência do Estado são ferramentas cruciais para o avanço de uma nação. Analogamente, é fato que a superexposição de crianças e adolecentes nas redes sociais, infelizmente, apresenta-se como um obstáculo para uma comunidade alienada e passiva como a brasileira. Diante dessa perspectiva, em virtude de uma negligência governamental e de um silenciamento, surge a importância de caminhos que minimizem o entrave. Em primeira análise, é válido pontuar que a crescente superexposição infantojuvenil nas redes sociais deriva da baixa atuação dos setores governamentais, no que diz respeito à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Segundo o pensador John Rawls, o Estado é responsável pelo bem-estar da população, entretanto, isso não ocorre como deveria. Isso porque, devido à falta de medidas legislativas que façam a regulamentação correta e eficaz da privacidade das crianças e jovens na internet, principalmente nas redes sociais, esses jovens são sujeitos à exposições excessivas e prejudiciais na internet, sem nenhum tipo de assistência ou proteção de suas imagens. Desse modo, faz-se necessário a regulamentação dessa postura estatal de forma urgente. Em segunda análise, é importante ressaltar a falta de debates como promotor do problema. De acordo com o filósofo Johann Goethe, "Nada no mundo é mais assustador que a ignorância em ação". Nesse sentido, é de extrema importância que a sociedade, principalmente um corpo social alienado e passivo como o brasileiro, busque debater a respeito dos cuidados e das responsabilidades que os pais e responsáveis devem ter ao ter as imagens dos filhos expostas na internet, já que, estão sujeitas às possíveis consequências indesejadas para a saúde das crianças, como "CiberBullying", preconceito e desaprovação social na internet, tendo sua autoestima e saúde mental abalada. Assim, trazer em pauta o tema e debatê-lo amplamente aumentaria as chances de atuação sobre ele. Portanto, visto os argumentos apresentados, faz-se fundamental que medidas sejam tomadas o mais rápido possível. Para isso, o Ministério Público, principal reponsável pela defesa da ordem e dos interesses de uma sociedade, em parceria com o Ministério da Educação, deve financiar medidas de regulamentação e sistemas de privacidade eficazes nas redes sociais direcionadas para o público infantojuvenil, através de uma ampla divulgação midiatica, para que o tema seja amplamente debatido. Sendo assim, o intuito de tal medida deve ser a minimização da superexposição de crianças e adolecentes na internet. Somente assim, será possível combater o problema e obter um local como na "Utopia" de More.
Ver redaçãoA fase infantil, é, sem dúvidas, um dos maiores despertar da fascinação alheia, especialmente a parental. São milhões de momentos que os pais e familiares desejam registrar, sejam em fotos, vídeos ou áudios. Se levarmos em consideração apenas esses atos, não existem quaisquer inibições acerca do assunto. No entanto, o perigo surge quando a imagem dessas crianças circula pela internet, muitas vezes compartilhada pela própria família. Uma vez que a exposição de uma criança ocorre no mundo online, o caminho para milhões de desconhecidos está aberto, podendo acessá-las, usar sua imagem para relizar crimes de identidade, pedofilia e diversos outros riscos. Em partida contra a exploração infantil, faz-se necessário o rompimento dessa prática. Primeiramente, devemos relembrar que durante o crescimento humano, as crianças são as que sempre estarão em dominío de outros seres humanos em seus primeiros anos de vida, colocando-as em sujeição do julgamento de seus pais ou responsáveis para escolher o que é seguro ou não, o que é certo ou não. Quando um indivíduo captura a imagem de determinada criança, sem considerar que ela é inapta para consentir ou entender o que aquele comportamento significa, ele comete uma invasão de privacidade, que pode acumular múltiplos problemas futuros para a vida dessa criança. Reconhecendo esse cenário, afirma-se que é de interesse primordial dos responsáveis, censurar sua própria conduta irresponsável em relação aos seus filhos, pequisando e informando-se dos efeitos nocivos que eles podem sofrer. O documantário cinematográfico “Criança, A Alma do Negócio”, revela críticas sólidas à superexposição lançada nesses indivíduos infantis, que quando não regulamentada pelos pais, apresentam o mundo digital precocemente aos seus filhos. Os pontos mais explorados durante a obra, foi a hipersexualização precoce entre as meninas e os meninos de tenra idade, o consumismo sendo implantado como um impulso desconhecido em suas vidas com o estímulo da internet, e acesso à conteúdos de faixa etária avançada. As crianças apresentaram distúrbios de imagem, personalidade e autoconhecimento diante dessa perspectiva, ressaltando o poder negativo das redes sociais em suas vidas. Logo, faz-se necessário atuação dos familiares para abordar os limites que devem ser mantidos, como uma barreira protetora entre seus filhos e a internert, até que estes tenham maturidade e conhecimento o suficiente para realizar suas próprias decisões. Por fim, o Estatuto da Criança e do Adolescente têm de comparecer para mediar a relação dessas crianças com seus direitos, criando normas de proteção e medidas contra a invasão de imagem do menor de idade, e encaminhar para o Poder Legislativo, que deve fazer sua parte apoiando esse processo. Considerando que muitos dos responsáveis são alheios às consequências dessa exposição que muitos consideram inocente, o Governo, em parceria com o Ministério da Saúde, deve convocar campanhas de conscientização voltada para os pais, usando o apoio televisional para a divulgação. Assim, podemos começar a erradicar essa problemática.
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