O que é o Dia da Promulgação da Constituição (5 de outubro) e por que isso importa na redação?
Em 5 de outubro de 1988, o Brasil promulgou a Constituição Federal, chamada de Constituição Cidadã por ter consolidado garantias democráticas após o regime militar: liberdade de expressão, criminalização do racismo, proibição da tortura, fortalecimento dos direitos e garantias fundamentais, entre outros. Além de marcar a redemocratização, a data evidencia que a CF/88 é a norma de maior hierarquia do país. Portanto, usá-la como repertório legitimado na redação é ao mesmo tempo atual, pertinente e estratégico.
Pode usar a Constituição Federal na redação?
Sim, pode — e deve. A CF/88 sustenta direitos em educação, saúde, meio ambiente, cidadania, economia e tecnologia, encaixando-se em inúmeros temas. O que não pode é: usar de forma genérica (“todos têm direitos”), inventar artigos, distorcer o conteúdo ou copiar trechos dos textos motivadores.
Como usar a Constituição Federal em redação?
Use sempre com precisão e vínculo ao tema:
- Nomeie o artigo (ou princípio) aplicável;
- Conecte-o ao problema da proposta;
- Mostre o efeito prático do descumprimento e antecipe direções de solução.
Mini-exemplo (meio ambiente):
“O art. 225 assegura o direito ao meio ambiente equilibrado; sem fiscalização e educação ambiental eficazes, a degradação avança e prejudica a saúde coletiva.”
Posso usar a Constituição Federal na minha redação em 2025?
Sim. A CF/88 segue vigente e é base dos direitos. Em 2025, sua citação continua plenamente aceita e valorizada quando pertinente e correta.
Como citar a Constituição Federal no texto?
1) Citação explícita do artigo
“De acordo com o artigo 205 da Constituição Federal, a educação é direito de todos e dever do Estado e da família.”
2) Parafraseando o princípio constitucional
“A Constituição de 1988 estabelece a saúde como direito universal, devendo ser garantida por políticas públicas.”
Transição: Em ambos os casos, evite generalidades: articule artigo + problema + consequência.
Quais são os principais artigos da CF/88 para usar na redação (por eixo)?
- Educação (art. 205; art. 206; art. 208) – Direito de todos e dever do Estado e da família; princípios (igualdade de acesso, liberdade de aprender, gestão democrática); deveres objetivos (educação básica obrigatória, atendimento especializado).
- Saúde (art. 196; art. 198) – Direito universal garantido por políticas sociais e econômicas; diretrizes do SUS (integralidade, descentralização, participação).
- Meio ambiente (art. 225) – Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado; dever de preservação do poder público e da coletividade.
- Tecnologia e dados (art. 5º, X, XII e LXXIX; art. 21, XXVI; art. 218) – Privacidade, sigilo de comunicações e proteção de dados pessoais como direito fundamental; fomento à ciência, tecnologia e inovação.
- Economia e trabalho (art. 170; art. 7º) – Ordem econômica orientada por dignidade da pessoa humana, valorização do trabalho, defesa do consumidor e função social da propriedade; direitos dos trabalhadores.
- Direitos sociais (art. 6º) – Educação, saúde, moradia, trabalho, transporte, lazer, segurança e previdência como pilares da dignidade.
- Cidadania e proteção (art. 1º, II; art. 5º caput e incisos; art. 227; art. 230) – Cidadania como fundamento da República; cláusulas de liberdade/igualdade; prioridade absoluta à criança e ao adolescente; proteção ao idoso.
Exemplo de introdução (ENEM) — bem detalhado, com repertório, contexto e tese
Tema: “Desigualdade educacional no Brasil e seus impactos na cidadania”
“Promulgada em 5 de outubro de 1988, a Constituição Cidadã consolidou a educação como direito de todos e dever do Estado e da família (art. 205), orientando-a para o pleno desenvolvimento da pessoa e para o exercício da cidadania. Contudo, a realidade brasileira ainda apresenta desigualdades de acesso, permanência e aprendizagem, visíveis em altas taxas de evasão, diferenças regionais e insuficiência de infraestrutura escolar. Nesse sentido, dois fatores estruturam o problema: a fragilidade de políticas públicas de garantia de permanência (como transporte e alimentação escolar adequados) e a falta de gestão pedagógica orientada por equidade, o que inviabiliza a materialização do mandamento constitucional e compromete a formação cidadã.”
Exemplo de desenvolvimento 1 — meio ambiente (com tópico frasal antes da CF)
“Dessa forma, é válido ressaltar a insuficiência da educação ambiental e da fiscalização como vetores da degradação ecológica nas cidades e no campo. Em seguida, a Constituição Federal, em seu art. 225, assegura o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e impõe ao poder público e à coletividade o dever de preservá-lo — o que, na prática, exige planejamento urbano ambiental, saneamento, controle de emissões e combate ao desmatamento. Logo, quando a governança ambiental é frágil e a participação social é baixa, viola-se um direito fundamental e amplia-se o risco sanitário e climático. Portanto, políticas de fiscalização inteligente (uso de dados e satélites), educação ambiental transversal no currículo e responsabilização efetiva por danos tornariam exequível o comando constitucional, reduzindo a pressão sobre ecossistemas e melhorando a qualidade de vida.”
Exemplo de desenvolvimento 2 — proteção de dados e tecnologia (com tópico frasal antes da CF)
“Paralelamente, destaca-se a expansão acelerada do ambiente digital sem a devida cultura de privacidade, o que expõe estudantes e cidadãos a riscos de vazamentos e manipulação informacional. Em complemento, a EC 115/2022 incluiu na CF/88 o art. 5º, LXXIX, elevando a proteção de dados pessoais à condição de direito fundamental, além de o art. 21, XXVI indicar a competência da União para organizar a proteção de dados. Assim, em temas de cidadania digital e desinformação, a referência constitucional legitima a defesa de alfabetização midiática, governança de dados no setor público, transparência algorítmica e responsabilização de agentes que violarem a privacidade, concretizando o princípio de que a inovação deve caminhar com direitos fundamentais.”
Conclusão (texto corrido, reforçando tudo)
No Dia da Constituição (5 de outubro), vale reafirmar: a Constituição Federal de 1988 pode — e deve — ser usada na redação como repertório legitimado porque ocupa o topo da hierarquia normativa e orienta direitos fundamentais que atravessam educação, saúde, meio ambiente, cidadania, economia e tecnologia.
Para obter ganho real de qualidade textual, o estudante precisa citar artigos específicos (por exemplo, art. 205 para educação, art. 196 para saúde, art. 225 para meio ambiente, art. 170 para ordem econômica, art. 6º para direitos sociais e art. 5º, LXXIX para proteção de dados), conectando-os diretamente ao problema proposto e explicando a consequência prática do descumprimento, preferencialmente indicando caminhos de efetivação (políticas públicas, governança, fiscalização, educação, participação social).
Ao fazer isso, evita-se o erro da generalidade (“a CF garante direitos”) e demonstra-se domínio crítico da realidade brasileira, o que fortalece a argumentação, melhora a coerência do texto e potencializa uma nota alta tanto no ENEM quanto em vestibulares e concursos.