Marcel Duchamp, escultor francês, na obra “A Fonte”, representou a ressignificação da arte, propondo a reinvenção de um item excêntrico em um ambiente incomum para causar questionamentos ao telespectador. Como reinvenção, as medidas para superar o analfabetismo detém o papel de reformulação educacional. Cabe ainda indagar, que o analfabetismo agrava as disparidades sociais. Nesse ínterim, esse estorvo está atrelado à espetacularização do regime legal e à ausência de alteridade do corpo civil. Dessarte, com o escopo de dissuadir essa chaga social, é impreterível alcançar medidas para combater esse cenário vexatório.
É elucidativo postular, primordialmente, que o instrumento de diretrizes regulamentadoras é banalizado, no que concerne ao ordenamento de políticas articuladas as medidas para superar o analfabetismo no Brasil. Em unissonância ao filósofo Montesquieu, o encadeamento jurídico brasileiro é fragmentado em poderes — Legislativo, Executivo e Judiciário —, tendo em vista que o sistema forense detém a incumbência de deliberar desordens, através das legislações vigentes. Entrementes, no que se refere ao analfabetismo no país, apesar da existência de mecanismos jurídicos, que orientam as ações estatais, por vezes, são ilusões integradas à realidade. Em vista disso, a Lei suprema de organização do Estado se torna um “espetáculo”, mais preocupado com a imagem do regime constitucional, do que com a consolidação de suas ações. Prova dessa espetacularização é a ausência de iniciativas governamentais solidificadas destinadas à equidade educacional, sobretudo, pelo cenário de analfabetismo. Para atenuar esse quadro, faz-se basilar a retificação do caráter constitucional “espetaculizado”.
Outrossim, é honorável focalizar, em segunda esfera, equitativamente, a ausência de alteridade gerada pela estrutura narcisista nos paradigmas comportamentais dos cidadãos, como diligência de substancial impacto nas medidas para superar o analfabetismo. Consoante o psicanalista Sigmund Freud, na obra, “Os chistes e sua relação com o inconsciente”, o fenômeno empático está inerente ao mecanismo de identificação, precipuamente, a dor e ao processo traumático de outrem. De modo antagônico, esse princípio não é inteiramente materializado no país, visto que o analfabetismo gera privações de recursos essenciais à promoção da cidadania. Esse cenário, no Brasil atual, contradiz à capacidade de deliberar sobre as relações pessoais, considerando a situação lastimável do analfabetismo. Ao abrigo disso, menciona-se que o narcisismo da adjacência coletiva pode apresentar uma ameaça em potencial à formação de empatia nos indivíduos, apontando-se o papel controverso da coletividade social. Defronte a essa interpelação, constata-se que a ausência de alteridade gerada pela estrutura narcisista está, concomitantemente, atrelada à mesquinharia do tecido social. À frente das referências utilizadas, é ponderada, a imprescindibilidade de reformular o panorama.
Torna-se indiscutível, portando, que o analfabetismo no Brasil, ocorre, devido à espetacularização do regime constitucional e à ausência de alteridade da nação verde e amarela. Dessarte, compete aos estados, com o Ministério da Justiça — órgão responsável pela garantia dos direitos constitucionais e pela imparcialidade da jurisdição —, elaborarem diretrizes, que promovam reduzir o drama brutal, por meio da consolidação de diligência de ordem jurídica, com o objetivo de um sistema forense fortalecido, e, em harmonia a Sartre, o inferno deixe de ser o outro. Ademais, o Ministério da Educação deve focar na politização do tecido social, singularmente, a respeito de projetos pedagógicos (com atividades lúdicas), como ressalta Thomas Jefferson, que a adjacência coletiva seja educacionalmente instruída. Isso posto, quando essas propostas forem efetivas, que a democratização dos princípios básicos, se transforme no símbolo identitário brasileiro.