TEMA: Os Impactos da automedicação no Brasil
Na minissérie norte-americana "O Gambito da Rainha", a personagem principal, Elizabeth Harmon, recorre a pílulas tranquilizantes para melhorar seu desempenho no xadrez e alcançar momentos de prazer. Ao longo da narrativa, a sua condição de dependente química fica explícita para os seus amigos mais próximos, pois a ausência desses medicamentos é responsável por deixá-la transtornada. Analogamente, fora da ficção, inúmeros são os impactos causados pelo hábito de automedicação no Brasil. Tal contratempo pode ser explicado por aspectos econômicos e pode gerar diversos efeitos negativos para o corpo civil.
Diante desse contexto, é válido ressaltar que os interesses financeiros das corporações farmacêuticas são um dos principais impasses para a problemática. Segundo George Orwell, escritor e jornalista inglês, a massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa. Nesse sentido, as grandes empresas de fármacos utilizam das estratégias de "marketing", muitas vezes, por intermédio de meios de comunicação para atrair um público mais abrangente. É, portanto, inadmissível que esse comportamento focado no ganho de capital seja responsável por influenciar parcela da sociedade a se automedicar. Assim, é fundamental que o poder público atue de maneira eficiente a fim de erradicar esse costume no cotidiano dos brasileiros.
Além disso, a prática do consumo de medicamentos sem a orientação de um profissional pode trazer consequências para o bem-estar população. Conforme Paracelso, médico e físico suíço-alemão, a diferença entre o remédio e o veneno está na dose. Sob tal ótica, é essencial destacar que quando um determinado indivíduo decide fazer o uso de remédios sem a prescrição médica, ele não tem controle sobre a quantidade de dias necessários para tomar a medicação, assim como ele também não tem os conhecimentos científicos fundamentais para determinar qual é a dose precisa para o seu peso ou a sua altura. Dessa forma, esse desconhecimento pode gerar o agravamento de doenças ou até mesmo a morte do cidadão. Logo, para um meio social consciente e ausente de enfermidades, faz-se imprescindível a adoção de políticas públicas que garantam a proteção da saúde pública.
Fica claro, dessa maneira, que medidas devem ser tomadas para contornar esse quadro preocupante. Cabe ao Ministério da Saúde, órgão do Poder Executivo Federal, restringir o acesso às drogas, por meio de um projeto de lei a ser entregue para a Câmara dos Deputados, com o intuito de proteger os brasileiros dos efeitos colaterais causados pelo mau hábito da automedicação. Espera-se, com isso, que diferente do que foi narrado em "O Gambito da Rainha", jovens e adultos não precisem enfrentar uma batalha contra a dependência química tal como a Beth enfrentou.