No filme Wall-E, a humanidade abandona o planeta terra devido ao acúmulo de lixo e alta poluição atmosférica, vivendo mais de 700 anos em uma nave espacial a espera de condições perfeitas para o retorno à terra. De forma análoga à ficção, o lixo eletrônico é um problema na sociedade brasileira. Esse fenômeno ocorre devido à obsolescência programada como também a falta de locais apropriados para a destinação correta dos aparelhos. Destarte, é indespensável analisar ambos os problemas, com o propósito de contorná-los.
Convém ressaltar, em primeiro plano, que o problema advém da redução da vida útil dos dispositivos. Após a crise de 1929, conhecida como grande depressão, uma das causas para o acontecimento foi a durabilidade dos produtos, prejudicando diretamente a economia. Diante de tal contexto, o tempo útil dos produtos foi reduzido com intuito das empresas tivessem consumidores ativos. É correto afirmar que ocorre um paradoxo com evolução, pois ao invés de evoluir positivamente, os equipamentos eletrônicos estão retrocedendo em relação à longevidade. Consequementemente, ocorre acúmulo individual anual de dispositivos, devido a quebra precoce e constante antes do prazo determinado.
Outrossim, a inexistência de locais adequados para destinação correta do lixo corrobora para a persistência do problemática. De acordo com a Constituição Cidadã de 1988, todos os brasileiros têm direito a um meio ambiente equilibrado. Nessa perspectiva, é perceptível que a realidade não vai de acordo com o artigo 225, visto que no meio urbano e rural não ocorre disponibilidade para o descarte correto desses aparelhos, pois não é concedido ambientes propícios para isso. Por conseguinte, ocorre a liberação de metais pesados - Mercúrio, Chumbo e Zinco - para o solo, onde o processo da bioacumulação das substâncias acontece, afetando diretamente a saúde dos seres humanos.
Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver o impasse. Para que isso ocorra, as prefeituras locais devem disponibilizar pontos de coletas de lixo eletrônico, por meio de locais fixos em cada ponto da cidade, a fim de toda população possa fazer o descarte de forma correta. Além disso, o Governo Federal deve criar propagandas sobre a importância do despego com os aparelhos em desuso e seu devido destino final, por meio de meios midiáticos, com o efeito de informar toda população brasileira acerca do assunto. Com isso, o mundo retratado no filme Wall-E não se tornará realidade.