TEMA DE REDAÇÃO – Reconhecimento da contribuição das mulheres nas ciências da saúde no Brasil (ENEM PPL + REAPLICAÇÃO 2021)

Contribuição das mulheres nas ciências da saúde

TEXTO 1

Vinda de uma família abastada, viúva e irmã de militares, Anna Nery foi contratada como enfermeira para auxiliar o corpo de saúde do Exército Brasileiro e permaneceu atendendo feridos e enfermos durante o conflito da Guerra do Paraguai, até 1870. Na época, doenças ameaçavam a saúde dos soldados. Mas Anna conseguiu transformar a realidade sanitária dos locais onde trabalhava,  impondo condições mínimas de higiene para que essas doenças não se alastrassem e para que as pessoas fossem tratadas com segurança. A sua história está documentada no Museu Nacional da Enfermagem, fundado em 2010. Anna Nery é semelhante à de Florence Nightingale, a inglesa que consolidou seu trabalho de cuidado na Guerra da Crimeia e fundou a enfermagem no século XIX.

Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em 2 jul. 2021 (adaptado).

TEXTO 2

Adriana Melo foi pioneira na identificação da relação do zika com microcefalia. Cinco anos após o surto no país, ela ajuda famílias com um projeto singular na Paraíba – e diz que ainda há muito a aprender sobre a doença.

“Infelizmente, o interesse internacional em pesquisa diminuiu muito”, reclama Melo, “porque o zika não chegou ao mundo rico, não chegou à Europa e aos Estados Unidos. Perdeu-se totalmente o interesse pelo assunto.” Para ela, é uma negligência, uma vez que o vírus zika continua causando novos casos de microcefalia em crianças.

Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em 22 jul. 2021.

TEXTO 3

A vida de uma médica entre seis hospitais e três filhos durante a pandemia

Entro em casa pela porta dos fundos, higienizo as mãos com álcool gel. Tiro a roupa na lavanderia, coloco direto na máquina de lavar. Sigo para o banho. Agora essa é minha rotina. A pior parte é a de não chegar perto das crianças.

Saindo do banho, vejo que há duas ligações não atendidas. Retorno a primeira: uma amiga, cardiologista, conta que não vai conseguir voltar ao hospital para atender um paciente. Ela já vinha apresentando um quadro de moleza desde sábado, mas como nós, médicos, estamos habituados a fazer, ignorou os sintomas por serem leves. Tirou um cochilo hoje à tarde e acordou com febre. Ela me contou que atendeu um paciente, quatro dias atrás, que estava com febre depois de voltar de uma viagem (ele fez o teste e hoje recebeu o resultado: positivo). Até perceber o risco, o contato já havia acontecido. Pedi para ela fazer exame para Covid-19 e ficar em isolamento domiciliar.

Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em 22 jul. 2021.

TEXTO 4

Disponível em: https://www.banksy.co.uk. Acesso em 22 jul. 2021.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Reconhecimento da contribuição das mulheres nas ciências da saúde no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa do seu ponto de vista.

EXEMPLO (Contribuição das mulheres nas ciências da saúde)

Temática de grande relevância social aborda o reconhecimento das contribuições das mulheres na saúde pública. Isso porque, mesmo com diversas participações importantes, o público feminino continua sem receber as devidas condecorações. Dessa forma, seja pelo machismo enraizado na sociedade brasileira, seja pelo déficit na educação, se faz necessário analisar tal problema.

Em primeira análise, vale destacar que o machismo impregnado na sociedade prejudica as mulheres em diversos âmbitos, inclusive no profissional. Acerca disso, desde os primórdios da colonização da América pelos lusitanos, as mulheres eram vistas como seres fracos e sensíveis, cuja função una era cuidar dos filhos e da casa. Atualmente, mesmo com todo progresso e desenvolvimento do Brasil enquanto sociedade, o pensamento de superioridade masculina ainda permeia o juízo de uma grande parcela da população, constituindo assim, diversos obstáculos para a ascensão e o reconhecimento das participações femininas na saúde, política e demais áreas de prestígio.

Ademais, é importante salientar como a falta de conhecimento e educação perpetuam as ideologias machistas no país, agravando ainda mais a desvalorização do trabalho das mulheres nas ciências médicas. Dito isso, de acordo com o filósofo grego Epicteto, “somente a educação liberta”. Sendo assim, analisando por esse prisma, compreende-se que o déficit educacional é um dos principais precursores desse problema, responsável por gerar cidadãos preconceituosos já que segundo o pensamento do filósofo, eles ainda não foram libertos da prisão do preconceito pela educação.

Torna-se evidente, portanto, que medidas são necessárias para garantir o reconhecimento das participações femininas na saúde pública brasileira. Diante disso, cabe ao Ministério da Educação, órgão responsável por zelar pela educação no país, por meio de palestras ministradas em escolas públicas e particulares, promover a reeducação de crianças, para que essas se desenvolvam e tornem-se adultos libertos do preconceito, objetivando assim, construir uma sociedade neutra, que saiba valorizar as contribuições de ambos os gêneros, para dessa forma, abolir à falta de reconhecimento sofrido pelas mulheres que atuam na saúde pública no Brasil.