Confira os textos motivadores a seguir e escreva uma redação sobre o tema ”A desvalorização do futebol feminino no Brasil”!
O futebol é um esporte que existe desde o século XIX e ganhou adeptos nas últimas décadas. O futebol masculino, hoje em dia, é um esporte multimilionário, com partidas veiculadas no mundo inteiro. Mas e o futebol feminino, por que é desvalorizado? Leia os textos motivadores e escreva sua redação sobre futebol feminino!
Leia os textos motivadores para escrever sua redação sobre futebol feminino:
Texto 1 para redação sobre futebol feminino
A partir de 1983, quando o futebol praticado por mulheres foi liberado por lei no Brasil, milhares de meninas buscam por oportunidades tendo que lutar todos os dias por um esporte mais igualitário
Por haver a chamada distinção de gênero em diversas atividades do cotidiano, as mulheres tiveram — e ainda têm — que enfrentar muitas dificuldades para exercer algumas delas, que são majoritariamente praticadas por homens. Um exemplo é o futebol. Segundo a Federação Internacional de Futebol (FIFA), o primeiro jogo oficial de futebol entre mulheres ocorreu em 23 de março de 1883, em Crouch End, na cidade de Londres, na Inglaterra. Naquela ocasião, os dois times foram classificados como Norte e Sul, representando as duas partes da cidade em que a partida era sediada. Porém, o futebol já era praticado por homens desde o século XVII.
No Brasil, as mulheres começaram a conquistar seu lugar no futebol entre os anos de 1908 e 1909, quando foram datados os primeiros jogos de futebol com jogadores mistos — homens e mulheres juntos. Conforme noticiado pelo jornal A Gazeta, o primeiro jogo oficial no país entre mulheres ocorreu em 1921. As jogadoras eram dos bairros Tremembé e Cantareira, da cidade de São Paulo.
Segundo o Jornal da USP, em 1941, as mulheres foram proibidas de jogar futebol ou qualquer outro esporte “incompatível com as condições da sua natureza”. O decreto-lei 3.199 de 14 de abril de 1941, foi criado na Era Vargas e vigente até 1983. Contudo, a proibição por lei não parou as jogadoras brasileiras, que continuaram jogando e resistindo ao Estado. Após mais de quarenta anos, em 1983, o decreto foi derrubado graças as muitas mulheres que defendiam que o esporte podia ser praticado por todos, sem exceção.
Desde então, milhares de jovens mulheres buscam por seu espaço dentro do futebol tendo que enfrentar obstáculos que vão desde a dificuldade de inclusão no esporte até os vários tipos de assédio que enfrentam no dia a dia. Por ser praticado por mulheres, o futebol feminino no Brasil é categorizado por muitos como inferior, pois há muita comparação com o esporte praticado pelos homens.
Dificuldades no início de carreira
Em relação ao futebol masculino, as oportunidades de carreira dentro do esporte são bem diferentes, tendo em vista que a maioria dos clubes não investem em equipes femininas usando como justificativa o pouco retorno e visibilidade.
Pensando em ajudar a mudar essa realidade, a Conmebol, em meio às mudanças que implementou em suas competições em meados de 2016, ordenou que os times que disputarem a Copa Libertadores e a Copa Sul-Americana terão de ter pelo menos uma equipe feminina. Sobre o requisito, o documento fala que “o solicitante (a disputar a competição) deverá ter uma equipe feminina ou associar-se a um clube que possua a mesma. Ademais, deverá ter ao menos uma categoria juvenil feminina, ou associar-se a um clube que possua a mesma”.
Além disso, os clubes deverão oferecer apoio técnico e toda a estrutura necessária para as equipes femininas, para que possam treinar e participar de torneios. Segundo Julia Pompeo, essa foi uma decisão muito importante pois mudou os rumos do futebol feminino no Brasil e em toda a América Latina, proporcionando uma maior visibilidade ao futebol feminino.
Além da falta de oportunidades, a questão dos investimentos também é um fardo que o futebol feminino carrega. Uma situação inusitada que aconteceu em outubro de 2020 chamou a atenção das mídias para esse problema. Pela segunda rodada do Campeonato Paulista de futebol, em 21 de outubro de 2020, na Arena Barueri, o time do São Paulo goleou o Taboão da Serra por 29 a 0.
Apesar de o placar chamar muita atenção, um depoimento dado pela capitã do time do Taboão da Serra serviu para mostrar a dura realidade que os times femininos enfrentam no dia a dia quanto a estrutura dos clubes. Segundo Nini, o time do interior de SP possui pouco investimento e não possui nenhum apoio do clube.
“Em pouca coisa o clube nos ajuda. É mais a vontade da comissão técnica mesmo. Ninguém tem salário, ninguém tem condução. A gente não tem roupa de treino, não tem apoio nenhum do clube. A gente simplesmente usa o nome do clube para participar do Campeonato Paulista porque acredita que é uma oportunidade para as meninas mais novas”, relatou a capitã à FPF TV.
Com os olhares voltados para o futebol feminino durante a Copa do Mundo, muitos temas surgiram. Um levantamento realizado pelo EXTRA no ano de 2019, mostra que os 20 clubes participantes da série A (até então) investiam no máximo 1% de seus orçamentos no futebol feminino. O Santos liderava a tabela sendo o time que mais investiu. O Flamengo investe cerca de R$ 1 milhão, o que equivalia na época ao salário de um mês do Gabigol. Diante dessa situação, com o baixo incentivo e investimento a prática futebolística se torna quase impossível para as jogadoras. Levando assim, a esperança de o futebol se tornar um esporte igualitário em questão de investimentos e oportunidades.
Questão salarial das jogadoras no Brasil
Além da falta de investimentos em equipamentos, lugares para treinos e preparação física, uniformes, entre outros, o futebol feminino também é financeiramente afetado na questão da disparidade salarial.
Segundo o site de notícias da UOL, os contratos de jogadoras de futebol que atuam no Brasil possuem a duração de um ano. Isso quando existe realmente um contrato de trabalho, pois a grande maioria trabalha informalmente. Assim como é raro encontrar clubes que ofereçam carteira assinada às jogadoras. O Corinthians, por exemplo, começou a assinar os contratos de suas jogadoras a partir de 2019.
A negociação, diferentemente dos times masculinos, não é através da compra de passes das jogadoras. Os contratos de trabalho são firmados entre clube e atleta de forma direta, sem necessidade de compra de transferência. Com a grande visibilidade proporcionada pela Copa do Mundo de 2019, os negócios mudaram consideravelmente, tanto em questão de contratos como de salário, mas a realidade ainda é difícil.
Ainda segundo a UOL, as jogadoras que atuam na primeira divisão do Brasileiro, ganham em média até dois salários mínimos por mês. Ainda que muitos clubes tenham investido um pouco mais no futebol praticado por mulheres, o salário não passa dos R$3 mil. Valores insignificantes perto da folha salarial do futebol masculino. No São Paulo, por exemplo, o total de investimentos em 2019 chegou a menos de dois salários do jogador Daniel Alves, que equivale a R$1,5 milhão.
Fonte: central sul – o preconceito dentro e fora de campo a desvalorização do futebol feminino
TEXTO 2
Em 1965 o governo militar proibiu e incluiu nominalmente esportes considerados inadequados para mulheres na legislação, e o futebol era um desses esportes, e a justificativa do governo era que a prática de esportes de contato não era compatível com o corpo da mulher. E o futebol era considerado um esporte violento, e com essa “lógica” começaram a surgir argumentos médicos dizendo que as mulheres não poderiam jogar por que poderiam levar cotoveladas no útero ou nos seios, que poderia deixá-las inférteis e não poderiam amamentar. Nessa época de proibição, mulheres chegaram a ser presas pelo descumprimento da legislação.
Essa palhaçada foi revogada no Brasil em 1979, mas a regulamentação da modalidade só foi realizada em 1983 graças a cobrança das jogadoras e com várias determinações equivocadas como: partidas de apenas 70 minutos com intervalos de 15 a 20 minutos e a proibição da troca de camisas com as adversárias. Porém mesmo a com a revogação não houve um desenvolvimento imediato para o futebol feminino no País e podemos dizer que ainda há reflexos disso até hoje.
A primeira edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino foi no ano de 1991, o torneio foi ignorado muitos anos pelo público, e pelas emissoras de televisão abertas e fechadas até a 8a edição que aconteceu no ano de 2019 na França, a qual foi a primeira edição com a transmissão em TV aberta no Brasil e bateu o recorte de vendar de ingressos onde a final e semifinal tiverem os ingressos esgotados em menos de 48 horas. Muitas pessoas ficaram sabendo da existência da Copa do Mundo Feminina na última edição, pois nunca tinha sido tão divulgada e falada como no último ano e a transmissão contribuiu muito pra isso.
Nos últimos anos o Futebol Feminino evoluiu técnica e taticamente, e pela não valorização e a não transmissão fazem com que as pessoas tenham na cabeça que o “Futebol Feminino é ruim” o que não é verdade. Se formos falar do aspecto físico, há diferença sim entre homens e mulheres, mas isso não faz o futebol feminino ser inferior ao masculino. Quando dizem que nossas jogadoras estão “velhas” ou “desgastadas” para jogar, temos que levar em consideração a análise técnica individual de cada equipe, e não qualificar a equipe boa ou ruim pela idade das jogadas, já que algumas equipes vão pesar mais por terem jogadoras mais novas, e outras por terem jogadoras mais experientes.
Fonte: urubu interativo – coluna das meninas a verdade sobre o futebol feminino
Confira agora um artigo com repertórios para o tema “A desvalorização do futebol feminino no Brasil” para te ajudar na sua redação sobre futebol feminino!