A série norte-americana “The Good Doctor” retrata, ao decorrer da trama, como o transplante de órgãos pode salvar vidas, quando feito dentro do período hábil. Entretanto, fora da ficção, a realidade é contrária, dado que, a falta de informação da população e a insuficiência da área da saúde limitam a realização do processo de doação de órgãos no Brasil. Visto isso, torna-se indispensável o debate sobre os desafios da doação de órgãos no país. Em primeira análise, vale destacar que desinformação do corpo social é um fator que resulta na manutenção do impasse. Segundo Sócrates, filósofo grego, responsável pela teoria conhecida como Mito da Caverna, relata que a humanidade vive presa a uma caverna chamada realidade, em que está enraizada costumes e pensamentos que tendem a levar a sociedade ao regresso. A partir de tal abordagem, pode-se fazer um paralelo à problemática da doação de órgãos, uma vez que, embora seja uma atitude extremamente importante, grande parte do corpo social vive preso a uma caverna em que, devido a falta de conhecimento acerca do assunto não há um bom aceitamento no que diz respeito a doação de órgãos de familiares. Ademais, vale ainda destacar que a carência de uma infraestrutura adequada em todo o território nacional atua na manutenção da problemática. “Sob Pressão”, seriado brasileiro, demonstra em um de seus episódios, a perda de um possível doador do estado do Acre, devido à inexistência de transporte aéreo na região. Nesse sentido, a concentração de hospitais de doação em áreas de maior desenvolvimento econômico colabora para a dificuldade do aceso ao recurso por parte dos habitantes de zonas distantes de tais localidades. Dessa forma, podendo a não realizar procedimentos cirúrgicos em razão de ultrapassar o período adequado. Em suma, medidas são necessárias para lidar com a problemática. Desse modo, o Ministério da Saúde deve usar a mídia como ferramenta de transmissão de conhecimento, criando uma campanha informativa, sobre a doação de órgãos, que será exibida em todos os canais de TV aberta, com pôsteres nas redes socais como o Facebook e o Instagram e anúncios no Youtube. Além disso, investir na desconcentração da estrutura hospitalar, por meio da implantação de equipamentos e profissionais, específicos em todos os centros médicos do país, encurtando o tempo de transporte dos pacientes, para que seja possível um maior número de cirurgias bem sucedidas.