Quer saber quando você deve usar o hífen? Então, este artigo é para você!
A dúvida sobre quando usar hífen é uma “pedra no sapato” de muitos estudantes e, depois no Novo Acordo Ortográfico, parece ter ganhado força. Por isso, neste texto, vamos lhe ensinar em quais situações você deve ou não utilizar o sinal gráfico HÍFEN.
Vamos começar lhe dizendo quando NÃO usá-lo. Então, pega papel e caneta aí e bora estudar!
Quando NÃO usar hífen
- Na Língua Portuguesa, existe um processo de formação de palavras chamado “composição”, que consiste na junção de dois radicais para formar um novo termo. No entanto, ao longo do tempo, algumas palavras perderam essa noção de composição e, por conta disso, não devem ser hifenizadas. É o caso de “girassol”, por exemplo. Depois de tanto tempo de uso, ninguém mais lembra que ela é formada por gira+sol.
- Você também não pode usar hífen em palavras que têm um elemento de ligação entre elas. Exemplo: dia a dia (nas redações, vemos muita gente usando hífen nessa expressão!). Note que, entre as duas ocorrências do termo “dia”, há o “a”, que funciona como um elemento de ligação.
Exceções:
Fique atento às exceções dessa regra: pé-de-meia, cor-de-rosa e palavras que designam espécies animais e botânicas são hifenizadas mesmo tendo elemento de ligação.
- Quando o prefixo termina em vogal e a palavra começa com consoante, você não deve usar hífen. Exemplo: autocrítica.
Atenção: com as palavras iniciadas com R e S, a regra é diferente, como veremos abaixo.
- Não se usa hífen na seguinte combinação: primeiro elemento termina com vogal + segundo elemento com R ou S, que devem ser duplicados.Exemplo: autorregular.
- O hífen deve ser eliminado quando o prefixo termina em consoante e o elemento que o segue começa com vogal. Exemplo: superintendente.
- Também se descarta o uso do hífen nos casos em que o prefixo se encerra com vogal e a palavra seguinte inicia com uma vogal distinta. Exemplo: autoestima.
Em quais situações devemos, então, usar o hífen? Veja a seguir!
Quando usar hífen?
- Usa-se hífen com os prefixos EX, SEM, ALÉM, AQUÉM, RECÉM, PÓS, PRÉ, PRÓ. Exemplos: recém-formado, pré-vestibular e pós-pago.
- O hífen é indispensável, também, quando o prefixo termina com a mesma vogal que inicia a palavra. Exemplo: anti-inflamatório.
- O mesmo vale para os casos em que o prefixo se encerra com a mesma consoante que inicia a palavra. Exemplo: inter-racial.
Cuidado! Há, na internet, várias ocorrências dessa palavra grafada incorretamente da seguinte forma: interracial. Sempre que você tiver dúvida, use o VOLP – Vocabulário Ortográfico na Língua Portuguesa –, o qual faz parte do site da Academia Brasileira de Letras.
- Também é preciso usar hífen quando a palavra incia com H. Exemplo: super-homem. Nesse caso, temos uma exceção, que é o termo “subumano”, o qual perde o H.
- O hífen é obrigatório quando temos uma justaposição formada por palavras que são unidades semânticas distintas. Mas o que isso quer dizer? Elas têm “vida” fora da justaposição, pois carregam sentido próprio. Exemplo: guarda-chuva.
- Use sempre o hífen em palavras derivadas de topônimos (palavras que dão nomes a lugares). Exemplo: latino-americano.
- Como vimos em uma exceção acima, os termos que são usados para nomear espécies animais e botânicas devem ser hifenizados. Exemplo: Lobo-guará.
- A utilização do hífen também é indispensável junto ao prefixo VICE, independentemente de a palavra começar com consoante ou vogal. Exemplo: vice-prefeito e vice-almirante.
O hífen e os advérbios BEM e MAL
Depois do Novo Acordo Ortográfico, pouca coisa mudou no que se refere ao uso do hífen com os advérbios BEM e MAL, mas eles continuam gerando dúvidas na hora da escrever. Veja como funciona:
BEM: usa-se hífen quando esse advérbio se agrega a outra palavra para formar uma unidade semântica (substantivo ou adjetivo composto). Exemplos: bem-humorado, bem-aventurado, bem-vindo, bem-educado.
Depois do Novo Acordo, benfeito“, “benquerer” e “benquerido” passaram a dispensar o uso do hífen.
MAL: no caso do advérbio MAL, usa-se hífen quando ele se agrega a outra palavra, iniciada por H ou L, para formar uma unidade semântica (substantivo ou adjetivo composto). Exemplo: mal-educado, mal-estar.
Ao formar unidades semânticas com palavras que iniciam com outras letras, o MAL se une sem uso do hífen: maltratado, malgrado, malvisto.
O grande desafio é identificar quando BEM e MAL formam, de fato, uma unidade semântica com outra palavra. Veja os exemplos abaixo:
Pedro foi bem educado pelos pais. – Aqui, não temos uma unidade semântica. O advérbio BEM atua de forma de separada e cumpre seu papel original de intensificar outro termo.
Pedro é um garoto mal-educado. – Juntos, os termos MAL e EDUCADO compõem um adjetivo, logo constituem uma unidade semântica, o que justifica o uso do hífen.
Não é tão difícil, viu? Atente-se à competência 1 da redação ENEM e evite cometer erros ortográficos no seu texto!
Agora que você já sabe as regras de uso do hífen, comece a colocá-las em prática nas suas redações. Não se esqueça de nos enviar o seu texto para a gente conferir se você aprendeu tudo direitinho.