A prova de Redação da UFRGS 2026, aplicada neste segundo dia de exame, surpreendeu muitos candidatos ao propor um tema social profundo, urgente e diretamente conectado à realidade brasileira: evasão e abandono escolar.
O ponto de partida da proposta foi o artigo “Estudar? Para quê?”, publicado na Folha de S. Paulo por Michael França. Em seguida, a banca adicionou um texto informativo do Instituto Unibanco, oferecendo dados atualizados sobre abandono e evasão, criando uma coletânea que exige interpretação crítica, sensibilidade social e domínio textual.
O candidato deveria produzir um texto dissertativo em formato opinativo, como se fosse realmente publicado em um caderno especial do próprio jornal — algo que exige argumentação consistente, posicionamento claro e articulação entre análise social, dados e leitura crítica.
Tema base da prova:
Como interpretar a relação entre desigualdade, desmotivação e abandono escolar no Brasil a partir do artigo “Estudar? Para quê?” e dos dados apresentados pelo Observatório do Ensino Médio?
O que a UFRGS realmente cobrou na Redação 2026
A proposta exigiu que o candidato articulasse três camadas:
1. A realidade social do jovem brasileiro (segundo Michael França)
O artigo argumenta que jovens pobres não abandonam a escola por incapacidade, mas pela percepção real de que o retorno da educação para eles é menor.
França mostra que:
- o mercado de trabalho discrimina jovens de baixa renda;
- poucos exemplos de ascensão social tornam o estudo um “ato de fé”;
- a desigualdade mina a motivação e alimenta um ciclo de desengajamento;
- a escola não pode operar milagres em uma sociedade estruturalmente desigual.
2. Os dados sobre evasão e abandono escolar no Brasil (segundo o Instituto Unibanco)
O texto informativo reforça:
- 5,9% dos estudantes do ensino médio abandonam a escola;
- jovens mais vulneráveis (negros, pobres, LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência) estão em maior risco;
- fatores externos à escola (gravidez, necessidade de trabalhar, currículo desconectado) são determinantes;
- 8,1% dos adolescentes de 15 a 17 anos não estavam escolarizados em 2023.
Ou seja, o texto mostra aquilo que França analisa: o abandono escolar não nasce da falta de esforço individual, mas de estruturas sociais que limitam o estudante desde o ponto de partida.
3. O formato opinativo exigido pela banca
A UFRGS pediu um texto:
- claro, crítico, ético e responsável;
- com posicionamento explícito;
- que dialogasse diretamente com os textos motivadores;
- com entrelaçamento entre análise social, dados e argumentação.


Como organizar uma redação perfeita para a UFRGS 2026
Para mandar bem, o candidato deveria estruturar o texto em três movimentos:
1. Introdução: apresentar a tese
O ideal era começar contextualizando o debate sobre evasão, mencionar a desigualdade estrutural e posicionar-se sobre o argumento central de França.
Exemplo de tese possível:
“Embora o discurso tradicional atribua a evasão escolar à falta de interesse dos jovens, os textos mostram que o principal fator é estrutural: a desigualdade limita oportunidades e compromete o retorno da educação para jovens vulneráveis.”
2. Desenvolvimento: relacionar os textos e aprofundar o argumento
O candidato poderia seguir dois caminhos argumentativos:
Argumento 1 — A desigualdade reduz o retorno da educação para jovens pobres
Conectar Michael França à realidade do Brasil:
- discriminação no mercado de trabalho;
- falta de exemplos reais de ascensão;
- ciclo de desmotivação.
Repertórios possíveis:
- Pierre Bourdieu: desigualdade de capitais culturais e sociais.
- Jessé Souza: elite do atraso e obstáculos estruturais.
Argumento 2 — Fatores externos reforçam a evasão (dados do Instituto Unibanco)
- necessidade de trabalhar;
- gravidez precoce;
- currículos que não representam estudantes negros, LGBTQIAPN+ ou periféricos;
- falta de políticas públicas.
Repertórios possíveis:
- Constituição Federal (art. 6º e 205): direito à educação.
- Estatuto da Criança e do Adolescente.
- Anísio Teixeira: educação como prática de liberdade social.

Relação direta com o tema que o Redação Online já tinha trabalhado
A plataforma antecipou esse eixo temático ao publicar o tema:
👉 “Desafios para combater a evasão escolar no Brasil”
https://redacaonline.com.br/blog/evasao-escolar-no-brasil-tema-de-redacao/
Assim como ocorreu na UESB e Unicamp, acertamos novamente a linha temática, reforçando nossa liderança nacional no acerto de temas.
No conteúdo trabalhado anteriormente, discutimos:
- desigualdade educacional;
- vulnerabilidade social;
- abandono causado por falta de perspectivas;
- políticas públicas necessárias.
Exatamente os mesmos pilares explorados na UFRGS 2026.
Como se preparar para a Redação UFRGS 2027
Se você vai prestar a próxima edição, atenção:
1. Entenda o perfil da banca
A UFRGS adora temas sociais com forte base sociológica e política.
Sempre exige leitura crítica e capacidade de articular dados.
2. Treine textos opinativos
O formato não é uma dissertação “padrão ENEM”.
É uma dissertação para jornal, com:
- voz autoral;
- posicionamento claro;
- articulação rigorosa entre textos.
3. Estude repertórios sociológicos
Marx, Bourdieu, Anísio Teixeira, Paulo Freire…
Eles aparecem com frequência em correções de nota alta.
4. Treine com orientação especializada
Nós oferecemos:
- curso completo UFRGS,
- análise das obras obrigatórias,
- correção ilimitada ou com 24h,
- plano de estudos guiado,
- temas inéditos específicas para a banca.
Conclusão
A Redação da UFRGS 2026 cobrou muito mais do que uma simples opinião sobre abandono escolar.
Ela exigiu que o candidato compreendesse a complexidade da desigualdade brasileira, conectasse argumentos com dados, dialogasse com um texto jornalístico e produzisse uma análise madura — algo que realmente diferencia candidatos bem preparados.
E, como mostramos, esse eixo temático já havia sido trabalhado pelo Redação Online, reforçando nossa capacidade de antecipar tendências e preparar estudantes com profundidade.
Se você vai prestar a UFRGS, a hora de começar é agora.
Treine, aprenda a construir argumentos sólidos e permita que especialistas te guiem até a aprovação.
