Tema de Redação: Foro Privilegiado é porta aberta para a impunidade?

Com base nos seus conhecimentos e nos textos motivadores, elabore uma redação sobre o seguinte tema: FORO PRIVILEGIADO É PORTA ABERTA PARA A IMPUNIDADE?

Texto 1

“Todos são iguais perante a lei”. A Constituição Brasileira estabelece que todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país são iguais perante a lei, mas o foro por prerrogativa de função, mais conhecido como foro privilegiado, pode ser considerado uma exceção a essa regra.

O foro privilegiado se refere a como as autoridades são julgadas. Ele garante tratamentos diferentes aos réus de processos, a depender da importância do cargo da pessoa. Esse direito determina que algumas autoridades são julgadas apenas em cortes superiores (especiais), ao contrário do cidadão comum, que é julgado pelo Poder Judiciário comum.

Foro privilegiado não é um privilégio de uma pessoa, mas do cargo público que ela ocupa. Ou seja, assim que as pessoas deixam o cargo, elas perdem esse direito.

Esse mecanismo jurídico foi criado com a ideia de proteger o exercício de determinada função ou mandato. Foi na Constituição de 1988 que o sistema de atribuição de foros privilegiados incluiu uma ampla gama de autoridades. No contexto da época, ele foi reforçado sob o argumento de preservar a democracia e impedir a volta de práticas da ditadura militar, como eventuais perseguições políticas.

A premissa fundamental desse direito é a garantia da estabilidade necessária ao exercício das funções públicas ao assegurar o máximo de imparcialidade nos julgamentos.

Caso não existisse o foro privilegiado, um acusado de cometer um crime deveria ser julgado pelo juiz do local onde o fato ocorreu, independentemente do cargo que ele exerça. Com o foro privilegiado, evita-se que o alvo da investigação não seja pressionado por quem queira prejudicá-lo ou, ainda, evita que a decisão de um juiz seja fruto de uma pressão de um determinado político local. Desta forma, no entendimento da lei, pode-se manter a estabilidade do país, garantindo um julgamento justo e imparcial.

Possuem esse direito o Presidente da República, os ministros (civis e militares), todos os parlamentares do Congresso Nacional, prefeitos, governadores dos Estados e do Distrito Federal, chefes de missão diplomática (embaixadores), integrantes do Poder Judiciário, do Tribunal de Contas da União (TCU) e todos os membros do Ministério Público.

A análise de processos envolvendo pessoas que gozam de foro privilegiado é designada a órgãos superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF), o Senado ou as Câmaras Legislativas.

O STF é responsável por julgar presidentes, ministros e parlamentares. Ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), cabem os casos que envolvem governadores, membros de tribunais de contas e desembargadores dos Tribunais de Justiça. Os prefeitos são julgados pelos Tribunais de Justiça estaduais. Já os tribunais regionais federais julgam os membros do Ministério Público Federal e os juízes federais de primeira instância.

Foro privilegiado e impunidade

O Brasil é considerado por especialistas como o país com mais autoridades resguardadas pelo foro especial no mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, nem o presidente tem direito a esse benefício.

O levantamento mais recente feito pela Associação dos Juízes Federais (Ajufe) mostrou que mais 45 mil pessoas são beneficiadas pelo foro especial nas diversas instâncias do Poder Judiciário. A estimativa feita pela força-tarefa da Operação Lava-Jato em 2015 chegou ao número de 22 mil pessoas.

O foro especial é alvo de crítica de muitos juristas. A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) defende o fim total do foro privilegiado. Para Roberto Veloso, presidente da Ajufe, “todos devem ter foro na primeira instância a partir da competência dos crimes cometidos”. Outros juristas defendem um “enxugamento” dos beneficiados, de forma que o mecanismo seja concebido apenas a poucas autoridades.

Um dos argumentos contra o mecanismo é que ele seria um privilégio que fere o princípio de igualdade da Carta Magna, que garante que todos os cidadãos brasileiros são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza ou regalias. Os defensores do foro privilegiado entendem que a regra não é concedida à pessoa, mas ao cargo que ela exerce.

Outra questão é que o foro privilegiado estimularia a impunidade e a condenação de políticos pela Justiça. Isso porque os tribunais de instâncias superiores não teriam estrutura para julgar o imenso número de processos relacionados a agentes públicos com foro privilegiado.

O prazo médio para recebimento de uma denúncia no STF é de 617 dias. Ao contar com a morosidade do sistema, o julgado poderia “fugir da justiça” até o crime prescrever e ser arquivado por excesso de tempo. Ou seja, o Estado perde o prazo para julgá-lo e com isso provocaria a impunidade.

A taxa de processos que o Supremo não consegue julgar é muito alta. Uma recente pesquisa da FGV mostra que 68% das ações penais concluídas no STF entre 2011 e 2016 prescreveram ou foram repassadas para instâncias inferiores porque a autoridade em questão deixou o cargo.

No entanto, o julgamento em instâncias inferiores não significa a garantia de um julgamento rápido. Quando ele começa na primeira instância, há uma maior possibilidade de recursos. Já a pessoa condenada pelo STF não tem mais a quem recorrer, uma vez que ele é a última instância da Justiça Federal.

No caso do escândalo de corrupção do “mensalão”, por exemplo, 25 autoridades foram punidas pelo Supremo em 2012, enquanto alguns casos do mesmo escândalo que ficaram em instâncias inferiores até hoje não foram adiante.

Projetos de lei

Ao todo, 11 propostas de emendas à Constituição (PECs) estão tramitando na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ).

O debate sobre o foro foi reaberto no Senado em fevereiro deste ano, depois da apresentação, pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), de uma proposta de PEC que visava dar imunidade aos ocupantes de cargos na linha sucessória presidencial, mesmo para atos cometidos antes da vigência do mandato. Pela Constituição, apenas o presidente da República tem esse benefício atualmente.

Para Jucá, seria legítimo dar o mesmo tratamento aos presidentes dos três poderes para garantir maior equilíbrio às instituições. “Os presidentes não podem ficar suscetíveis a sair do cargo por conta de uma decisão pessoal do procurador-geral da República. Acho que isso não é consistente com a harmonia dos poderes”, afirmou o senador à imprensa.

O projeto de Jucá beneficiaria diretamente o presidente do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), dando a eles a mesma imunidade do presidente da República, Michel Temer. Os dois são citados em delações premiadas no âmbito da Lava Jato. A proposta foi arquivada.

Em março deste ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso enviou ao plenário da Corte uma proposta que discute a restrição do foro privilegiado para deputados federais, senadores e ministros.

No despacho, o ministro diz que os detentores de foro privilegiado somente devem responder a processos criminais no STF se os fatos imputados a eles ocorram durante o mandato. No caso de fatos que ocorreram antes da posse, a competência para julgamento seria da Primeira Instância da Justiça. Por esse entendimento, os processos da Lava Jato “desceriam” para a Justiça Comum.

Barroso argumenta que o privilégio precisa ser revisto por dificultar investigações de autoridades e colaborar para que haja impunidade. Ele propôs ainda que fosse criada uma vara especial em Brasília, vinculada ao STF, para processar casos de foro privilegiado. “Não é preciso prosseguir para demonstrar a necessidade imperativa de revisão do sistema. Há problemas associados à morosidade, à impunidade e à impropriedade de uma Suprema Corte ocupar-se como primeira instância de centenas de processos criminais. Não é assim em parte alguma do mundo democrático”.

Fonte: https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/justica-foro-privilegiado-e-porta-aberta-para-a-impunidade.htm

Texto 2

Fonte: https://mercadopopular.org/wp-content/uploads/2016/03/foro_privilegiado

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Modelo de Redação nota 1000 para o ENEM 2024

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Juízo de Valor: como usar na Redação, exemplos

🎓 E aí, RedAluno! Sabia que utilizar juízos de valor pode elevar a qualidade da sua redação? Eles ajudam a expressar suas opiniões de forma clara e convincente, contribuindo para a argumentação e garantindo pontos preciosos na competência 3 do ENEM, que avalia a seleção, organização, interpretação de informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Vamos explorar o que é juízo de valor, como usá-lo e exemplos para você arrasar na sua próxima redação! ✍️📚 O que é Juízo de Valor na Redação? Juízo de valor é a avaliação que fazemos com base em nossos gostos, percepções individuais e fatores culturais, sentimentais e ideológicos. Na redação, essas palavras expressam opiniões e julgamentos, sendo cruciais para indicar a posição do autor. Utilizá-los corretamente pode garantir que você pontue bem na competência 3, focada em argumentação e construção de sentido. O que é um Juízo de Valor? Exemplos Um juízo de valor avalia algo com base em critérios subjetivos, refletindo a opinião do autor. Exemplos incluem adjetivos como “necessário”, “prejudicial”, “inovador”, e frases que expressam julgamentos, como “é fundamental” ou “é imprescindível”. O que é Juízo de Valor no Texto? No texto, o juízo de valor aparece quando o autor faz uma afirmação que expressa uma avaliação subjetiva. Por exemplo, “é essencial implementar políticas públicas para combater a desigualdade” utiliza um juízo de valor (“essencial”) para reforçar o argumento. Quais são as palavras com Juízo de Valor? Palavras com juízo de valor incluem adjetivos e expressões que refletem julgamentos subjetivos. Aqui estão 50 palavras chiques com juízo de valor para elevar sua redação: Frases de persuasão na Redação para Juízo de Valor Agora que você entende o que é juízo de valor e como usá-lo na sua redação, está mais preparado para construir argumentos sólidos e persuasivos. Lembre-se de utilizar essas palavras e expressões para enriquecer sua argumentação e garantir uma boa pontuação na competência 3 do ENEM. E para praticar ainda mais, não esqueça de acessar  nossa plataforma, onde você encontrará centenas de temas de redação e correções detalhadas para aprimorar suas habilidades. Vamos lá, RedAluno, conquiste sua nota 1000! 🎉✍️📚

As políticas públicas e o combate à obesidade infantil em comunidades carentes | Tema de redação

A obesidade infantil é um problema crescente e alarmante, especialmente em comunidades carentes. No dia 3 de junho, celebramos o Dia da Conscientização contra a Obesidade Mórbida Infantil, uma data crucial para chamar a atenção e conscientizar a população sobre a importância dos cuidados preventivos e do combate a essa grave questão de saúde pública. Pesquisas do Ministério da Saúde indicam que 12,9% das crianças brasileiras de 5 a 9 anos são obesas, enquanto 18,9% dos adultos estão acima do peso. Esses números mostram a urgência de abordarmos o problema com seriedade e ação efetiva. Neste post, vamos explorar como as políticas públicas podem ajudar a combater a obesidade infantil em comunidades carentes. Discutiremos as causas, consequências, e soluções possíveis, bem como apresentaremos repertórios valiosos para entender melhor esse desafio. Que tal praticar e refletir sobre como podemos contribuir para um futuro mais saudável para nossas crianças? Vamos lá! Proposta de redação sobre obesidade infantil A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “As políticas públicas e o combate à obesidade infantil em comunidades carentes” apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.  Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista. Instruções para redação sobre obesidade infantil Textos motivadores sobre obesidade infantil Texto I A obesidade em crianças e adolescentes é multifatorial. Condições genéticas, individuais, comportamentais e ambientais podem influenciar no estado nutricional. O relatório público do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional, com dados de pessoas acompanhadas na Atenção Primária à Saúde, aponta que, até meados de setembro de 2022, mais de 340 mil crianças de 5 a 10 anos de idade foram diagnosticadas com obesidade. Em 2021, a APS diagnosticou obesidade em 356 mil crianças dessa mesma idade. Atualmente, a região Sul possui 11,52% de crianças obesas nessa faixa etária, maior índice do País. Em seguida aparecem as regiões Sudeste, com 10,41%; Nordeste, com 9,67%; Centro-Oeste, com 9,43%; e Norte, com 6,93% das crianças acompanhadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na região. Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/acompanhadas-pelo-sus-mais-de-340-mil-criancas-brasileiras-entre-5-e-10-anos-possuem-obesidade Texto II A necessidade de isolamento social instituída pela pandemia e a mudança de rotina que ela acarretou, em especial a diminuição de exercícios físicos, refletiu no aumento de peso em crianças e jovens. Segundo o boletim do Observa Infância, o período de 2019 a 2021 chama a atenção para um crescimento de 6,08% de crianças até 5 anos com sobrepeso ou obesas. Entre os adolescentes brasileiros houve um aumento de 17,2% no número de jovens.   “A obesidade infantil e de adolescentes no Brasil ainda é uma grande preocupação de saúde pública. Apesar de observarmos uma queda nos últimos anos, o Brasil ainda possui números acima da média global e da América Latina. Nos anos de pandemia, observamos um aumento nos índices de obesidade infantil possivelmente consequência do aumento no consumo de ultraprocessados durante o período de isolamento”, alerta Cristiano Boccolini, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e coordenador do Observa Infância. Fonte: https://portal.fiocruz.br/noticia/obesidade-em-criancas-e-jovens-cresce-no-brasil-na-pandemia Texto III Por que a obesidade continua a crescer? De antemão, o maior desafio da obesidade é o fato de essa ser uma doença multifatorial. Por esse motivo, trata-se de uma condição complexa, pois exige ações em diversos setores, não só da saúde. Isso significa dizer que a oferta de alimentos, assim como a sua qualidade, influencia no surgimento da doença. Os ambientes e locais que as pessoas frequentam podem favorecer ou não a obesidade, o que é chamado de ambientes obesogênicos, e estimular a alimentação inadequada, o comportamento sedentário e a inatividade física. Os hábitos também impactam nas escolhas alimentares, assim como as questões econômicas. Até mesmo a infraestrutura de uma cidade é considerada um fator para o surgimento e crescimento da doença. E já que a obesidade é um desafio global para a saúde e para a sociedade, é necessário adotar estratégias efetivas em todo o mundo para prevenir e deter o avanço do problema. Mas a transformação também pode e deve acontecer localmente. A execução de estratégias em nível municipal é possível e necessária para reverter o cenário e prevenir os danos: – Investimento na Atenção Primária à Saúde (APS) para o monitoramento da situação alimentar e nutricional e para a promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar adequada e saudável em crianças menores de 2 anos; – Tornar as cidades favoráveis ao acesso a uma alimentação saudável e à prática de atividade física com estruturas adequadas e segurança; – Veiculação de campanhas efetivas de comunicação em saúde; – Valorização da escola como um ambiente aliado a esta causa, inclusive para a prática da atividade física e para a restrição da oferta de alimentos não saudáveis; – Implementação de políticas fiscais e medidas regulatórias para facilitar o acesso aos alimentos saudáveis e reduzir o acesso e a exposição aos alimentos não saudáveis. Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-ter-peso-saudavel/noticias/2022/como-seu-municipio-pode-avancar-na-prevencao-da-obesidade-infantil Texto IV Fonte: https://www.crefsp.gov.br/comunicacao/noticias/3-de-junho-dia-da-conscientizacao-contra-a-obesidade-morbida-infantil Repertórios para o tema de redação sobre obesidade infantil 1. Filmes: • “Super Size Me” (2004): Um documentário que explora os impactos da alimentação de fast food na saúde. Ele destaca a importância de políticas públicas na promoção de dietas saudáveis e na regulação da indústria alimentícia. • “Wall-E” (2008): Embora seja uma animação, o filme apresenta uma sociedade futurista onde a obesidade é comum devido à vida sedentária e à dependência de alimentos processados, sublinhando a necessidade de intervenções políticas para promover estilos de vida saudáveis. 2. Séries: • “Jamie Oliver’s Food Revolution” (2010): Esta série documenta os esforços do chef Jamie Oliver para melhorar a alimentação nas escolas americanas, ressaltando a importância de políticas públicas na educação nutricional. • “The Magic School Bus” (Episódio: “Ready, Set, Dough”): Este episódio aborda a importância da nutrição, mostrando como a educação e a informação podem influenciar hábitos alimentares saudáveis desde a infância. 3. Legislações: • Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):