Durante o período histórico denominado como "Grécia Antiga", surgiu o primeiro conceito de voto, o qual era restrito à uma parcela mais privilegiada da sociedade. De forma antagônica, na atual conjuntura do Brasil, toda a população - à partir dos 16 anos - tem o direito do voto assegurado. Entretanto, é percebível que o desleixo com o ato de votar pode ser tão perigoso quanto ter esse privilégio centralizado em uma única parcela de indivíduos. Dessa forma, o voto deixa de ser um instrumento que promove transformações sociais, e passa a ser apenas mais um dever dos cidadãos brasileiros.
É imperioso que a inoperância das instituições de ensino perante aos acontecimentos políticos do país corroboram com o medo de alguns jovens em exercer a cidadania através do voto. Sob esse viés, têm-se as diversas manifestações partidárias ocorridas em 2018, as quais causaram intensa poluição visual tanto das ruas, como das redes sociais. Além destes, conforme retratado pelo portal de notícias "G1", alguns desses encontros também terminaram de forma violenta. Desse modo, nota-se então, que devido ao excesso de informações acarretadas pelo período eleitoral, o já importante trabalho das escolas em instruir seus estudantes e explicar o que ocorre no país, se faz ainda mais necessário.
Além disso, a falta de representatividade política é um dos fatores responsáveis pela crescente marginalização das minorias sociais. Sob tal perspectiva, é lícito referenciar o trabalho realizado pelo líder político Nelson Mandela, que com o imenso apoio do povo, foi uma figura de extrema relevância para a independência africana. Dessa maneira, verifica-se que, quanto a população se identifica e tem seus ideais representados por um candidato, a transformação social criada é mais significante. Caso contrário, somente os interesses de um grupo exclusivo são acatados em detrimento dos demais.
Portanto, ao analisar as consequências do desinteresse da população em votar é fulcral que o Ministério da Educação - responsável por garantir acesso igualitário à educação - promova nas instituições de ensino o estudo recorrente da política do país, por meio de palestras e mesas-redondas com profissionais habilitados, com o intuito de desmistificar esse assunto. Ademais, cabe ao Ministério da Cidadania auxiliar - de forma igualitária - o surgimento de novos líderes políticos, por intermédio de eventos e aulas com a finalidade de conscientizar a população sobre a importância da representatividade política. Feito isso, será cada vez mais gratificante para os brasileiros transformar sua realidade através do voto.