No seriado Downton Abbey, ambientado na década de 1910, uma das personagens consegue mudar de vida após realizar um curso por correspondência para trabalhar como secretária. Fora da ficção, a história do ensino à distância no Brasil se iniciou de forma semelhante, com carta, e evoluiu, transformando-se com advento da internet. Apesar de todos os avanços, essa modalidade de ensino ainda enfrenta desafios, como desigualdade social e dificuldade de adaptação por parte de alunos e professores.
Em primeiro lugar, é necessário considerar as diferenças econômicas e regionais da população brasileira. No ensino à distância, o aparelho tecnológico é uma ferramenta essencial, porém, de valor exorbitante, e nem todos o possuem, principalmente famílias pobres e/ou de áreas periféricas e rurais. Isto porque, diferente de países desenvolvidos, a Revolução Industrial no Brasil foi tardia e o país precisa importar tecnologia, o que aumenta seu preço, e restringe sua venda às cidades.
Ademais, é fundamental considerar a ideia do dramaturgo George Bernard Shaw de que a mudança é necessária para o progresso. Assim, são necessárias técnicas de ensino diferentes envolvendo tecnologia e muitos professores não possuem tal capacitação profissional, principalmente os mais velhos. Além disso, os alunos também possuem dificuldade de se adaptarem, por não saberem como usar a tecnologia, sobretudo como filtrar as informações disponíveis na internet, e por não terem um professor adequado para ajudá-los.
Em suma, são necessárias medidas para amenizar os problemas apresentados. Cabe ao Governo Federal, em parceria com os governos municipais, arrecadar, através de campanhas de doação, aparelhos para distribuir aos alunos sem condições financeiras de adquiri-los. Também é preciso que o MEC ofereça cursos sobre adaptação e uso de tecnologias no ensino à distância para preparar os professores de forma adequada. Dessa forma, espera-se que o EAD continue mudando vidas, como no caso da personagem de Downton Abbey.