No Egito Antigo, o rio Nilo era a única fonte de recursos hídricos. Dessa maneira, os povos que habitavam as aldeias egípcias organizavam reservatórios para armazenar a água das cheias e utilizavam somente em casos apropriados, o que solucionava as grandes estações de seca. Nesse sentido, apesar do problema da escassez de água se manifestar ainda na contemporaneidade, os métodos da antiguidade não representam a realidade presenciada, visto que o índice de água potável no planeta está diminuindo drasticamente, seja por negligência das esferas governamentais, seja por descaso da sociedade.
Em primeiro lugar, a inadimplência do governo demonstra-se como uma causa na redução de recursos hídricos potáveis. Sob essa ótica, no livro “Jeca Tatu”, do escritor Monteiro Lobato, o personagem principal cita que “Um país não vale pelo seu tamanho, ele vale pela qualidade de vida de sua gente”. No entanto, o Estado que tem o dever de garantir uma vida qualificada para todos os cidadãos, não está cumprindo, com eficiência, a sua atribuição. Isso porque o Estado não elabora medidas preventivas obrigatórias nas extensas áreas de consumo de água, como, por exemplo, o setor de agricultura que é o maior responsável mundial pelo consumo e desperdício de água. Sendo assim, a carência de leis e fiscalização incentiva o alto consumo hídrico por empresas e indústrias.
Em segundo lugar, é válido debater acerca do descaso social perante as medidas no combate a escassez de água no mundo. Dessa forma, de acordo com o filósofo Thomas Hobbes, todo homem luta com mais bravura pelos seus interesses do que pelos seus direitos. Essa citação pode ser traçada, paralelamente, com a problemática demonstrada. Desta forma, a sociedade não realiza atitudes de prevenção, como exemplo, desligar o chuveiro elétrico para utilizar o sabão e reutilizar água para limpar a casa, pois não visa nenhum ganho pessoal instantâneo. Além disso, a falta de conscientização midiática, durante o ano, torna-se outro fator. Sendo assim, isso acarreta em um grande consumo hídrico, além das empresas e indústrias, pela sociedade.
Portanto, frente a tal problemática, é dever do Ministério do Meio Ambiente, por meio de recursos financeiros estatais, que elaborem leis rígidas que visem à diminuição de consumo da água no setor da agricultura e indústrias, assim como é necessário expandir a fiscalização nestas áreas, para, assim, a lei ser elaborada e cumprida efetivamente. Igualmente, é dever do Poder Público, por meio de visitas de profissionais, em áreas com alto índice de desperdício de água, que conscientizem a população acerca da importância da reciclagem hídrica e isso deve ser demonstrado presencialmente e, também, em vídeos midiáticos disponibilizados nas redes sociais para um alcance maior de indivíduos. Posto isso, poderia ser solucionada a escassez hídrica no planeta.