Você sonha com uma vaga na Unicamp, não é mesmo?! Não é pra menos: ela está entre as 200 melhores universidades do mundo, segundo a QS World University Rankings 2023!
Se você acha difícil passar no vestibular dela, não desanime: espere só pra ver a ajuda que daremos agora!
Para se dar bem na Unicamp 2024, você precisa do calendário completo, e de dicas para estudar as obras literárias.
Começamos com o calendário.
Calendário Unicamp 2024
Inscrições e pagamento da Taxa de Inscrição: 31 de julho a 31 de agosto de 2023
Prova de Habilidades Específicas de Música: setembro e outubro de 2023
1ª fase: 29 de outubro de 2023
2ª fase: 3 e 4 de dezembro de 2023
Provas de Habilidade威而鋼 s Específicas: 7 a 9 de dezembro de 2023
As obras obrigatórias para a Unicamp 2024
Confira neste vídeo as obras obrigatórias para a Unicamp 2025 (ATUALIZADAS):
Nós poderíamos apenas dar a lista de livros obrigatórios da Unicamp para você…
mas faremos mais que isso: vamos falar o que é mais importante você saber sobre cada uma!
A Tarde – Olavo Bilac
Bilac foi o maior poeta parnasiano que o Brasil teve. Ele escreveu A Tarde alguns anos antes de morrer, em 1918.
Então você pode imaginar que seus poemas eram os mais perfeitos que Bilac pôde criar, e são exemplos do Parnasianismo! Aliás, durante um bom tempo esse foi o mais famoso livro de sonetos da nossa literatura!
Nele você vai encontrar alguns sonetos que falam da terra e dos mitos nacionais; outros sonetos falam de personagens bíblicos e da mitologia grega; e outros são homenagens a grandes artistas do passado.
Tem também alguns sonetos que não pertencem a esses grupos, e são uma espécie de balanço de vida e avaliação do legado que ele imaginava estar deixando.
Como os melhores poemas parnasianos, os deste livro contêm 14 versos decassílabos (ou, em alguns casos, dodecassílabos) divididos em dois quartetos e dois tercetos, com rimas. tudo formal bem ao gosto parnasiano.
Você pode ler este livro gratuitamente neste link da USP:
Olhos d`água – Conceição Evaristo
A autora deste livro diz que o que ela fez nele foi uma “escrevivência”.
É que são vários contos contando suas experiências de vida como alguém que foi uma excluída social.
Conceição Evaristo foi uma menina negra, pobre, e mais tarde empregada doméstica, e muitos de seus personagens se parecem com ela: Ana Davenga, Maria, Duzu, Natalina, Luamanda, Ayoluwa…
Os contos falam de violência doméstica, violência urbana, preconceitos… mas não se trata de um livro melancólico – ao contrário, suas personagens insistem em continuar vivendo e sonhando.
Como você já deve ter adivinhado, os personagens do livro têm ascendência africana, então há ritos e memórias dos antepassados que vieram da África, o tempo todo.
Você não vai conseguir ler este livro sem se comover.
Carta de Achamento a el-rei D. Manuel – Pero Vaz de Caminha
Muitos estudiosos consideram a Carta de Pero Vaz de Caminha a primeira
literatura brasileira.
Ou seria ela portuguesa?!
Bem, o que importa para você que vai prestar a Unicamp é saber que ela traz as experiências que Caminha e seus conterrâneos portugueses viveram ao chegar ao que hoje é o Brasil.
Os trechos que falam dos primeiros contatos com os indígenas têm grande chance de cair na sua prova – mostram os interesses econômicos dos colonizadores de Portugal.
A linguagem da época pode atrapalhar um pouco, mas tudo que ele narra é bem curioso. É possível imaginar as cenas em que os indígenas usavam plumas e pinturas pelo corpo.
Hoje, quando já sabemos do que houve com a população indígena do Brasil a partir do descobrimento, a Carta pode nos explicar mais sobre como tudo começou.
A carta do escrivão Caminha está disponível de graça no site da Biblioteca Nacional.
Casa Velha – Machado de Assis
Este livro não nasceu como livro: era um folhetim na revista A Estação, lá pela década de 1880. Só virou livro em 1943. Você sabe o que era um folhetim, ou não? Folhetim era uma novela publicada em capítulos, de forma impressa, num jornal.
Se a prova de vestibular perguntar, saiba que é uma obra da fase realista de Machado, mas alguns críticos acham que tem mais características românticas do autor.
A história é a seguinte: um cônego (religioso ligado à administração de uma igreja) estava escrevendo um livro sobre o primeiro Império e vai até uma casa onde teria morado um ministro daquela época. A intenção dele era pesquisar documentos que estariam em meio às relíquias da casa velha.
Acaba se tornando amigo da família e… descobre um caso de amor entre os moradores da casa. Não fica só nisso: outros casos também são descobertos e assim segue a história.
A Casa Velha você pode ler imediatamente, sem pagar nada; basta baixar do site Domínio Público.
O Ateneu – Raul Pompéia
Você vai achar que este livro fala de bullying (que faz parte dos nossos temas de redação), mas não é o caso. Ele faz uma crítica ao ensino da elite brasileira no final do século XIX, e à relação entre amizades, relacionamentos, e posição social.
Outro tema que ele toca é a homossexualidade, mas de forma discreta, como insinuação – alguns alunos nem percebem.
Não espere uma sequência cronológica: os fatos são relatados fora da sequência, o que pode dar um pouco de trabalho para você entender. E também a linguagem é intrincada, formal: é preciso ler com atenção.
A história em si é de Sérgio, um jovem adolescente que pela primeira vez fica longe da família para estudar num colégio interno masculino no Rio de Janeiro, o colégio Ateneu. A história é contada em primeira pessoa, muito tempo depois dos fatos. A princípio ele achava que amadureceria graças à experiência naquele colégio, mas muda de ideia posteriormente…
O personagem Aristarco é muito marcante: trata-se do diretor do colégio, que se revela uma pessoa abominável, que humilha alunos publicamente. Pior são os colegas de Sérgio, que também têm suas manifestações de maldade.
O final é inesperado!
Niketche – uma História de Poligamia – Paulina Chiziane
Paulina Chiziane é a primeira mulher a publicar romance em Moçambique, país da África. Foi também atuante na conquista da independência daquele país.
O livro fala do empoderamento de mulheres na cultura moçambicana, das práticas sociais opressoras à população feminina e no apagamento da cultura local, devido à colonização por Portugal.
Mais especificamente, trata da história de Rami e Tony, que são casados. Rami descobre que o marido é polígamo: tem outras quatro mulheres e vários filhos com cada uma. Ele tem esposas em várias outras cidades de Moçambique e Rami decide ir atrás de cada uma delas.
Descubra como termina essa história, baixando agora o livro no site da USP!
“Seminário dos ratos” – de Lygia Fagundes Telles
Este é um conto apenas, portanto não é preciso ler o livro inteiro, que também se chama Seminário dos Ratos, fique atento!
A história é simbólica: há uma invasão de ratos num local da cidade onde está acontecendo o VII Seminário dos Ratos, organizado pelo poder público. Nele, representantes do governo iam discutir soluções para controlar a infestação de ratos em vários países.
No fim, os ratos invadem a casa e devoram tudo, incluindo os participantes da reunião! Quer dizer, quase todos os participantes: um deles se esconde dentro da geladeira…
Leia este conto sabendo que é um conto fantástico, fora da lógica normal.
A crítica da autora é contra a burocracia, à ditadura e contra uma elite que se acha superior aos outros integrantes da sociedade. Você, certamente, vai perceber que alguns comportamentos dos debatedores existiram em nossa História do Brasil.
Canções escolhidas – de Cartola
“Quem é esse Cartola?”
Se você ainda não sabe, foi um cantor, compositor, poeta e violonista carioca. Muitos dizem que foi o maior sambista da história da música brasileira, com canções famosas.
E são exatamente algumas dessas canções que a Unicamp incluiu como leitura obrigatória – também, pudera: são verdadeiros poemas! São estas:
- “Alvorada”
- “As rosas não falam”
- “Cordas de aço”
- “Disfarça e chora”
- “O inverno do meu tempo”
- “O mundo é um moinho”
- “Que é feito de você?”
- “Sala de recepção”
- “Silêncio de um cipreste”
- “Sim”
Aqui você pode admirar todas essas poesias desse mestre.
Haja lirismo nessas canções!
“Silêncio de um cipreste” mostra um poeta pensando exatamente sobre a forma de pensar dele – talvez com uma pontinha de arrependimento do que não fez.
“As rosas não falam” tem um lirismo, um romantismo, intenso – e você já a deve ter ouvido por aí.
Alice no país das maravilhas – Lewis Carroll
Clássico universal eterno, cheio de elementos e animais estranhos! Muitos dos personagens do livro fazem lembrar grandes figuras da época em que foi escrito (segunda metade do século XIX.)
Contudo, não pense que se trata de um livro para crianças: preste atenção às questões políticas, metafísicas e psicanalíticas que estão por trás de vários símbolos, como a Rainha de Copas e o Rei Branco e os enigmas lançados.
Quanto à história em si, Alice é uma criança que está em busca de autoconhecimento, e, em sua jornada, encara o desconhecido tentando descobrir quem ela é (e quem somos nós!).
E é hora de nossa especialidade: redação!
A redação da Unicamp
A redação será no 1º dia de provas da 2ª fase, portanto no dia 3 de dezembro.
Qual o formato da prova de redação Unicamp?
São duas propostas de textos, e você só pode escolher e escrever sobre uma delas. A pontuação máxima da sua redação é 12 pontos.
No passado, a Unicamp seguia um padrão bem típico dela: o aluno tinha a opção de escrever uma dissertação, ou uma carta, ou uma narrativa. Para todas essas opções o tema era o mesmo, e havia até 60 linhas disponíveis.
A redação era logo na 1a. fase, sabia? Ela era eliminatória…
A partir de 2011 ela inovou e preferiu pedir textos de tipos que possam surgir no seu dia a dia ou no seu trabalho! Textos menos acadêmicos, entende?
Assim, ela está sendo mais realista, ao mesmo tempo que está valorizando quem lê textos variados, desde revistas até livros, e que escreve desde dissertações argumentativas até simples comentários em todo tipo de mídia.
Parece mais fácil ou mais difícil que a tradicional redação dissertativa argumentativa?
Bem, cada aluno tem sua opinião nessa hora, mas uma coisa é certa: cada gênero existente exige uma experiência anterior com aquele gênero, o que inclui habilidade de usar a linguagem correta. Estes gêneros aqui, pelo menos, é bom você conhecer…
A Unicamp não pede dissertação. Ou pede?!
Está certo que a Unicamp não pede exatamente uma redação dissertativa, mas não se engane: a composição dissertativa argumentativa é bem comum em outros gêneros que a Unicamp pede!
Ou seja, continue treinando dissertação argumentativa porque você vai precisar. Por exemplo, cartas, comentários para internet, artigos de opinião, são gêneros que costumam cair na Unicamp e exigem habilidades com a dissertação argumentativa.
Para todos eles, a Unicamp deverá explicitar o que você precisa fazer em sua redação e fornecerá algum texto de base.
O que os corretores avaliam na redação Unicamp?
A prova de redação da Unicamp vai avaliar sua habilidade de compreensão de leitura e de escrita de textos, como na maioria dos vestibulares.
Segundo a própria Unicamp – que, diga-se de passagem, sempre foi muito clara em todo o processo seletivo -, os corretores vão analisar o seguinte:
- Proposta temática – o candidato cumpriu a tarefa pedida? Ele obedeceu ao tema e ao recorte temático?
- Gênero – o candidato escreveu um texto do gênero que foi pedido? Cada gênero é um caso, e há gêneros que incluem personagens, outros que incluem técnicas de argumentação, outros ainda técnicas de descrição… aqui o que vale é seu domínio de todo tipo de gênero.
- Leitura – o candidato soube pensar sobre o que os textos fornecidos dizem? Isto é, ele conversou com os textos dando sua participação, e mostrando que soube usá-los para o gênero pedido? Por favor, não copie partes dos textos somente – use-os de verdade.
- Articulação escrita – o candidato conseguiu escrever um texto agradável e fácil de ler? Tudo se encaixa sem que o leitor seja obrigado a reler partes para entender melhor? Aqui é que entram os conectivos e outras formas de coesão. O candidato usa as palavras da melhor forma, com o sentido preciso? A gramática é correta?
Os termos podem mudar, mas você vê que os critérios de correção são basicamente os mesmos de todos os vestibulares.
Uma dica que nós damos é a de ter cuidado com a linguagem. É bem comum os alunos escreverem cartas como se fossem dissertações tradicionais, com todos aqueles conectivos formais e conclusão… As cartas precisam ter a linguagem adequada para quem as irá ler.
Quando a Unicamp zera a redação?
São 3 as situações em que sua redação pode ser anulada:
- Fuga do tema
- Desobediência à tarefa pedida na proposta
- Cópia dos textos ou de parte deles sem que sejam usados para alguma finalidade
Era o que você precisava saber sobre a Unicamp 2024.
Agora… você aceita um conselho? Guarde este artigo com o calendário completo e dicas de como estudar as obras literárias obrigatórias da Unicamp 2024. Vai te ajudar muito. E por falar em ajudar muito, nossos corretores têm algumas coisas a dizer sobre sua redação…