A série "The good doctor", retrata a trajetória do residente cirurgião -Shaun Murphy- um jovem autista, que diariamente enfrenta desafios para mostrar sua capacidade profissional aos colegas de trabalho e pacientes. Fora da ficção, a realidade é ainda mais desafiadora, visto que a falta de conhecimento na sociedade e o despreparo profissional nas instituições de ensino são entraves consideravéis na inclusão de autistas no Brasil.
Sob esse viés, é importante ressaltar que o Transtorno de Espectro do Autismo (TEA), consiste em variados diagnósticos, desde casos mais leves aos mais graves. E só em 1993, que a sindrome foi adicionada à Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde. Em razão disso, a falta de conhecimento sobre o autismo, faz com que associem o transtorno a casos conhecidos, de modo a gerar estereótipos e dificultar na identificação da doença. Exemplo disso se vê na série, em que Shaun em vários momentos é incompreendido pelos próprios profissionais de saúde e amigos, por falta de informação.
Além disso, as dificuldades de interação social, comunicação e expressão de sentimentos e emoções são os principais sintomas do espectro autista, o que representa um grande desafio no ambiente escolar. A esse respeito, verifica-se que a falta de preparo profissional em escolas regulares ,principalmente pela a ausência de apoio terapêutico e educacional, viola significamente, os direitos sociais garantidos para todos pela Constituição Federal de 1988. Assim, a evasão escolar é muito comum por autistas, como relata dados da "O Globo", em que no Rio de Janeiro metade dos autistas abandonaram as salas de aula, de modo que poucos chegam a concluir o ensino médio.
Fica claro, portanto, a necessidade de mudanças enérgicas desse cenário preocupante. Logo, o Ministério da Saúde em parceria com a mídia deve criar campanhas, propagandas e novelas que abordem essa temática , a fim de informar a sociedade sobre a existência do autismo, os seus múltiplos diagnósticos e a necessidade de apoio social. É importante também, que as escolas juntamente com o Ministério da Educação reformulem a política educacional do país , mediante reciclagem profissional, com o objetivo de adaptação que atenda todos os tipos de alunos , além de atividades extracurriculares que respeitem a deficiência de cada um , mas também promova a inclusão social. Dessa forma, os direitos garantidos pela Carta Magna será realidade no Brasil.