TEMA: Caminhos para combater o cyberbullying no Brasil.
De acordo com o filósofo prussiano Immanuel Kant, o ser ético é aquele que, objetivando o bem coletivo, executa ações embasadas na razão, afastando-se das convenções morais socialmente impostas. Entretando, analisando-se a atual conjuntura das relações virtuais existentes no Brasil, evidencia-se, através do cyberbullying, a expansão de comportamentos antiéticos em âmbito nacional. Dessa forma, faz-se necessária a análise contextual relacionada à problemática.
Convém destacar, primariamente, o papel das desigualdades socioeconômicas na perpetuação da violência cibernética brasileira. Nesse contexto, segundo o geógrafo Milton Santos, em sua obra "Por uma outra globalização", o fenômeno globalizatório caracteriza-se por sua face perversa, em que apenas uma parcela da população é contemplada com seus benefícios. Dessa maneira, observa-se que, as minorias, previamente excluidas da universalização tecnológica, tornam-se alvos constantes do preconceito tecnológico.
Ademais, faz-se imprescindível destacar a abstenção estatal como impulsionador do cyberbullying em âmbito nacional. Sendo assim, observando-se a conjuntura digital brasileira, infere-se que, ao se desvincular da responsabilidade fiscalizadora, o Estado estimula a disseminação de comportamentos opostos ao princípio da igualdade, distanciando-se, cada vez mais, de seu compromisso constitucional.
Logo, faz-se nítida a urgente necessidade da adoção de medidas que visem a resolução da problemática. Para isso, é necessário que, o Governo Federal, através da criação de orgãos fiscalizadores, intensifique a vigilância cibernética, possibilitando a identificação e punição de indivíduos infratores, visando, assim, erradicar o bullying digital presente no Brasil. Dessa forma, a globalização idealizada estará cada vez mais próxima de se tornar algo palpável.