A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: Os problemas da erotização infantil. Sua redação deve apresentar proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Atente-se para o número mínimo de 7 linhas e máximo de 30 para desenvolver suas ideias.
Texto 1:
“[…] Um levantamento do site Pornhub mostra que “teen” (adolescente, em inglês) é um dos termos mais procurados do em pornografia na internet. Fora das telas versões menores das roupas de adultas são fabricadas para meninas pequenas que, antes mesmo de desenvolverem sua identidade, entendem que só têm valor se corresponderem a padrões de beleza e sensualidade. Como consequência, a autoestima delas diminui, ao passo que o número de assédios — o primeiro ocorre, em média, aos 9,7 anos, segundo o coletivo Think Olga — e de abusos sexuais.
Por muito tempo, a erotização de crianças foi vista como normal. Cercado de câmeras no Big Brother Basil 16, o participante Laércio de Moura, 53, não se constrangeu em dizer que preferia se relacionar com meninas mais jovens, “na faixa dos 17, 18 e 20 anos”. Nas redes sociais, ele também já tinha dito que era “efebófilo“, alguém que sente atração sexual por adolescentes. Fora da casa, porém, a repercussão da fala levou a uma investigação e, em maio, ele foi preso acusado de estupro de vulnerável. […]”
Fonte: revista galileu globo
Texto 2 sobre os problemas da erotização infantil:
Fonte: voz da bahia
Texto 3:
“[…] Para a psicóloga Sandra Santos, o incentivo à sexualidade precoce pode trazer uma série de prejuízos para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. “A gente sabe que esse período é extremamente importante para o desenvolvimento. É um período de descoberta e isso
vai acontecendo pouco a pouco, mas o contato com um ambiente vulnerabilizador faz com que essa criança desperte muito cedo para a sexualidade. Descobrir isso a partir da ótica do adulto tira dela essa inocência”, observa.
Analisando o vídeo da pequena Melody, Sandra avalia o assédio em torno da menina. “Imagino que possa estimular o assédio dos homens. Tudo isso é extremamente danoso e hostil. Um contato feito de uma forma inadequada, através de adultos que estimulam esse desejo”, afirma.
Os comentários vistos nas fotos e vídeos da garota ilustram o que explica a psicóloga. A maioria deles é feita por adultos, que usam termos como “delicinha” e “monumento de mulher” para se referir à cantora de oito anos. Há ainda xingamentos e outras ofensas que partem de alguns internautas mais exaltados.
Ameaçado de perder a guarda da filha, MC Belinho garantiu que Melody não faz apresentações profissionais [apesar disso, a página da cantora no Facebook divulga dois telefones de contato para shows]. Em um vídeo publicado para esclarecer as polêmicas em torno do caso, ele afirma que sustenta as duas filhas apenas com o que ganha como funkeiro e que não incentiva a criança com o objetivo de obter lucro pessoal, conforme foi acusado.
O pai alega que as denúncias são motivadas por preconceito ao funk e que a menina “não é obrigada” a fazer nada. Em tom de desabafo, MC Belinho chamou os críticos de “recalcados” e disse que agem dessa forma por não terem o sucesso conquistado por eles atualmente.
Porém, dias depois parece ter se arrependido das declarações e prometeu mudar o estilo adotado pela filha na carreira artística. Ele afirmou que, a partir de agora, a pequena deve aderir a um perfil mais ligado à música pop, como o da cantora Anitta, que ela tem como referência.
O promotor Eduardo Ferreira garante que o gênero musical não está em questão. “Não temos nada contra o funk. Se estivessem executando letras e coreografias adequadas para a idade, não teríamos problemas”, destaca. […]”
Texto 4:
Pressão aos meninos do funk é menor do que a MC Melody
Enquanto a funkeira MC Melody virou alvo de críticas, “meninos do funk” seguem cantando músicas pesadas.
Para Claudia Bonfim, pesquisadora da Unicamp, especialista em educação sexual, a discussão reflete a “desigualdade de gênero histórica” e a “educação machista” presentes da sociedade brasileira. “O padrão moral para meninos e meninas é diferente aqui no Brasil. Menininhos de dois ou três anos de idade são estimulados a mostrar o pipi para familiares em sinal de masculinidade”, diz. “Já às meninas pede-se discrição, sobriedade – elas têm que se sentar de pernas fechadas, por exemplo.”
A questão também foi levantada por leitores nas redes sociais. Pelo perfil da BBC Brasil no Facebook, o comentário da leitora Zulmira Bracco alcançou 2.170 likes. “Aproveitando o embalo vejam também o MC Pedrinho – Dom Dom Dom – 12 anos, mas por ser do sexo masculino a sexualização precoce dele passa despercebida, na lei do ‘meu filho pode tudo, minha filha não pode nada’. Vamos entender que não podem e não devem porque são crianças e não pelo gênero sexual com o qual nasceram”, escreveu.
Para a especialista da Unicamp, autora dos livros Educação Sexual e Formação de Professores: da educação sexual que temos à educação que queremos e Desnudando a Educação Sexual , “o tratamento desigual sobre a sexualização de meninos e meninas tem que ser superado”. “A cada cinco minutos uma mulher sofre violência no Brasil e isso é fruto da desigualdade de gêneros”, ressalta Claudia, que afirma que esta exposição pode render prejuízos e traumas como “vida sexual reprimida ou o contrário, quantitativa, muito genitalizada, em uma busca desesperada por prazer.”
O comentário não indica, entretanto, que sexo deva ser um tabu entre as crianças. “A sexualidade está presente desde sempre e não só pode como deve ser discutida junto aos pais de maneira delicada, não necessariamente só pela palavra, mas por gestos, toques, com cuidado”, diz Bonfim.