Leia os textos motivadores sobre universitários no mercado de trabalho abaixo para desenvolver a proposta de redação que se pede na sequência.
Texto 1 sobre universitários no mercado de trabalho
Após sair da faculdade, recém-formados enfrentam desemprego e subemprego
Ana Paula Lisboa
Postado em 17/06/2018 15:35 | Atualizado em 18/06/2018 16:46
Durante o ensino superior, conciliar estágio e estudos, tirar boas notas, entregar o TCC parecem desafios muito grandes. Só que, depois da formatura, aparece um obstáculo muito maior (e que se agiganta com a crise e o desemprego): ingressar no mercado de trabalho.
Escolher um curso, passar no vestibular, arrumar dinheiro (para se manter durante a graduação, pagar a mensalidade ou os dois), estudar, participar de projetos de pesquisa e extensão, integrar empresa júnior, estagiar, entregar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e, depois dessa maratona toda, finalmente pegar o diploma. A partir daí, a expectativa de conseguir emprego é grande. Contudo, apenas o título de bacharelado, licenciatura ou tecnólogo não é suficiente para garantir inserção no mercado de trabalho. Quem está saindo dos bancos das faculdades tem pouca (às vezes, nenhuma) experiência na área pretendida, ficando atrás na corrida por uma vaga. Complicam ainda mais a situação a crise econômica e o aumento do desemprego. Não à toa a empregabilidade é a maior preocupação da comunidade acadêmica brasileira. A conclusão é de estudo elaborado pelo Instituto Ipsos para o Grupo Santander, ouvindo mais de 9 mil estudantes e professores em 19 países, cerca de 850 no Brasil.
Para 54% dos entrevistados, é preciso melhorar a inserção dos recém-formados no mercado de trabalho, e 63% acreditam que as universidades não conseguem munir os alunos das competências exigidas pelas empresas. Anderson Pereira, diretor da Universia (rede do Santander Universidades que reúne cerca de 1.300 instituições acadêmicas) no Brasil, acredita que os empregadores brasileiros não têm resistência a recém-formados. O que acontece é que um currículo mais cheio ainda faz diferença. “Para vagas básicas, não se espera experiência. Mas é verdade, sim, que quem tem alguma experiência sai à frente, mesmo que não seja na área da posição ofertada”, diz. “Há, porém, maturidade do empresariado brasileiro no sentido de entender que o aluno que passa por uma universidade traz retorno”, completa. Tanto é que pessoas com ensino superior chegam a ter salário 38,19% maior em comparação com nível médio, segundo pesquisa do site de empregos Catho.
O levantamento também concluiu que ter um diploma de graduação é vantagem comparativa para concorrer a posições que não exigem nível superior. E, durante a recessão, são justamente essas vagas que têm sido ocupadas por boa parte dos egressos das faculdades. A análise é de Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, entidade que congrega mantenedoras no país. “As boas posições estão mais escassas. A empregabilidade para quem tem ensino superior não diminuiu, mas os graduados estão pegando posições que não aceitariam em momentos de pleno emprego, estão indo para o subemprego”, comenta. “Você subaproveita uma mão de obra qualificada. Um engenheiro de produção que começa a trabalhar como assistente administrativo se pergunta: para que fiz a faculdade, então?” O índice de empregabilidade do primeiro trimestre do ano elaborado pela entidade demonstrou que o saldo de empregos foi positivo (em cerca de 100 mil postos de trabalho) para quem tem graduação.
A conclusão de Rodrigo Capelato é de que a situação é, sim, complicada, mas profissionais com ensino superior sofrem menos o impacto da recessão. “O desemprego é pior para quem não tem diploma, que é uma salvaguarda neste momento de crise”, aponta. Um grande problema é o desencontro entre a quantidade de vagas ofertadas em cada curso no ensino superior e o número de oportunidades no mercado de trabalho: se as instituições baseiam a oferta na simples procura dos alunos, o resultado é um grande grupo de pessoas com diploma entrando em áreas saturadas ou com pouco emprego. “As instituições de ensino privadas, responsáveis por formar a maior parte dos graduados do país, farão o que a demanda quer. Para haver mudança nesse sentido, seria necessária política de estado, para entender em que áreas o país precisa de mais gente”, sugere.
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Fonte: www.correiobraziliense.com.br | Acesso em 22/07/2020.
Após a leitura, interpretação e compreensão dos textos motivadores, redija uma redação no gênero dissertativo-argumentativo, na modalidade culta da Língua Portuguesa, com tamanho máximo de 30 linhas, sobre o tema As dificuldades de inserção de universitários e recém-formados no mercado de trabalho.
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