A questão da educação domiciliar no Brasil
Na obra cinematográfica "Capitão Fantástico", é relatada a história de um pai que cria seus filhos isolados da sociedade, ensinando-os técnicas de sobrevivência e de estudos, provenientes dos livros que possuem em casa. Contudo, apesar de ser uma obra ficcional, tal situação descrita do filme vai de encontro ao cenário brasileiro, tendo em vista que a educação domiciliar, chamada "homeschooling", vem ganhando cada vez mais adeptos nas famílias brasileiras, mas ela encontra dificuldades para a sua implementação, já que essa prática não é legalizada no país. Destarte, é fundamental analisar os prós e contras dessa forma de ensino na contemporaneidade brasileira.
A princípio, é importante destacar o ponto de vista dos apoiadores desse ensino que está ligado a situações que ocorrem nas escolas. Acerca disso, o filósofo Hegel afirmou que os alunos pagam taxas altas no âmbito escolar, apesar de um professor ser a melhor opção. Desse modo, é inegável que muitos pais escolhem o ensino domiciliar por não concordarem com a grade curricular oferecida, além da persistência de situações que dificultam a inserção daquele jovem naquele ambiente, como o bullying, violência e a infraestrutura deficitária que muitas escolas, especialmente, as públicas, tendem a oferecer para os alunos. Faz-se necessário, portanto, uma mudança nessa conjuntura.
Ademais, por outro lado, percebe-se que essa forma de ensino fora da escola priva o desenvolvimento crítico de um cidadão. Segundo Immanuel Kant, "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele". Dessa maneira, no meio escolar, o aluno convive com diferentes realidades daquela que ele tá inserido, por exemplo, etnias diferentes, outras classes socioeconômicas, variação de religião, dentre outros, ou seja, é nesse seio escolar que ele lida com amostras diferentes que compõem o cenário brasileiro, gerando, assim, um aprendizado acerca do convívio social. Sendo assim, é necessária uma solução para essa questão cuja resolução é imediata.
Em suma, medidas são necessárias para a resolução desse impasse que é o ensino fora dos limites escolares. Logo, caberá ao Estado, por meio do Ministério da Educação, agir em prol daqueles que estão em busca dessa forma de ensino para os seus fihos, através da regulamentação dessa prática, além da disponibilidade de materiais qualificados para auxiliar os pais nessa tarefa e avaliações periódicas para analisar se o calendário está sendo cumprido. Só assim, a situação viviva em "Capitão Fantástico" será vista com mais frequência na sociedade brasileira.