E aí, RedAluno! Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 trazem uma nova perspectiva sobre a inclusão e equidade de gênero no esporte. Pela primeira vez, todos os 32 esportes olímpicos terão paridade de gênero, refletindo um progresso significativo na luta pela igualdade. No entanto, os desafios à inclusão e equidade de gênero no esporte brasileiro ainda são evidentes. Vamos explorar os fatores históricos, sociais e culturais que influenciam esse cenário, além de argumentos e repertórios que podem ser utilizados para abordar esse tema em uma redação.
Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os desafios da inclusão e equidade de gênero no esporte brasileiro à luz dos Jogos Olímpicos”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Desse modo, selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Instruções para redação
- O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
- O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.
- A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.
- Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
- 4.1 tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “textos insuficiente”;
- 4.2 fugir do tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
- 4.3 apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;
- 4.4 apresentar nome, assinatura, rubrica, ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.
Textos motivadores para o tema de redação sobre jogos olímpicos
TEXTO I
Apesar de o esporte ser um fenômeno que envolve milhares de pessoas no mundo inteiro com grande mobilização mesmo fora dos períodos de competições, a participação das mulheres como atletas de alto rendimento ganhou visibilidade somente a partir das primeiras décadas do século XX. De maneira geral, a cultura que envolve o esporte está ligada a palavras como força, rivalidade e competição, que integram um campo semântico facilmente associado à masculinidade.
O que dificulta, portanto, a expressão feminina no ambiente esportivo. Certas crenças correntes em épocas passadas também apresentaram papéis limitantes, como a de que a exaustão da mulher em competições poderia levar a uma variedade de comprometimentos de saúde. Inclusive à esterilidade em razão da perda da “força vital”, hipótese desmentida cientificamente ao longo do tempo. As origens dessa construção cultural, que cria barreiras à participação das mulheres em ambientes esportivos, podem ser encontradas no berço da tradição ocidental.
Nos pilares históricos da Grécia Antiga, a figura masculina representava a força advinda do Monte Olimpo. Enquanto às mulheres era reservado o papel de instrumento direto de procriação. Deveriam andar protegidas, cobertas dos pés à cabeça e, por consequência, não podiam participar de competições esportivas para que não se expusessem.
Fonte adaptada: https://www12.senado.leg.br/institucional/datasenado/arquivos/mulheres-no-esporte-pesquisa-sobre-equidade-de-genero
TEXTO II
A Olimpíada de Paris 2024 é um marco na história dos esportes internacionais. Pela primeira vez, todos os 32 esportes olímpicos terão paridade de gênero, com 5.250 vagas destinadas a cada sexo. Isso é resultado de um progresso de um século na participação das mulheres nos jogos.
Quando Paris sediou uma Olimpíada pela primeira vez, em 1900, apenas 22 mulheres competiram. Nos jogos de Atlanta 1996, as atletas participaram de 26 esportes, representando 34% dos competidores. Tóquio 2020 teve mulheres em 33 esportes, e Paris 2024 completa essa trajetória com equilíbrio de gênero em todas as categorias olímpicas.
Embora progressos significativos tenham sido feitos, os desafios persistem. A disparidade salarial de gênero continua a ser uma preocupação em muitos esportes. Isso também é evidente na liderança esportiva, em que as mulheres ainda estão sub-representadas, ocupando apenas 27% dos cargos executivos nas federações esportivas internacionais.
Texto III
Desde os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, realizados em Atenas no ano de 1896, onde as mulheres foram completamente excluídas, a participação feminina tem sido uma luta constante por reconhecimento e igualdade.
Diante disso, muito se espera para as Olimpíadas de Paris 2024, pois pela primeira vez teremos uma igualdade numérica em termos de gênero, com uma expectativa que a proporção atinja os 50% de atletas mulheres e homens. Essa paridade não é apenas numérica, mas também simbólica diante do compromisso que muitas entidades esportivas têm firmado com a pauta feminista.
Texto IV
Repertórios para o Tema: os desafios da inclusão e equidade de gênero no esporte brasileiro à luz dos Jogos Olímpicos
Filmes e séries
1. “Battle of the Sexes” (2017) – Filme que retrata a histórica partida de tênis entre Billie Jean King e Bobby Riggs, destacando a luta pela igualdade de gênero no esporte.
2.“I Am Woman” (2019) – Biografia da cantora Helen Reddy, que aborda a luta feminina por reconhecimento e igualdade, incluindo no esporte.
Livros
1.“O Segundo Sexo” de Simone de Beauvoir” – Obra fundamental para compreender as questões de gênero e as barreiras enfrentadas pelas mulheres em diversas áreas, incluindo o esporte.
2. “A Room of One’s Own” de Virginia Woolf” – Livro que discute a necessidade de espaço e oportunidades iguais para as mulheres se expressarem e competirem em igualdade de condições.
Argumentos para o tema sobre jogos olímpicos
Argumento 1: desigualdade histórica
Causa
A cultura patriarcal e as crenças históricas que associam o esporte exclusivamente à masculinidade criaram uma barreira significativa para a inclusão feminina no esporte.
Consequência
A participação feminina nos esportes foi limitada por séculos, resultando em menos oportunidades para mulheres se destacarem e receberem apoio.
Possível solução
Promover campanhas educacionais e políticas públicas que incentivem a igualdade de gênero desde a infância, incluindo o acesso igualitário a atividades esportivas.
Repertório filosófico
Simone de Beauvoir, em “O Segundo Sexo”, argumenta que as mulheres são feitas, não nascem. A sociedade constrói barreiras que limitam o potencial feminino, incluindo no esporte.
Argumento 2: a persistência de estereótipos de gênero
Causa
A persistência de estereótipos de gênero e a falta de cobertura midiática igualitária para esportes femininos.
Consequência
Menor visibilidade e apoio financeiro para atletas femininas, perpetuando a desigualdade de gênero no esporte.
Possível solução
Implementar políticas de igualdade de gênero nos meios de comunicação e garantir que patrocinadores apoiem igualmente atletas de ambos os gêneros.
Repertório Filosófico
Pierre Bourdieu, em suas obras, discute como o capital cultural e social influencia a percepção e valorização dos indivíduos, destacando a necessidade de transformar a estrutura cultural para promover a igualdade.
Em resumo, a inclusão e equidade de gênero no esporte brasileiro ainda enfrentam muitos desafios, apesar dos avanços significativos, como a paridade de gênero nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Para alcançar uma verdadeira igualdade, é essencial continuar promovendo mudanças culturais, políticas e sociais que incentivem a participação feminina e garantam condições justas para todos. Através de uma abordagem multidimensional e contínua, podemos esperar um futuro onde a equidade de gênero no esporte seja a norma, e não a exceção.
Agora que você está equipado com esses conhecimentos, não deixe de acessar a nossa plataforma e garantir a sua nota mil na redação!